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A História da Educação e do Ensino. Episódio de hoje: O Ensino, a educação e o ser humano primitivo (Parte 1).

Direto de Brasília-DF.

O Professor Thomas Ransom Giles diz que o processo de educação objetiva integrar a pessoa no contexto das tradições e também no sócio-cultural.

Soa bem tal afirmativa quando o leitor consegue fazer diferença entre o processo de ensino e o processo educativo. Este contém aquele porque neste as famílias, o Estado e a Sociedade são partners ou sócios no empreendimento de elevar o bebê, de mera existência humana a um ser pensante com funções sociais e econômicas contributivas ao modus vivendis de uma sociedade nacional e até internacional.

Desde o surgimento da geração “Y” (também chamada  de geração do milênio ou millenialls)o mundo da informação globalizada vem criando pessoas para as quais não há mais divisas ou fronteiras.

O homem “Internético”ou telemático recebeu da ciência e tecnologia da informação, a chance de se tornar multidisciplinar e de se “teletransportar” para múltiplos espaços e tempos sem sair do lugar, e por isto, possível dizer que apesar de ao alcance de poucos, a rede mundial de computadores é a tão sonhada máquina do tempo que sempre desejamos construir.

Portanto, dizer que o processo de educação objetiva integrar a pessoa em determinados contextos, tais como tradições e contexto sócio-cultural é ineficaz, se não dilatarmos “contexto” para a vida no Planeta Terra desde os tempos primitivos até àqueles que virão, quando nenhum de nós que agora lê este artigo aqui estará.

É certo dizer que quanto mais acesso à rede mundial de computadores uma Nação possui, mais perto está de ser sócio-economicamente classificada como, em desenvolvimento ou desenvolvida.

Mas, é certo também que a maior parte da população mundial que possui alcance não é influenciadora científica ou tecnológica. Esta parcela frequenta mais sítios de entretenimento, em geral, que páginas de conhecimento acadêmico, científico e tecnológico. Não é contraditório isto? Todos queremos progredir, melhorar de status e de condição sócio-econômica e quase todos sabemos a fórmula, mas somente uma ínfima minoria está disposta a pagar o preço exigido pela História

Nesse contexto, insisto em fazer distinção em processo de educação e processo de ensino. Como agentes de educação incluo famílias, Estado e Sociedade e, como agente do processo de ensino incluo Escolas de todos os graus de ensino e os profissionais que nelas trabalham. Por óbvio que quem educa também ensina, mas não é obrigação de quem ensina, educar.

Na função de quem ensina, educar é ação reflexa, acessória e não principal. Como exemplo do que acabamos de dizer podemos tomar inúmeros cursos de capacitação e treinamento que são ministrados, tais como preparatórios para concursos e graduações em faculdades diversas. Um professor destas duas modalidades, por exemplo, vai para a sala de aula ministrar um conteúdo acadêmico com o fim de ensinar e não com o fim de educar na modalidade de orientar conduta e esculpir caráter em aluno. Tal fase é considerada já ultrapassada por Professores e alunos. O que impera nesta fase adulta é o acúmulo do conhecimento acadêmico capaz de suprir os desejos do Mercado de Trabalho.

Lembremo-nos que no Ensino fundamental e médio o conhecimento tem a finalidade de alimentar o cérebro, de orientar conduta e formar caráter. Isto não significa dizer que em uma graduação ou pós-graduação em sentido amplo ou estrito não haja qualquer propósito educativo. Claro que há! Afinal, para quem está aberto a se deixar educar este é um processo contínuo que abrange a vida em todos os momentos e lugares.

Todavia, um Professor de faculdade e de inúmeras outras agências de transmissão de ensino acadêmico, não tem qualquer preocupação com orientação de conduta e/ou formação de caráter. É por isto que em algumas faculdades e universidades os alunos “matam” aula e optam por fumar maconha e/ou beber cerveja no bar da esquina ou mesmo nos porões da universidade e o Professor não está nem aí. Por que isto acontece?

Porque para o Professor de centros de ensino acadêmico, para as famílias dos alunos, para a Sociedade e para o Estado acredita-se que seu caráter já esteja formado e que o novo adulto já tomou conhecimento das regras principais que regem a vida em sociedade, aí incluindo os principais direitos e deveres de boa convivência. 

Por óbvio que isto não se dá com as escolas de nível fundamental e médio. Nestas, crianças e adolescentes por mais que não aceitem, não possuem corpo e alma devidamente formados. Por mais que já se sintam “reis e rainhas do mundo”, são alunos carentes de alimento para o cérebro, de orientação quanto às normas de conduta a seguir e de ensino que lhes molde o caráter, a fim de se tornarem cidadãos e profissionais que atendam os anseios do Mercado de Trabalho e pessoas que contribuam com o desenvolvimento social e econômico de um país.

A jornada do homem primitivo até o homem de nossos dias exigiu, exige e exigirá que siga adaptando-se e nisto parece ter razão Thomas Hobbes e Charles Robert Darwin ao ensinarem que a sobrevivência nem sempre é do mais forte e sim do que melhor se adapta.

Até breve 🙂

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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