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A História da Educação e do Ensino. Oitava Lei do ensino: Preparação para a disruptura cientícia e tecnológica (Parte 2).

Direto de Brasília-DF

 

JUSTIFICATIVA DE MINHA PROPOSIÇÃO DA OITAVA LEI DO ENSINO:

Como dito no artigo anterior, creio que John Milton Gregory ao escrever seu livro “As sete leis do ensino” nos revela verdades irrefutáveis.

Não creio, todavia, que apesar da irrefutabilidade do que revelou, ele tenha tido qualquer pretensão de esgotar a verdade. Não age assim quem ama o conhecimento, pois sabe que o homem é finito e o conhecimento, mutável infinito e evolutivo.

Ao processar as 7 Leis do Ensino e comparar sua efetividade no tempo e no espaço, penso ser possível ampliá-las para OITO LEIS DO ENSINO, denominando-a de:

PREPARAÇÃO PARA A DISRUPTURA CIENTÍCIA E TECNOLÓGICA”

Por que atribuo tal denominação? Porque me parece ter razão o filósofo pré-socrático, Heráclito de Éfeso(cidade da antiga Ásia Menor e hoje na Turquia), quando diz que “A mudança é a única constância” no universo. (vide artigos anteriores)

Não menos razão possui o matemático, teórico político e filósofo inglês Thomas Hobbes que em seus estudos(especialmente seu livro: Leviatã) propõe que a sobrevivência das espécies deste Planeta Terra está vinculada à maior capacidade de adaptabilidade. Aliás, esta tese do século XVI vai inspirar o naturalista e conterrâneo de Hobbes, Charles Robert Darwin, na defesa de sua tese evolutivo, no livro “A origem das Espécies”.

A questão que levanto aqui não é se você defende o criacionismo(Deus a tudo criou) ou se você é evolucionista(O homem é um dos frutos da evolução das espécies). Peço uma trégua dialética, apenas para nos divertirmos com o conhecimento, sem o dogmatismo dos que pensam que toda a verdade já está revelada, sem qualquer possibilidade de mudança.

É neste contexto que justifico a OITAVA LEI DO ENSINO, sem a pretensão de que ela possa sofrer adaptações e melhorias. Apenas, não desejo deixar de fazer o que ensinou Johan Milton Gregory, ou seja, assimilar o conhecimento, processá-lo e, se possível, reinventá-lo por mim mesmo.

EXPLICAÇÃO DE MINHA PROPOSIÇÃO DE INSERÇÃO DE UMA OITAVA LEI DO ENSINO:

Por que proponho a denominação “Preparação para a disruptura cientícia e tecnológica”?

Primeiro porque devemos aceitar que a mudança é uma constância no Universo. Ela independe do querer humano e transcende o espaço(ocorre em todos os lugares) e o tempo.

Aceitar que há um ciclo existencial no reino vegetal e animal e até no mineral (em certas circunstâncias), nos faz, ao menos, estar abertos para as fases seguintes do conhecimento, mesmo que este seja uma variável sobre a qual não possuímos total controle.

O conhecimento pode confirmar o que pensamos, tanto quanto pode nos obrigar a pensar o oposto do que pensávamos a segundos atrás.

Para melhor entender esta afirmação, pensemos na mudança que provocou o físico, matemático, astrônomo, e filósofo florentino Galileu Galilei, quando no século XVII, comprova o heliocentrismo, ou seja, que o Sol(e não a Terra) é o centro do sistema solar. Copérnico, Galileu e seus discípulos morreram em conflito com a Igreja Católica(que em nome do dogmatismo religioso perseguiu os defensores do heliocentrismo).

Fez bem o Papa João Paulo II, que no ano de 2000, formalmente, pediu desculpas por todos os erros cometidos pela Igreja Católica nos últimos 2.000 anos, incluindo o julgamento de Galileu Galilei pelo famigerado Tribunal da Inquisição, que não passava de uma corrupta espécie de Supremo Tribunal Federal da “Santa Inquisição”.

