Direto de Brasília,DF
TI, A DEVORADORA DE PROFISSÕES
A espécie humana vem dando saltos evolutivos em vários campos. Um deles é na arte de fazer coisas a partir de métodos e estratégias racionalizadas.
O poder de raciocínio, onde mora a inteligência, é a característica que nos projeta como espécie dominante e nos permite perceber, analisar e trazer á luz inventos que alteram nossa realidade física.
A inteligência nos tem proporcionado experimentar ciclos criativos e evolutivos na seguinte progressão:
1 – Inteligência manual(IM)
2 – Inteligência artesanal(Iart)
3 – Inteligência mecânica(Imec)
4 – Inteligência Analógica (Iana)
5 – Inteligência digital(IHD)
6 – Inteligência Artificial(AI)
Ao longo dos milhares de anos que habitamos o planeta temos migrado de um estágio a outro, sendo que a cada novo ciclo agregamos ciência e tecnologia ao nosso dia a dia e como consequência aquele ou aquilo que não se adapta ou acompanha as inovações é extinto, ou tornado obsoleto.
Mesmo quem deu pouca atenção às aulas de história sabe que os primeiros humanos que apareceram no planeta Terra usavam braços e mãos como alavancas e garras para segurar coisas e movimentar o próprio corpo. Macacos-Prego do estado do Piauí, por exemplo, recorrem à inteligência para pegar pedras com as mãos e marretar coco a milhares de anos.
Assim, braços e mãos foram as primeiras ferramentas para apoio e equilíbrio, colheita de frutos nas árvores e campos, e também os primeiros talheres conhecidos. Penso esta fase como a da Inteligência Manual(IM), já que tais membros funcionaram como tentáculos úteis para agarrar coisas e equilibrar o corpo, sem haver, ainda, a racionalização de usá-los para confeccionar coisas.
A evolução proporcionou paulatinamente ao gênio criativo humano descobrir que o conhecimento(ciência) poderia facilitar seu dia a dia, caso criasse ferramentas e instrumentos para otimizar a busca por abrigo, alimento e segurança. Afinal, quem tem ferramentas físicas ou intelectuais apropriadas faz mais em menos tempo.
Esse “aprender” a fazer ferramentas, abrigos, cercas de proteção e utensílios que facilitam a vida em geral, com o passar do tempo se tornou o que chamamos Inteligência Artesanal (Iart), ou seja, o ser humano agregou a arte ao seu dia a dia e essa “arte” de fazer coisas permitiu um salto evolutivo após o outro.
Ao racionalizar o poder da inteligência a espécie humana foi descobrindo como usar braços e mãos para tecer coisas. A inteligência permitiu ao humano ir além dos braços e mãos físicas e agregou a ideia de usá-las para a fabricação racionalizada de coisas, de modo metódico e estratégico. O emprego do raciocínio sistêmico foi como desvendar os olhos da humanidade.
Na Teoria do Conhecimento, Aristóteles explica o método e a estratégia com a palavra “como”. Quando alguém sabe “como” fazer algo, este alguém domina o método ou estratégia. Todavia, o mesmo não ocorre quando um robô em uma fábrica faz algum movimento repetitivo para colocar uma peça ou soldar uma porta de carro. A ele falta racionalizar a ação ou omissão que alguém lhe determina que pratique.
Com a Inteligência Artesanal(Iart) surge o artesanato, a tecnologia empregada para fazer coisas. Artesão, portanto, é o artista que trabalha com as mãos. Ele foi o primeiro humano a empregar tecnologia para fabricar e tecer coisas e utensílios para a comodidade diária.
Esses artesãos, com suas habilidades tecnológicas manuais e artesanais tornaram possíveis o surgimento de profissões como: ferreiro, sapateiro, costureiro, alfaiate e fabricantes de pequenas bugigangas, todas extintas ou à beira da extinção pela Tecnologia da Informação, que mecanizou, digitalizou e em alguns casos robotizou tais funções e atividades.
Como diz Roberto Carlos na música “Força Estranha”: ‘o tempo não para, no entanto, ele nunca envelhece’. Foi assim que da Iart, migramos para a Inteligência Mecânica(Imec), em que o mundo deu o salto maior e preparou o caminho para as Inteligências Analógica, Digital e Artificial em que vivemos.
