Recentemente o Governo Lula enfrentou um embate em relação a questão que envolvia a exploração de petróleo na Amazônia e tão logo essa questão ganhou manchetes dos principais jornais da mídia brasileira e internacional.
A questão central reside na questão ambiental, econômica e climática concomitantemente. O Brasil é um player central nessas questões e a exploração de um hidrocarboneto fóssil que vai contra tudo que é defendido pelos ambientalistas e especialistas em clima trouxe a tona a rusga e elementos necessários ao embate e desgaste entre Brasil e alguns organismos internacionais e nacionais.
O ponto central que não podemos ignorar é que o país encontra-se no meio do caminho podemos assim dizer da exploração de petróleo e gás da camada de Pré-sal. Esse projeto é longevo e colocará o país como um dos principais produtores desse hidrocarboneto nos próximos anos. A expectativa é de que retiremos cerca de 1,5 mi de barris/dia. Esse feito envolve investimentos vultosos em toda a cadeia produtiva de petróleo e gás brasileiro. e o impacto econômico é enorme na geração de renda, empregos diretos e indiretos ao longo das próximas décadas. Esse cenário pode se repetir no coração da região Amazônica e mais uma vez o impacto econômico não pode ser ignorado sobretudo em uma região onde o desenvolvimento de atividades extrativas de longo prazo e com enorme impacto social e econômico devem sim ser estimuladas.
O autor Michael Ross, professor de ciência política pela Universidade da Califórnia e autor do best seller intitulado: “A Maldição do Petróleo” traz uma análise em torno da trajetória econômica dos países que são ricos em recursos minerais e qual é o vetor resultante na seara política, econômica e social dessa riqueza gerada.
A tese defendida pelo autor é de que nem todos os países que desenvolvem atividades correlatas à exploração e produção de petróleo atingiram ou alcançaram patamares maiores e melhores de desenvolvimento econômico. A análise de dados econômicos (PIB, renda per capita, consumo) mostram que o extravasamento das atividades correlatas ao petróleo se perdem no meio do caminho pois há um desvirtuamento das receitas oriundas de tal atividade. A corrupção desvirtua esse fluxo de recursos. Por outro lado, abre-se espaço para governos autoritários e que militam em defesa dos próprios interesses.
Dados mostram que os países ricos em petróleo espalhados pelo Oriente Médio, pela África, américa Latina e Ásia não estão mais ricos, democráticos ou pacíficos do que eram há 3 décadas atrás. E é essa a maldição dos minerais propriamente dita.
As chances dos países detentores de vultosas reservas de petróleo de serem governados por autocratas é 50% maior e ainda são duas vezes propensos a enfrentarem guerras civis em seus territórios.
Vale ressaltar que a maldição dos minerais não ataca de forma equânime. Há países desenvolvidos e ricos como Noruega, Estados Unidos, Canadá cuja maldição não foi enfrentada. Na verdade o autor salienta em sua obra que aa tendência da ocorrência dos danos da atividade de petróleo assola mais precisamente os países de baixa renda como: Argélia, Equador, Sudão, Ucrânia.
O que causa a maldição do petróleo?
I- O domínio de potências estrangeiras internacionais em territórios ricos em petróleo. Essa busca por lucros extraordinários em outros redutos não medem esforços políticos, éticos.
II- O desvio das receitas oriundas com a extração de petróleo para outras atividades sobretudo em governos totalitários.
Essa dinâmica interna e externa que a própria geopolítica traz ocasiona o que denominamos de a maldição dos minerais.
Ao longo dos próximos artigos exploraremos em detalhes as questões relacionadas a política, ética, condição das mulheres nesses territórios, o papel das instituições políticas.