Cerimônia que institui o dia 10 de maio como o Dia Estadual
da Ciranda contou com a presença de diversos mestres e mestras do ritmo
O governador Paulo Câmara assinou, na tarde desta sexta-feira (10), durante uma cerimônia realizada no Palácio do Campo das Princesas e com a presença de diversos mestres e mestras cirandeiros, a Lei nº 77/2019, que institui o dia 10 de maio como o Dia Estadual da Ciranda. De autoria do deputado estadual Waldemar Borges, a proposta é uma homenagem à data de nascimento do Mestre Baracho (in memoriam). Na ocasião da solenidade, o governador de Pernambuco também anunciou os nomes dos homenageados da 20ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), que acontece de 3 a 14 de julho, no Centro de Convenções de Pernambuco, e homenageará o legado artístico do Mestre Baracho, de Mestre Duda e de Lia de Itamaracá, Patrimônio Vivo do estado.
O evento teve a participação de diversos representantes do Governo de Pernambuco, como Ana Luiza Câmara, primeira-dama e coordenadora da Fenearte; Luciana Santos, vice-governadora; Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe, José Neves Neto, vice-presidente da Empetur; Bruno Schuambach, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico; Roberto Abreu, presidente da Addiper; Márcia Souto, diretora de promoções do artesanato da Addiper; Alberes Lopes, secretário estadual de Trabalho, Emprego e Qualificação; e o coronel Carlos José, chefe da Casa Militar.
Além de Lia de Itamaracá e Cristina Andrade, duas cirandeiras que carregam o título de Patrimônios Vivos de Pernambuco, a cerimônia contou com a presença de diversos mestres e mestras, como o Mestre Santino, da Flor de Cirandeiro (Nazaré da Mata); Mestre Zé Duda, da Ciranda Rosa de Ouro (Aliança); Mestre Juares (Tabajara); Mestre Walter, da Ciranda Cobiçada de Rio Doce (Olinda); Mestre Bi, da Ciranda Bela Rosa (Nazaré da Mata); Mestre João Limoeiro (Carpina); Mestre Gervásio, da Ciranda do Bultrins; Mestre Pacheco, da Nova Ciranda (Olinda); Mestre Luciano, da Ciranda Flor do Lírio (Nazaré da Mata); Mestre Arnaldo, da Ciranda Amaro Branco (Olinda); Mestre Goita (Pontezinha), Mestre Josivaldo Caboclo (Lagoa de Itaenga); Mestre Cristiano de Água Fria (Olinda); Dona Duda (Janga); Mestre Zeca Cirandeiro (Paudalho); e Mestre Dona Bel (Tabajara).
Para o governador Paulo Câmara, o dia 10 de maio será, a partir de agora, sempre lembrado por essa expressão artística que faz parte da vida do povo pernambucano “Uma expressão que traz unidade, alegria e bem estar. Este ano, a Fenearte vai homenagear essas pessoas que tão bem fazem a cultura pernambucana. Uma homenagem mais que justa, e que veio no tempo certo. Precisamos estar atentos àquilo que é tão importante para nós, a partir da educação, da cultura e das expressões artísticas. Hoje celebramos tudo isso, mas, sobretudo, desejamos que o Brasil valorize a alma do seu povo, o senso de unidade que sempre nos uniu. Pernambuco mostra que está de mãos dadas pra enfrentar esses desafios. As ameaças combatemos com a valorização das artes e dos nossos artistas. Estaremos lá na Fenearte, no dia 3 de julho, inaugurando a feira, homenageando vocês, a ciranda e nossa cultura”, celebrou o governador de Pernambuco.
Mestre Santino, que falou em nome de todos os cirandeiros presentes, em declarou que “me sinto muito prestigiado por estar no meio dessa multidão me apresentando e representando meus companheiros da cultura popular. Em todos os cantos que a gente vai levamos nossa alegria de vida pra trazer uma melhora para a cultura pernambucana”.
Segundo Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe: “basta ver o calendário anual de atividades. Os editais públicos dos ciclos festivos, como o Carnaval, São João e Natal, já preveem 30% de atrações populares. O Festival de Inverno de Garanhuns tem um palco da cultura popular. Quando a gente olha pro Funcultura, encontramos uma linha para as manifestações culturais. Ainda tem o Patrimônio Vivo, que todo ano contempla seis novos mestres e mestras com uma bolsa financeira. Toda essa política pública surge para a salvaguarda da cultura popular. Uma política com agenda e que preserva, sobretudo, a cultura popular. Quanto aos cirandeiros, merecem um olhar mais cuidadoso nosso, com capacitações para que possam ingressar nos nossos editais públicos”.
O deputado estadual Waldemar Borges, autor da Lei 77/2019, lembrou do simbolismo da manifestação para a cultura popular pernambucana. “Primeiro porque tudo que diz respeito à cultura pernambucana tem signos fortes. Pernambuco é o estado de maior representação cultural no País. São expressões que dão a sustentação cultural daquilo que somos. Uma nação com uma identidade cultural forte. Esse ato simples é carregado dos nossos valores de resistência. Outro simbolismo tem relação com a ciranda. Estamos preenchendo uma lacuna, porque faltava a esta manifestação uma coisa mais forte como esta data especial”.
Responsável pelo anuncio dos homenageados na 20ª Fenearte, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Bruno Schuambach, ressaltou o valor da maior feira do segmento da América Latina. “A gente consegue articular uma rede formada por mais de 1000 artesãos no estado inteiro, promovendo a cultura de Pernambuco, e movimentamos cerca de R$ 50 milhões. 80% desse valor é voltado para os artistas de Pernambuco”.
Ao final da solenidade, uma grande roda de ciranda abriu no pátio do Palácio do Campo das Princesas, ao som de todos os cirandeiros presentes.