DR JUDIVAN VIEIRA

HORA DE REFLEXÃO PARA A DIREITA, ESQUERDA E CENTRÃO POLÍTICO

Direto de Basília, DF

Desde o ano de 2012 venho dizendo por meus livros em Ciências Jurídicas e Sociais, artigos nesta e em outra coluna de web jornais que as forças ideológicas políticas brasileiras não me representam.

Principio por repudiar toda e qualquer ação criminosa de dano ao patrimônio público, mas não sou raso para pender para um lado e fechar os olhos para os erros de ambos. Se assim o fizer estarei apenas reprisando e fomentando a cegueira ideológica com a qual políticos e partidos políticos veem doutrinando a população  do Brasil e da América Latina.

Assim, é preciso deixar claro que vocês da esquerda política brasileira e da AL não são melhores porque defendem causas ambientais, do LGBTQIA+, algumas migalhas de interesses de povos originários e outras causas de minorias. Essas causas pertencem aos Direitos Humanos. É uma lástima que o povo não compreenda isto, se permita “guetificar” e receber cabrestos.

Ser de esquerda não te faz um intelectual, nem tampouco ter apoio da esquerda de outros países como EUA, França, Venezuela, Cuba e Argentina, nem significa que tenha o direito de tratar quem não pensa igual a você como “Manés”(tolos). Tal atitude é, por si, discriminatória e preconceituosa. Por acaso, isto não atenta contra a tão pregada igualdade jurídica da qual vocês se julgam donos ideológicos?

A sua vez, vocês da direita política brasileira insistem na “defesa de Deus”, da família e da pátria. Por acaso Deus é tão fraco que precise da defesa de vocês? Será Deus tão idiota que aceite cabrestos de facções ideológico-políticas?

Quanto á família que dizem defender é necessário saber se estão se referindo somente à família de papai e mamãe, já que este modelo juridicamente ruiu faz tempo.

Hoje a família pode ser de papai e papai, mamãe e mamãe, de dois pais e uma mãe, de duas mães e um pai e até monoparental de uma só pessoa que resolve adotar. Então pergunto: a que espécie de família vocês se referem? E porque resistem tanto em aceitar a evolução? Não será essa uma das enormes fendas pela qual vocês perdem adesão?

Em um país tão dividido ideologicamente todos são doutrinados a serem democráticos, mas o fato marcante é que todos carregam seus currículos internos, ou seja, aquelas crenças que fazem com que dentro das paredes de suas casas, salas de aula, templos religiosos ou terreiros de macumba, falem baixinho para que os demais não escutem os segredos que revelam quem realmente cada um é. E, convenhamos, todos sabemos que este não é o mesmo discurso usado perante câmeras e redes sociais, que exigem mais que nunca o uso do politicamente correto, mesmo quando tal argumento é estúpido e ilógico.

Não aceitamos discutir publicamente a legalização da maconha, do aborto, da eutanásia, da ortotanásia, da pena de morte porque cada facção ideológica deseja encampar esses temas, para com eles poder colocar cabresto em parcelas da população e formar seus “guetinhos ideológicos”.

Esquecem que cada vez que guetificamos nossa sociedade nos dividimos ainda mais, tornando-nos uma colcha de retalhos em que cada minigueto assume bandeira e cor próprias, que não a cor do Brasil? Ao final desta equação é que todos terminam alheios ao verde, amarelo, branco e azul anil, manchando a única bandeira que deveríamos reverenciar 

Como afirmo em meu livro “O DILEMA DA LEALDADE DIVIDIDA ENTRE NAÇÃO E ESTADO E AS DOUTRINAS SOCIAIS QUE GOVENAM O MUNDO”, bandeira de partido político não me serve nem como material para fralda descartável, cuja finalidade é servir de anteparo para dejetos como xixi e cocô.

Refiro-me ao sentimento de amor verdadeiro pela NAÇÃO, pelo povo sofrido que, no Brasil, luta há 523 anos pelo mínimo de dignidade social e econômica e em troca vive iludido pela falida Democracia Formal. Esta que governa o Brasil dos últimos séculos e em nada diferente do que fazem com toda a América Latina, por onde tenho feito viagens de pesquias desde o ano de 2007, testemunhado a crescente pobreza e miséria social e econômica.

