Após ser mordido por um tubarão da espécie Limão, o surfista Vinícius Cavalcanti, 31, que foi levado ao Hospital São Lucas, na Ilha Fernando de Noronha por volta das 18h da última quinta-feira (14), passou por uma sutura de aproximadamente cinco horas. De acordo com Leonardo Veras, coordenador do Instituto Tubarões de Fernando de Noronha, apesar de ser morador da Ilha, o surfista tinha conhecimento de que um grupo de tubarões estava caçando no local do incidente.
Segundo Veras, a esposa de Vinícius o alertou para que ele não entrasse na água, tendo em vista a quantidade de tubarões aparentes no local. “Essa época do ano é muito comum que essa espécie (tubarão-limão) se aproxime da beira da praia, e forme grupos para começar a atacar as sardinhas. Esse ciclo é chamado de arrufo, que é quando os tubarões atacam sardinhas na beira da praia. As pessoas estavam surfando em meio ao arrufo, onde tinha bastante sardinha e tubarão”, explicou o coordenador, enfatizando que as pessoas têm feito isso com recorrência.
Segundo o coordenador, Vinícius teve sorte de o tubarão não ter fechado a mandíbula. “Ele sofreu um ferimento leve, diante das circunstâncias, porque se o animal tivesse fechado a mandíbula e balançado a cabeça, o resultado teria sido bem diferente”, ressaltou. Na ocasião, o surfista se chocou com o tubarão, e a cabeça dele bateu na cabeça do animal. “As pessoas banalizaram a situação. Convivem tanto, que esqueceram que é perigoso”, opinou.
De acordo com a unidade de saúde do Hospital São Lucas em Recife, o surfista está estável e não vai precisar passar por nenhum procedimento cirúrgico. No entanto, o surfista está sob supervisão, e não há previsão de alta no momento.
Alerta
A partir das 17h, momento em que os grupos de sardinhas começam a se aglomerar, Leonardo diz que não é recomendado a prática do surfe, e a entrada de banhistas no mar. Também nesse horário é comum os tubarões se agruparem para caçar.
Segundo Veras, os tubarões estão em época de acasalamento. “Essa época é de acasalamento, já existe registro de marcas de cópula – quando o macho morde a fêmea na intenção de introduzir o órgão reprodutor. Isso faz com que se concentrem muitos tubarões próximo à costa, já que o acasalamento é feito em áreas rasas”, finalizou.
Fonte: Folha PE
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