Os shoppings de Pernambuco estão fechados desde o dia 22 de março, por conta do decreto do governo do estado para conter a disseminação do coronavírus. Com o plano de retomada, pouco a pouco as atividades econômicas voltam a funcionar. Na semana passada, os centros de compras foram autorizados a funcionar com delivery em todas as suas operações. Nesta segunda-feira, com a antecipação em uma semana do primeiro calendário do plano, foi a vez da permissão de atuar também através de ponto de coleta, com o drive thru. São medidas que começam a amenizar os impactos sofridos pelo setor com a pandemia, porém as perspectivas, ainda assim, são de um recomeço difícil. A estimativa é que, após a reabertura dos shoppings, ainda sem data definida, entre 15% e 20% das duas mil lojas de Pernambuco não tenham fôlego para manter a operação em funcionamento.
Apesar do início das operações com delivery ou coleta, os lojistas aguardam a sinalização para a reabertura dos shoppings. “Os lojistas estão sugerindo o retorno dos shoppings para o dia 22, quando completa 90 dias do fechamento. Até então, as medidas do governo federal ajudaram a manter os empregos, mas depois disso, as lojas vão acabar tendo que demitir. Os lojistas de shopping são, em sua maioria, de pequeno porte e passar todo esse tempo sem faturar é difícil”, explica Paulo Carneiro, presidente da Associação Pernambucana de Shoppings. “Nosso receio é que tenha lojista que não chegue para além. Ainda não temos um número fechado de quantas lojas devem fechar, mas existe uma previsão de o percentual chegar de 15% a 20%”, acrescenta.
Para Thomaz Lera, diretor da Associação dos Lojistas do Shopping Guararapes, o setor é importante para a economia estadual. “Entre os grandes contribuintes para arrecadação do estado, a indústria e o setor de combustíveis são sempre citados, mas os shoppings também são. Além disso, as lojas dos centros de compras são um dos maiores distribuidores de renda e têm uma empregabilidade grande. Em uma loja de 40 metros quadrados, trabalham entre seis e sete pessoas, além de garantir uma qualificação boa. Além de que tem uma família que vive da loja também. Esse aspecto social também é importante porque existe uma grande quantidade de famílias que dependem do shopping para sobreviver. E não sabemos como os lojistas vão se reerguer para abrir outro empreendimento e voltar a gerar empregos”. O diretor ressalta que cerca de 10% dos funcionários foram demitidos e que o restante conseguiu permanecer por conta da adoção das medidas do governo federal.
Rose Guareschi, presidente da Associação de Lojistas do Shopping Recife, afirma que a perspectiva é que o centro de compras tenha cerca de 20% das lojas fechadas após a reabertura. “Mas se as lojas chegarem a 100 dias fechadas, além desses 20%, teremos mais 20% que vão quebrar até dezembro. Os lojistas precisam de uma data de reabertura para se organizar, saber se mantém os funcionários, para repor estoques, fazer treinamento de novos protocolos. O comércio de rua está voltando e os shoppings estão preparados com todas as medidas de segurança”, diz. O varejo de rua começou com delivery no dia 1 e as unidades de até 200 metros quadrados reabrem a partir do próximo dia 15. A previsão para todas as unidades é na etapa seguinte do plano de retomada, ainda sem data prevista.
A gerente de Marketing do Shopping Boa Vista, Tárcia Galvão, acredita que a perspectiva de fechamento das lojas gire em torno de 18% a 20%. No Patteo Olinda, a estimativa fica entre 10% e 15%. Já RioMar, Plaza, Tacaruna, Costa Dourada, River e Camará ainda não souberam mensurar uma perspectiva.
Fonte: Diário de Pernambuco
Foto: Riomar/Divulgação