#JABOATÃODOSGUARARAPESÉFOCO DR JUDIVAN VIEIRA

TRIBUTAR LIVROS ASSEMELHA-SE AO ATO DE ACENDER FOGUEIRAS PARA QUEIMÁ-LOS EM PRAÇA PÚBLICA! (Parte 3)

Direto de Brasília-DF.

 

Diga-me: que importância você dá ao fato de um dia haver aprendido a ler e escrever?

Porque, após haver feito tanto esforço para conquistar tais virtudes as abandonou como se fossem desprezíveis?

Nos séculos passados as classes ricas e dominantes eram inimigas de qualquer política que permitisse aos pobres, acesso à leitura e escrita. Sempre souberam que livros curam a ignorância, a eterna pandemia a atacar o cérebro da humanidade.

Uma sociedade formada por ignorantes torna-se um coletivo de imbecis, como animais com cabresto, dirigidos para aonde desejam seus donos. Ocorre que esses “donos” possuem a ideologia política, jurídica, social e econômica que os mantém na dimensão da dignidade social, da riqueza e da prosperidade, enquanto o povo segue como MANADA, gado levado ao matadouro do trabalho mal assalariado, do consumo de produtos de qualidade imprestável e com preços altíssimos. E, aí, você se pergunta: o que livros têm a ver com esse cenário caótico?

A resposta é: eles estão totalmente vinculados ao cenário, pois um cérebro bem alimentado consegue raciocinar de forma lógica, ou seja, de forma que aprende a juntar as partes da informação que, unidas permitem a compreensão de um todo.

 Seja em casa, igreja, clube, sindicato, associação profissional, trabalho ou em qualquer outro coletivo, a compreensão das partes é que te permite discernir as reais intenções e propósitos. Um cérebro bem alimentado pode raciocinar criticamente, ou seja, aprender a discernir o certo do errado, o justo do injusto, o honesto do desonesto e, por fim, associar esse discernimento às ações e omissões que deve praticar.

Você quer saber como aprender a raciocinar crítica e logicamente? Com a leitura de bons livros, com o exercitar da escrita e da interpretação dos textos que lê! Já notou que não há espaço para apresentar e discutir literatura em programas de Rádio, TV, mídias sociais e dos influenciadores digitais?

Isto ocorre porque nós permitimos a construção da cultura que ensina que literatura não é assunto interessante; que é maçante, chato, e que espanta pessoas legais da conversa. É por isto que em nossos programas de TV a todo instante ouvimos um “nóis vai”, “tu é”, “pra mim fazer” e outras construções frasais que de tão comum não trazem mais o sinal de perigo consigo.

É esse ciclo de ignorância perpetuada que faz com que o Canadá esteja vacinando pessoas de 30 e poucos anos, e o Brasil nem aos de 50 chegou. É esse ciclo que nos leva a cultuar “pichadores” como a artistas e políticos corruptos como a eternos salvadores.

Esse ciclo de ignorância e descaso com livros e escritores interessa muito a quem domina, porque assim pode manter seu curral e nele separar as manadas nas baias da engorda, alimentando seus cérebros com fofoca, ódio, imbecilidades, idiotices, “fake news”, e crenças em ideologias políticas estúpidas que colocam um grupo contra o outro, enquanto “patrões” observam e se divertem em seus camarotes ao ver os “gladiadores” se matarem na arena da vida.

Claro que ninguém aguenta só cultura, só leitura, só escrita, só informação séria. A vida exige diversão, lazer e entretenimento para suavizar os momentos de luta. Mas, desprezar o conhecimento e fazer da ignorância a regra é implorar pelo fracasso coletivo.

O mundo de ilusão não resiste à realidade quando se chega á idade de entrar no mercado de trabalho. No currículo não dá para registrar  quantos BBBs e outros “realities” alguém assistiu; não serve para convencer o entrevistador que você merece a vaga de emprego por ter sido o(a) “popular” na escola, por ser o valentão ou valentina que bulinava todo mundo, porque era o pacifista fumador de maconha que vivia “na paz” e sem o menor comprometimento tático, técnico, físico e mental com o que devia fazer, e no tempo que devia fazer.

Divirta-se sempre que puder, mas não abandone a leitura.  “NEVER STOP READING” ou, Nunca deixe de ler! Leia sobre tudo que te vier às mãos. Escolha entre os livros que lê, alguns que possam ser considerados como capacitação e treinamento para sua vida acadêmica e profissional e saiba que a leitura constante é o melhor de todos os alimentos, para que teu cérebro possa agir e reagir contra a  doutrinação das legiões de idiotas que hoje se passam por sábios.