Na fase da Imec o ser humano aprendeu a fabricar, polir, dar forma e movimento a peças de madeira e ferro. Foi além, e descobriu como fazê-las trabalhar em sincronia umas com as outras, o que permitiu o surgimento de equipamentos como moinhos de vento, moinhos e trituradores de alimentos, relógios, etc.
Fato marcante nessa evolução(também chamada Revolução Industrial) é que durante a fase da Imec aprendemos também a juntar peças de ferro e outros minerais, plástico e madeira, e fazê-las trabalhar em movimento sincronizado e continuado. Esse foi um salto que permitiu a criação dos AUTÔMATOS que estão na origem dos modernos robôs, como mostra a figura do boneco escritor abaixo.
Após a Imec veio a Inteligência Analógica (Iana). Não é fácil para um leigo como eu, e alguns que me leem, distinguir Inteligência Analógica de Inteligência Digital. Assim, eis o que diz a Wikipédia sobre uma e outra:
“Sinal analógico é o nome popularmente dado, na língua portuguesa, a sinais analógicos provenientes de dispositivos que os contêm. Estes são sinais contínuos cuja variação em relação ao tempo é a representação proporcional de outra variável temporal.[1] Um velocímetro analógico de ponteiro, um termômetro analógico de mercúrio e uma balança analógica de mola são exemplos de dispositivos que contêm sinais analógicos.
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Sinal Digital é uma sequência discreta (descontínua) no tempo e em amplitude. Isso significa que um sinal digital só é definido para determinados instantes de tempo, e que o conjunto de valores que pode assumir é finito.
A digitalização converte o sinal analógico, por exemplo, a voz de um locutor, em uma série de uns e zeros. Essa tecnologia degrada um pouco o sinal, porque uns e zeros não são uma representação fiel do sinal analógico. No entanto, o sinal digital é robusto. Ele pode ser corrigido utilizando-se rotinas de correção de erros se houver interferências. Além disso, os sinais digitais podem ser compactados, tornando os sistemas digitais muito mais eficientes do que os analógicos.”
Sei que você consegue perceber o enorme salto evolutivo que demos entre a Inteligência Mecânica, a Inteligência Analógica, a Digital que orienta nossas balanças de açougue, aparelhos de medir pressão, ‘smartphones’ e computadores e a e a Inteligência Artificial que já produz robôs em série para atender fábricas e trabalha para criar robôs que pensem e que ao final consigam substituir o próprio ser humano e funções várias, como o faz a NASA e seus “rovers”que exploram a Lua, Marte e o Universo.
Fato é que entre cada um desses saltos evolutivos a Tecnologia da informação devorou as profissões que citei acima e seguirá devorando inúmeras outras.
Veja-se, por exemplo, a profissão de carteiro. Permita-se ler o resumo abaixo, que conta a história de como essa profissão iniciou no lombo de cavalos e terminou por ser substituída pelo ‘telex’, este pelo telefone convencional, este pelos “smartfones” e nestes, a função foi substituída por aplicativos como WhatsApp e por outros aplicativos de vídeo-chamada. Leia o resumo abaixo(Fonte: https://sites.google.com/site/evolucaodacarta/correio-a-cavalo):
“Pony Express é o nome que ficou conhecido um histórico correio expresso colocado em funcionamento em 1860 que levava correspondência, cruzando o território americano com cavalos e diligências. A rota ligava as cidades de St. Joseph (Missouri) a Sacramento (Califórnia).
O Pony Express (…) Iniciou oficialmente suas operações na data de 3 de abril de 1860. A primeira viagem cumprindo a rota a partir do Oeste do país foi feita em 10 dias, 7 horas e 45 minutos. A da partida do Este foi feita em 11 dias e 12 horas. Foram cobertas aproximadamente, em média, 250 milhas (cerca de 402 quilômetros) a cada 24 horas (foto ao lado).
A única possibilidade, na época, de levar uma mensagem era utilizando-se navios que contornavam toda a América via estreito de Magalhães, ou pelo istmo do Panamá (não havia ainda o canal). Essa viagem demorava cerca de 6 meses.
(…) Os cavaleiros recebiam 100 dólares por mês como pagamento. O nome Pony, a rigor não era correto, pois os cavalos não eram todos dessa raça.
O Pony Express anunciou que encerraria as operações em 26 de outubro de 1861, 2 dias depois que o Telégrafo Transcontinental começou em Salt Lake City.”
Continua…