Direto de Brasília-DF.
Quando você olha para a águia na bandeira alemã, precisa interpretar os muitos significados por trás da imagem: o antigo império alemão, o poder de renovar suas forças e renascer várias vezes, a liberdade majestosa de voos altos, e uma visão poderosa para enxergar a presa, a quilômetros de distância.
A Alemanha que vai despontar na Idade Moderna, como um ‘iceberg’, já vinha se formando muito abaixo do espelho d’água da história.
É mais didático entender que no nascedouro não havia Alemanha, mas povos germânicos ocupando regiões nas quais hoje encontram-se países como Alemanha, Áustria, Dinamarca, Noruega, Suécia, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Reino Unido e parte da França.
Esses povos formavam “cidades-estados” ou regiões independentes como Boêmia, Saxônia, Polônia e Germania, divididos em tribos como Vikings, Alamanos, Alanos, Bávaros, Francos, Frísios, Lombardos, Normandos, Ostrogodos, Saxões, Suevos, Vândalos e Visigodos.
Pois bem! Entre os séculos V a XIII essas poderosas tribos de bárbaros não demonstravam interesse pelo processo educativo e de ensino, como ocorria no resta da Europa.
Um menino, nascido em Praga, em 1316, com o nome de Venceslau, em homenagem ao antigo rei que governara a região, é que um dia mudaria o curso da história dos povos germânicos, da Europa e do mundo. O garoto Venceslau certa vez foi enviado a visitar seu tio Carlos IV, o Rei da França. Lá ficou por sete anos, recebendo uma influente educação francesa, enquanto seu tio enfrentava revoltas populares como as de 1323, no Condado de Flandres. O rei vivia tentando sem sucesso ser eleito o Sacro Imperador Romano-Germânico.
Venceslau não desperdiçou seu tempo, como fazem, hoje, os bilhões de alunos de nossas escolas. Ele se esforçou e aprendeu Francês, Checo, latim, italiano e alemão, e voltou para sua cidade natal, mas antes, aproveitou para mudar seu nome para Carlos, tal qual o nome, do tio.
Ao voltar para Praga, seguiu as orientações de seus pais, rei João e rainha Isabel da Boêmia. Lutou em guerras na Itália, com seu pai, e seguiu ganhando experiência como príncipe. Foi tão bem-sucedido que em 1333 já administrava as terras da coroa da Boêmia e em 1334 foi nomeado marquês da Morávia. Sua eficiência e eficácia fez dele Rei da Boêmia e Germânia entre 1346 e 1378, acumulando paralelamente o título de Conde de Luxemburgo, entre 1346 e 1353.
Em 1355, o garoto Venceslau, auto-rebatizado como Carlos IV, torna-se o que seu tio tentou a vida inteira e não conseguiu. Ele, agora, é Carlos IV, o Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, simplesmente, o homem mais poderoso da Terra e, com apoio de um amigo seu, o Papa Clemente VI, dará início ao despertamento dos países germânicos para a educação e ensino “secular”.
continua…
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