 Refletindo sobre a importância da leitura causa-me estranheza quando leio que apesar da Lei 10.865/2004 (art. 28) garantir isenção aos livros, sobre contribuições para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e para os programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) governos levantam a possibilidade de tributá-los.

Também não aceito bem o fato de editores, distribuidores e livrarias não aproveitarem a isenção tributária vigente há bastante tempo, e pararem de COBRAR DOS ESCRITORES PARA EDITAR SEUS LIVROS. Vocês precisam passar a pagar aos escritores para editarem os livros deles, porque sem livros os negócios de vocês não existem!

Necessitam parar de fazer como usineiros e refinadores de petróleo que não importa quanto o governo reduza a carga tributária, continuam mentindo que o custo da produção justifica manter preços altos e elevá-los ainda mais. Tais falácias, são mentiras que a maioria do povo não consegue detectar. Mas, há quem sabe identificar a maldade do coração de vocês.

MENTIRAS EM NOME DA GANÂNCIA! Esta é uma das razões pelas quais qualquer Moeda que venha a ser criada no Brasil nunca vale nem valerá mais do que, o que o “gato enterra”. Sempre com a desprezível  relação de CINCO OU SEIS REAIS POR UM DÓLAR AMERICANO, SEIS OU SETE REAIS POR UM EURO, E SETE A NOVE REAIS POR CADA LIBRA ESTERLINA.

Sou pela não tributação dos livros, mas sou também pela diminuição da ganância das editoras que PRECISAM APRENDER A PREMIAR AOS ESCRITORES, A PAGAR PELO DIREITO DE EDITAR OS LIVROS, como fazem os editores norte americanos quando encontram originais que lhes agrada.

Por óbvio nem todo escritor e nem todo livro merece ser premiado, mas sugiro que criem um filtro real com critérios justos para premiarem a escritores com adiantamento para poderem planejar um trimestre ou semestre sabático para escrever seus livros, gozando do ócio criativo que merecem. Afinal, alguns livros se eternizam e passam para a história como fonte de consulta e merecem a recompensa pelo esforço de seu criador. Acabem com os concursos “caça-niqueis”, com as manipulações para direcionar quem vai ficar em primeiro, segundo e terceiro e adotem mais ética no relacionamento com os escritores. Quando todos se desenvolvem todos ganham, diz David S. Landes, autor do best-seller “A riqueza e a pobreza das Nações”.

Você pergunta se estou advogando em causa própria? Sim, e falo também por milhares de outros escritores brasileiros e também por aqueles que pretendem ingressar na profissão.

O Brasil é um país de muitas contradições. Uma delas é que por aqui paga-se milhões por idiotices e cultiva-se o negacionismo do valor da leitura e da escrita. Negacionismo neste país só chama atenção em discurso de defensores cegos da esquerda, direita ou centrão político, quando raivosamente fazem referência às opiniões contrárias aos interesses de seus “donos”.

O negacionismo que se pratica com a literatura assassina o escritor, condena nossa sociedade à superficialidade e entrega o bastão do poder a idiotas que se revezam em ciclos políticos intermináveis e fazem os eleitores correrem em busca da dignidade social, como cães correm atrás da salsicha amarrada no próprio rabo.

 É por isto que há mais de duzentos mil vagas para engenheiros e não há profissionais qualificados no Mercado; que faltam profissionais de TI (Tecnologia da Informação) e alguns que aqui se formam preferem abandonar o Brasil e ir para Canadá, Bélgica, Alemanha, Holanda, Portugal e outros países. No Brasil não se valoriza mérito, livro, leitura, escrita, escola. Entenda que não é somente a pandemia com a insolvência civil e falências de empresas que faz aumentar o número de vendedores de caquis, nos semáforos, ou de parasitos sociais como os tais “flanelinhas” e seu famoso bordão: – bem vigiado, doutoro(a)!”.

O desprezo pelos livros, pela escola, pela leitura e pela escrita é o combustível perfeito do motor da ignorância que impulsiona o Brasil, em marcha à ré.

É nesse cenário que todos querem ser bem sucedidos, ricos e famosos, mas como tal plenitude é impossível de ser alcançada, tolos são entronizados e o rancor dos mal sucedidos torna-se arma na guerra social na qual até o(a)s “lobinho(a)s” querem ser o(a) Alfa da alcateia…

 

 Quarta-feira(dia 26), o último artigo sobre esta série de artigos. Não perca!

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Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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