Direto de Brasília-DF.
Com vocês, a DIRETORA ANDREIA FERREIRA BOMBOM, e o final de sua gentil entrevista (continuação):
JV: Quando analisa professores, orientadores educacionais, e alunos, que ideia faz sobre a importância de uma simbiose mais profunda entre eles, para que o processo de educação e ensino seja mais prático e efetivo do que tem sido, inclusive na preparação dos alunos para o Mercado de Trabalho?
AB: O papel do professor é ir além do muro. O muro do distanciamento, fez que outras áreas cuidadas dentro da escola ficassem distantes. Na escola o aluno aprende a mediar conflitos em casa, divide a solidão com seus colegas, mata muitas vezes a fome, passa um tempo de qualidade com suas amizades.
Nessa relação de confiança muitos ganhos acontecem, como o prazer em participar das aulas, aprendizagem de respeito ao profissional de ensino, melhoria no aprendizado e busca de melhoria de vida, por meio da formação acadêmica que recebe.
JV: Se você pudesse escrever uma mensagem para si mesma, e guardar em uma cápsula do tempo para abrir daqui a 10 anos, quais seriam os três desejos para melhoria do processo de educação e ensino, que em 2030 gostaria de ver realizados?
AB: Na primavera de 2030 gostaria que a educação fosse prioridade no país; que a educação pública seja única e para todos: pobres e ricos, pretos ou brancos, cristão ou ateus, com erradicação do analfabetismo, evasão e retenção escolar. Por fim, gostaria de ver o magistério e profissionais em educação, valorizados como devem ser.
JV: Como se sentiu ao ser convidada para participar da série DIÁRIO DE BORDO?
AB: Fui tomada de uma alegria tal, que disse a mim mesma: “- Você está no caminho certo.”
JV: Como foi seu processo de observação para fazer o seu DIÁRIO DE BORDO?
AB: Queria relatar dias que são importantes dentro da escola, como reuniões, distribuição de alimentos na pandemia, relatos dos alunos infectados, estudantes que se tornaram órfãos, conselho de classe, plataforma de ensino, alunos sem acesso, como também projetos, no período. Dizer também que me senti perdida, com medo, mas o impulso em saber que temos vidas nos esperando me levava a levantar, orar, planejar, executar e seguir adiante.
JV: Que resultados deseja alcançar com os relatos de seu DIÁRIO DE BORDO?
AB: Que cada gestor consiga rever suas práticas de liderança; o entendimento que não somos máquinas, pois como qualquer profissional também precisamos ser ouvidos, temos angustias, medos e frustrações. Quero dizer que formar uma boa equipe é essencial. Para ser um líder eficiente devemos suplantar o que nos impede de avançar, liderando seguidores. Na soma de valores ocorre a multiplicação que beneficia a todos no ambiente escolar.
JV: Que mensagem quer deixar para os professores, orientadores educacionais, supervisores, demais agentes administrativos, e para os alunos, principalmente de escolas públicas, obrigados a se adaptarem a esta nova realidade imposta pela pandemia?
AB: Não há caminho fácil, sem perdas, indolor dentro de uma pandemia. Todas as estruturas sociais são postas à prova neste momento. A escola em sua contribuição social, fazendo parte da mola que impulsiona a sociedade foi afetada em seus conceitos e estruturas, e se viu obrigada a se reinventar rápido. É imprescindível após o temor e estagnação inicial, reergue-se.
Atitudes conjuntas, acordos de cooperação e o sentimento de que o problema tem que ser enfrentado por todos, muda cenários caóticos, revelam lideres e melhoram significativamente os resultados.
A pandemia traz consigo grandes lições. Ensina que precisamos nos “esticar” para fazer um pouco mais. Estar atentos, pois um momento difícil e inesperado como este pode ser um campo para oportunidades incríveis de aprender, criar, reinventar.
Professores, para mim, são essenciais e insubstituíveis.
Alunos: O mundo não para porque estamos com dificuldades, mas a escola sempre te empurrará para frente e para o alto.
Orientadores educacionais: a pandemia te pôs em destaque, em busca ativa dos estudantes. Te impõe atendimento a alunos em crise emocional, com ideação suicida, agora sofrendo em casa seus transtornos, cansados, exaustos por estarem muitas horas em frente a um computador. Estamos todos trabalhando mais de 08 horas diárias, e até finais de semana. Os orientadores educacionais são o respiro, a pausa, a palavra que precisamos. Com eles, tudo fica mais leve. Gratidão!
JV: Faça um convite para que as pessoas acompanhem a série DIÁRIO DE BORDO.
AB: Quer conhecer a maior vitrine social na pandemia? A série DIÁRIO DE BORDO, revelará a você, a escola. Esse micro-organismo social em simbiose com as famílias, estudantes, e profissionais em educação e ensino. Você verá como se comportam neste momento de RESET, como enfrentam os momentos de pane educacional, o que fazem os gestores para superar as crises. A série te mostrará como estamos, todos, nos reinventando.
Não perca! Leia, acompanhe, divulgue e poste em todas as redes. A educação, o ensino, e a história, te agradecem.
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