Direto de Atenas/Grécia.
A morte de Carlos Magno no ano 814, precipita a disputa pelo que sobrou do “Sacro Santo Império Romano” que fundara. Com o rei foi sepultada a renovação do processo de educação e ensino que sempre esteve dependente da gangorra de um ou outro governante com visão mais equilibrada entre o religioso e o científico.
O Feudalismo gerou um movimento contrário ao que ocorreu no mundo por início do século XX, porque as cidades tornam-se improdutivas e caóticas, enquanto os feudos são transformados em verdadeiras fortalezas pela nobreza, que neles vivia encastelada. O resultado foi uma onda de abandono das cidades em direção ao campo.
Os camponeses, dependentes da realeza e dos ricos donos de terra obrigam-se à jurar fidelidade e obediência em troca de segurança e de trabalho. A posse da terra era sinônimo de poder e soberania, Não possuir terra era signo de pobreza, dependência e servidão.
A educação e o ensino como processo clássico desde fins do século VIII até século XI, determinará uma nova organização social e econômica dentro da qual surgirá a figura do “Cavaleiro” como o modelo social do homem forte e educado.
Por exemplo, se você assistiu e prestou atenção ao filme “Coração de Cavaleiro” (knight’s Tale, no original) poderá compreender alguns aspectos da época, tais como:
A) Neste novo modelo social educação e ensino científico não são mais preocupação dos reis nem dos senhores feudais;
b) O analfabetismo volta a “reinar” nas vilas ao redor dos feudos e entre a própria classe de ricos;
C) O caos prenuncia novas ordens que preencha seu vazio;
D) a ordem dos cavaleiros surge do caos da ignorância como uma alternativa de humanização ambiental.
Pois bem, é nesse contexto caótico sócio-feudal que surge a figura do Cavaleiro como um modelo de processo educativo e de ensino desvinculado dos clássicos gregos e latinos e como novo ideal a ser seguido pelas famílias daquele tempo. Para os pais entregar os filhos a uma ordem de cavaleiros para nela serem educados era o ápice da escalada social possível.
Do novo homem desta nova organização social esperava-se que até os vinte anos de idade obtivera:
1 – Formação militar;
2 – Que fosse lanceiro ou espadachim (como em os três mosqueteiros); e
3 – Que fosse um Cavaleiro.
Eram mandamentos cavalheirescos que o homem se dedicasse à guerra; que na ausência de guerras participasse de jogos de guerra, inclusive para manter a tática e técnica de guerreiro e, acima de tudo, que venerasse a figura da mulher. É herança deste período, ainda hoje, a recomendação aos homens que sejam “cavalheiros” com as mulheres.
Aliás, aquelas características seguem em destaque na literatura mundial. Foi assim com o romance de Alexandre Dumas ao escrever “Os três mosqueteiros” em 1844, como, modernamente, é o caso de “Batman – o Cavaleiro das Trevas” escrito por Christopher Nolan y David S. Goyer, entre os anos de 2004 e 2012.
Como não havia mais preocupação com o processo de ensino científico(só da educação cavalheiresca) quem assumiu as funções de economistas, contadores, advogados e administradores foram os sacerdotes. Com isto a Igreja assume de vez o controle da vida social no Ocidente, enquanto o Oriente segue uma cultura independente. Pelos lados asiáticos e do Oriente Médio começa a se solidificar o Islamismo de Alá e Maomé, que aos poucos implodirá e explodirá culturas e nosso mundo de formas variadas.
No Feudalismo, as paróquias existentes em cada feudo serão o “Poder Paralelo” ao próprio feudo, pois seguirão ricas e detentoras dos segredos confessionais de ricos e de pobres. Observe que a literatura desta época sempre faz referências à corrupção e disputa pelo poder entre senhores feudais, bispos, arcebispos e párocos locais.
A influência dominadora da Igreja, única instruída intelectualmente, sofrerá alguns reveses (como na mini reforma luterano-protestante do século XVI), mas jamais perderá força por completo, até nossos dias.
Em verdade, outras formas de teocracia ainda mais violentas e amedrontadoras ascenderão ao poder e ameaçarão com terror extremo, a quem pensa diferente de sua forma de crer, como seguiremos demonstrando.
Até breve.