A política existe para mim e para você. É impossível viver em sociedade sem ela. Mas, a Democracia Substancial criada por Aristóteles, a que visa o governo do povo, pelo povo e PARA O POVO, como ensino em meu livro “Falácias Políticas”, foi pulverizada pelos sofistas políticos, ou seja, pelos mentirosos, fraudadores e ilusionistas que  veem o povo como um bando a ser explorado e o Estado como um grande cofre a ser saqueado a cada ciclo eleitoral. 

Há séculos vivemos sob o domínio do império da Democracia Formal, ou seja, aquela que se alimenta de promessas vazias. Promessa, para quem nunca buscou o significado léxico da palavra significa “evento futuro e incerto”.

São essas promessas vazias que seguem conquistando votos e se constituem nos “cabrestos” que cada político e partido das facções de esquerda, direita e centro colocam nos eleitores mirins de 16 anos; em quem tem dívida rural a pagar por lotes e terrenos invadidos que seguem sendo terras improdutivas; em quem precisa de par de sapatos e dentaduras pelo interior do país, assim como nos múltiplos guetos criados propositalmente para abrigar o gado político 

Quanto a vocês do centrão político brasileiro é preciso relembrar que não passam da haste de um “H”; o túnel que a esquerda usa para transitar para a direita quando lhe convém, e que a direita política usa para transitar para a esquerda quando lhe é mais oportuno para fazer conchavos.

Vocês do “centrão político” se assemelham à relação de mutualidade parasitária em que o parasita se alimenta do hospedeiro e o hospedeiro se alimenta do parasita porque ambos se necessitam para consumir a própria existência.

Afinal, quantos são de esquerda, só até quando lhes convém? E, quantos são de direita, mas assim que interesses e conveniências lhes acenam migram para a esquerda por mera conveniência social e econômica?

Como ensino em meu livro acima citado, China, Cuba e Venezuela são exemplos históricos recentes de comunistas e socialistas que adoram viver como capitalistas. EUA, Argentina, Brasil e o resto da América Latina estão repletos de capitalistas que adoram discursar como comunistas e socialistas, mas não aceitam a perda da liberdade civil, religiosa e de opinião, a perda do direito ao lucro, a proibição de viajar de avião, de beber champanhe e de usar qualquer produto que represente a “ideologia do Ocidente capitalista”. Eis, aí, uma das maiores contradições e hipocrisias destes últimos dois séculos!

Ao final de todo o processo de guetificação pelo qual vimos passando, o que resta para a Nação brasileira, para o povo? Resta um Estado Democrático de Direito aparelhado com Instituições que foram sacralizadas. O Poder Executivo, Legislativo e Judiciário se tornaram “entes sagrados”, morada de deuses e semi-deuses. Faz-se necessário entender que à luz da ciência política e jurídica são apenas instituições! O povo, de fato, é que constitui o Poder Originário de uma Nação. Mas, quem se presta a ler e tentar compreender isto?

Instituições políticas são entes e entidades que têm absorvido quase todo o dinheiro e renda da Nação por meio de enorme carga tributária, fundos partidários, e esquemas sofisticados de corrupção política, convencendo o povo por meio de falácias, ou seja, de mentiras, fraudes e ilusões, que estão a cumprir o papel constitucional de prover o mínimo de dignidade social e econômica, que se materializa na entrega de saúde, moradia, transporte, assistência social, lazer e trabalho remunerado. Por falar nisto, você sabe de quanto é o deficit de moradia, de postos de trabalho, hoje no Brasil? Você se preocupa com isto ou seu prazer está em meras discussões vazias sobre teu candidato e partido político?

Inegavelmente vivemos um novo modelo de Estado em que parece mais importante criar benefícios e escravizar o ser humano na cama da preguiça que ensiná-lo a trabalhar.

Há legiões e legiões de pessoas que preferem os semáforos para vender água e produtos falsificados, flanelinhas arrogantes e perigosos recém saídos de penitenciárias, nos famosos “saidões e saidinhas”, com coletes de órgãos públicos em estacionamentos, e, nas portas de supermercados hordas de pedintes que inflacionaram a esmola pedida, que migrou de uma “moedinha, doutor”, para uma “cesta básica, doutora”, com a oferta alternativa e tecnológica de que se passe um PIX ou se dê a esmola na máquina de cartão de crédito do pedinte.

