O avanço da degradação ambiental e a eloquência das mudanças climáticas nesse século aceleram os trâmites necessários a reversão de um quadro desolador do futuro do planeta Terra.
Esforços diplomáticos, encontros anuais para debater o assunto, a adesão a metas de redução de emissões de CO2 fazem parte do script mas recentemente a urgência tem tomado conta de fazer esses acordos realmente a surtirem seus efeitos.
Em novembro de 2022 realizou-se a COP 27 ou melhor a 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. De acordo com os resultados do relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em fevereiro de 2022, é urgente que se tomem ações do clima de modo a alcançar a neutralidade de carbono até 2050. As ações nessa direção impedirão a elevação da temperatura global acima da meta de 1,5 grau Celsius.
A assinatura de novas acordos e metas de redução de CO2 revela o importante papel que a inovação tecnológica desempenha nessa jornada climática e de salvamento do planeta.
A adoção de políticas públicas focadas em escolhas tecnológicas colocam em xeque-mate a eficácia de políticas públicas que acreditam que a neutralidade tecnológica é o caminho para a escolha das melhores e mais demandadas tecnologias que irão reduzir definitivamente essas emissões futuramente.
O principio da neutralidade tecnológica parte da ideia de que o Estado não deve impor preferências a favor ou contra tipos específicos de tecnologia. Por outro lado, garantir a eficácia das escolhas realizadas pelo mercado podem não surtir os efeitos almejados pela COP27 uma vez que a pauta climática pede urgência.
Por outro lado, é o princípio de que o Estado não deve impor preferências a favor ou contra tipos específicos de tecnologia. Ademais o conceito de neutralidade tecnológica pode dar munição quando não utilizado para justificar o “porque” que determinada escolha tecnológica é realizada em detrimento de outra(s).
É o velho julgamento que os policy makers realizam quando o assunto é política pública. quando se opta por tecnologias mais limpas e que contribuirão para os objetivos traçados na COP27, é importante considerar que esse movimento numa direção tecnológica poderá reverberar em redução de custos futuros, atratividade de capital para esse segmento, melhorias de infraestrutura. A tal da mão invisível de A Smith deve ficar recolhida, as escolhas e decisões por tecnologias maduras, já “testadas” pelo mercado cujo fator de difusão está em andamento é o caminho lógico de qualquer escolha racional realizada por esses entes, os policy makers.
Portanto, quando o assunto é transição energética- é preciso realizar escolhas.
Em situações urgentes como a vivenciadas atualmente, ainda que se escolham tecnologias em “curso” que estejam sendo “testadas”, a manutenção de um status quo é um risco e um atraso dai a importância em se realizar as escolhas tecnológicas.
Instrumentos desenhados que não corroborem com a neutralidade tecnológica favorecem os “demand pull” e os saltos quânticos e tecnológicos que promoverão as mais belas soluções inimagináveis pelo mercado e ecossistemas de inovação.
Ademais as políticas públicas direcionadas a determinadas tecnologias permitem a aceleração de inovação assim como uma melhoria na relação custo-eficácia ao longo do tempo. O aprender a fazer, “testar”, “experimentar” novas tecnologias podem também aflorar a concepção de tecnologias que melhorem os processos produtivos elevando a sua escala de produção.
Essa lógica da escolha é puramente econômica e está embasada na ideia de realizar a melhor escolha do ponto de vista econômico observando a maximização dos resultados.