A expansão da energia solar emerge como um catalisador essencial na transição para fontes de energia mais limpas, tanto no Brasil quanto no mundo. O avanço tecnológico, os ganhos de eficiência e as políticas de estímulo têm impulsionado o crescimento exponencial da capacidade solar instalada, transformando o setor energético e contribuindo para a transição global para uma matriz mais sustentável.
No Brasil, o potencial solar é vasto, principalmente considerando sua localização geográfica privilegiada e potencial de irradiância solar. O país tem buscado ativamente diversificar sua matriz energética, reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e com isso aumentar a resiliência de seu sistema elétrico. Os investimentos no setor solar têm sido expressivos, impulsionados por leilões de energia renovável bem-sucedidos, políticas de incentivo e uma crescente conscientização sobre os benefícios econômicos e ambientais dessa fonte.
Dados do Relatório de Energias Renováveis Global da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) destacam o papel fundamental da energia solar nesse contexto. O investimento global em energias renováveis necessário para o alcance da transição energética é de U$ 1 trilhão até 2030. Países ao redor do mundo têm implementado políticas de estímulo, tarifas de alimentação, e mecanismos de leilões para impulsionar a adoção da energia solar em suas respectivas matrizes energéticas.(IRENA, 2022)
O custo nivelado médio (LCOE) da energia solar tem experimentado uma acentuada redução, tornando-a uma opção cada vez mais competitiva em comparação com fontes tradicionais de energia. O LCOE das centrais fotovoltaicas à escala (PV) à escala da rede pública diminuiu 89 % entre 2010-2022, passando de 0,445 USD/kilowatt-hora (kWh) para 0,049 USD/kWh. Em 2022, a redução anual foi de 3%. (IRENA, 2023)
A melhoria da competitividade da fonte solar deve-se a redução de um dos principais componentes utilizados nos projetos FV, os painéis fotovoltaicos, cuja queda tem diminuido cerca de 90% no mercado europeu. (IRENA, 2023) Tal redução deve-se a maturidade tecnológica em curso e a expansão e o seu uso cada vez maior. Isso ajuda a “diluir” os investimentos em P&D necessários ao aprioramento da tecnologia nos estágios iniciais. Essa combinação expansão do uso da tecnologia FV e redução do preço da tecnologia contribui para a redução do LCOE no médio e longo prazos.
No entanto, apesar dos progressos notáveis, desafios persistem. A necessidade de infraestrutura de armazenamento eficiente, adaptações regulatórias e o planejamento cuidadoso da integração dessas fontes intermitentes são aspectos fundamentais para garantir a estabilidade do sistema elétrico em meio à expansão da energia solar.
A expansão da energia solar representa não apenas uma transição energética, mas uma mudança de paradigma em direção a um futuro mais sustentável. O Brasil e o mundo estão no caminho certo para consolidar a energia solar como uma peça central na matriz energética global, desempenhando um papel crucial na construção de um futuro mais limpo e resiliente.