Em meu mais recente livro, “FALÁCIAS POLÍTICAS”, explico como perfilar políticos falaciosos; contextualizar a falácia nas figuras de linguagem e como dissociar falácias da democracia substancial e reconhecê-las como parte integrante das falidas doutrinas sociais. Te parece interessante lê-lo?

O contexto em que vivemos pede que deixemos um pouco de lado os mitos, as lendas, as meras conversas de bar induzidas pelo ideologismo de direita, esquerda e do oportunista “centrão político”, e nos iluminemos com ensinamento confiável e sistêmico.

Assim como uma pessoa em conflito não consegue desempenhar bem seus afazeres; assim como uma muriçoca zumbindo no ouvido por apenas alguns segundos perturba a paz, assim agem as ideologias políticas de direita, esquerda e de centro, no Brasil e na América Latina.

As oposições sempre optam por serem quais muriçocas zumbindo no ouvido de quem assume o governo, causando o máximo de irritação possível. O que o instinto natural de uma pessoa pede para fazer com uma muriçoca que fica zumbindo no pé de seu ouvido?

A paz é a matéria-prima da prosperidade! Para os que defendem a ideologia de que é na guerra que se ganha mais com venda de armas e desenvolvimento de tecnologias de guerra, respondo por meus livros e demais escritos que não importam os motivos da guerra, a paz será sempre melhor!

Sendo assim, vocês de direita e da esquerda tentem lembrar que seus líderes podem até ser carismáticos, simpáticos e até antipáticos, mas garanto-lhes que até hoje, nenhum deles foi realmente EMPÁTICO com a Nação brasileira.

Carisma significa poder e habilidade de sedução, simpatia é uma “impressão agradável que se transmite”, mas empatia é colocar-se “dentro dos sapatos alheios”, é sofrer pelos que sofrem e com os que sofrem, ao ponto de agir para tirá-los de tal estado e proporcionar-lhe real alívio de suas necessidades e sofrimento.

Fossem nossos governantes empáticos não teríamos caído da sétima para a nona economia do mundo, com um desemprego de mais de 12% desde 2017, com um ÍNDICE DE PERCEPÇÃO DE CORRUPÇÃO altíssimo, pois segundo a TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL ocupávamos a 69ª posição no ranking de 176 países no ano de 2017 e hoje somos a 96ª colocação no ranking global.

Há alguns anos estive fazendo pesquisas em Cuba, Venezuela e outra vez acabo de chegar do Uruguai e Argentina, onde estive com minha esposa. Lá, pelas bandas do Rio da Prata, em terras Argentina, a pobreza e miséria já passa dos 44% da população, com cenas deprimentes de descaso com o povo, que infelizmente vive entorpecido por suas carismáticas facções políticas.

Então, é preciso ter em mente que somente carisma, de nada vale!  Carisma ou simpatia da esquerda, da direita ou do “centrão” político não passa de gesto vazio, ou seja, de falácias. Estas jamais nos projetarão ao tão esperado “pais do amanhã”,  pois a cada novo ciclo de governo retrocedemos ao “ontem”, numa versão piorada de nós mesmos.

Quanto ao atual governo do Brasil, se mergulhar o país outra vez em corrupção política unipessoal ou sistêmica, se oferecer perdão presidencial a quem foi condenado sob a batuta do devido processo legal, que sofra “impeachment”.

Do contrário deve ter a chance de governar em paz, com a humildade e autocrítica de quem ganhou uma eleição por 50,90% dos votos contra 49,10%, ou seja, com o ínfimo percentual de 1,8% de diferença de votos, numa clara e evidente declaração que o Brasil está absolutamente dividido ideologicamente.

Não é hora de arrogância nem de eugenia, ou seja, de querer fazer “limpeza” ou extermínio de governadores, prefeitos ou qualquer apoiador pacífico e democrático do governo anterior, a fim de aumentar o raio de influência e ter maioria absoluta para governar e fazer o que quiser do Brasil. Tenha-se em mente que 1,8% de diferença de votos representa empate técnico.

Por fim, tenho plena convicção que o que necessitamos realmente é que os senhores governantes sintam que são servos do povo, ao invés de se servirem do povo, como há séculos o fazem.

 

 

 

 

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Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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