Domingo, 1º de dezembro, é celebrado o Dia Internacional da Luta contra a Aids. A doença pode ser passada de mãe para filho. Porém uma notícia de São Paulo é um alento para todo Brasil: a cidade conseguiu eliminar a transmissão do HIV da genitora para o bebê, de acordo com o Ministério da Saúde. Mas como isso pode ser feito? O imunologista e coordenador do curso de Medicina da Faculdade Pernambucana de Saúde Edvaldo Souza destaca que o primeiro passo para evitar este problema é o diagnóstico precoce através da testagem da gestante já na primeira consulta do pré-natal.
Esse processo, conhecido por transmissão vertical, pode acontecer em três momentos: durante a gestação, parto ou amamentação. Sem qualquer ação de prevenção, o risco é de 20%, de acordo com o Ministério da Saúde (2014). Já quando grávida realiza o acompanhamento médico, a possibilidade de infecção do bebê é inferior a 1%.
“O uso da combinação de medicamentos faz com que os riscos do contágio para o recém-nascido sejam reduzidos. O grande vilão da transmissão vertical é a falta de terapia adequada e acompanhamento. Esses medicamentos devem ser oferecidos a todas as gestantes portadoras do vírus, mesmo que não tenham sintomas, pois reduz a quantidade do vírus no sangue da mãe e consequentemente diminui a chance de transmissão ao bebê”, disse Edvaldo, da FPS.
Transmissão da doença, segundo o médico Edvaldo Souza
Placenta
“A placenta, que transfere ao bebê nutrientes e oxigênio do sangue da mãe, pode também “deixar passar” o vírus HIV, que causa a Aids. Mas, se o acompanhamento pré-natal for realizado corretamente, essa probabilidade é menor. A transmissão vertical é mais arriscada durante o período próximo ao parto, durante o parto e no período da amamentação”.
Parto
“Durante o parto normal ocorre maior contato de sangue e secreções da mãe com o bebê. Por isso, geralmente, recomenda-se o agendamento de uma cesariana de acordo com o controle ou não do HIV através de medicamentos. Outros cuidados sugeridos são o rápido “fechamento” do cordão umbilical e o banho no neném”.
Amamentação
“O recém-nascido também usa medicamentos em forma profilática até durante quatro semanas. E ele não poderá se amamentar no peito. Assim como o sangue, o sêmen e as secreções vaginais, o leite materno também pode transmitir o HIV”.
Fonte: Pedro Paulo – Multi Comunicação
Foto: Divulgação