Pois bem, o termo disruptura provém do Latin “discidium” e significa “rompimento”. Seu uso moderno. No entanto, provém do idioma inglês “disruption” significa “interrupção ou rompimento do conhecimento”.

Nos parece bastante apropriado aceitar que a ciência (o conhecimento que se adquire sobre algo ou alguém) é passível de se romper, na medida em que melhor conhecemos o objeto de estudo.

Não é novidade alguma que a cada nova leitura, a cada vez que olhamos, tateamos e passamos o conhecimento pelo crivo da razão, novas descobertas fazemos sobre o objeto estudado. Por isto John Milton propôs a Recapitulação, como a Sétima Lei do Ensino e, entendo que o fez de forma magistral.

Em segundo lugar, penso que a “Preparação para a disruptura científica e tecnológica”, por si já envolve uma predisposição a rompermos com o dogmatismo(a concepção de que as verdades são imutáveis) e a nos colocarmos atentos, como a sentinela que olhava para o oceano à espreita de quem estava se aproximando de sua fortaleza.

Tendemos a criar “fortalezas” ao redor do que cremos porque é mais fácil nos mantermos em nossa zona de conforto. Não nos sujeitarmos a mudanças nos permite ser sempre os mesmos, fazermos sempre as mesmas coisas, usarmos as mesmas ferramentas de trabalho. É indiscutível que essa acomodação traz os “benefícios” de uma rotina que nos faz estacionar na zona de descanso, da preguiça, da falta de criatividade. Não é assim que a Ciência funciona.

A Ciência que ser conhecida. Ela tem desejos evolutivos incessantes. A Ciência é dinâmica, orgulha-se em jamais parar, jamais se acomodar. Questionar sempre é sua essência. Os dilemas éticos pertencem ao homem, mas a ciência quer sempre mais, quer evoluir, enquanto ao homem cabe a análise da Ética. Todavia, a ciência sofre porque a análise ética é sempre prejudicada pelos dogmas que regem nossas sociedades, sobretudo, os dogmas religiosos.

A analogia que fiz acima me recorda a história bíblica criacionista. O livro de Gênesis 2:17, relata que Deus disse: mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.

Sim, o conhecimento pode dar vida e também pode matar. O avião de Santos Dumont e o conhecimento sobre a fissão nuclear de Albert Einstein e outros cientistas alemães conduziram a humanidade aos aviões de guerra e à bomba atômica, é uma verdade, mas a destinação do conhecimento, tal como o avanço que pode advir do domínio da genética e das células tronco é um dilema ético humano. Conhecer é preciso! Do contrário, para quê serve o livre arbítrio?

Por fim, minha proposta de denominar a “Preparação para a disruptura científica e tecnológica” como OITAVA LEI DO ENSINO, está fundamentada no fato de o vocábulo “tecnologia” estar intimamente linkada ao processo evolutivo, cujas mudanças alteram a realidade física.

Um pensador e/ou cientista elabora e sistematiza o conhecimento abstrato. Ele mesmo experimenta ou cede sua ideia para ser experimentada dezenas e até centenas de vezes até que aquele conhecimento, aquela ideia se materializa numa invenção ou criação que, patenteada ou não vai alterar nossa realidade física ao ponto de quem antes se restringia a uma cadeira de rodas passa a caminhar com auxílio da robótica, quem antes morria por degeneração celular pode ver suas células se reproduzirem por si, para combater o câncer, o mal de alzheimer e outras enfermidades degenerativas.

O pensar revoluciona ou deveria revolucionar toda e qualquer crença, mas necessita que o “crente” esteja aberto a pensar e aceitar que o conhecimento existe como um constante caminhar para frente.

Apego exagerado a determinado modo de pensar conduz à estagnação. Eis porque proponho a “Preparação para a disruptura científica e tecnológica” como a Oitava Lei do Ensino, exatamente por pensar, saber e crer que o pensar é evolutivo…

Até breve!

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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