#ÉFOCOÉNOTICIA DR PAULA MEYER

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA E AS USINAS HIBRIDAS NO BRASIL

O conceito de híbrido segundo o dicionário Aurélio é tratado como sendo diz-se de ou organismo formado pelo cruzamento de dois progenitores de raças, linhagens, variedades, espécies ou gêneros diferentes e que freq. é estéril . Na área de energia, o conceito de híbrido quer dizer que na geração de energia considera-se duas ou mais formas de produzir energia considerando a conjunção de duas tecnológias.

Em tempos de transição energética em que se olha para o setor energético como sendo também um dos setores que emitem gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera e portanto contribui para o agravamento das condições climáticas atuais. Sendo assim, é importante delinear soluções menos poluentes e que mitiguem esses efeitos perversos.

Dentro desse contexto, o Brasil nao poderia ficar de fora. E mais uma vez, estamos na vanguarda de incentivos na construção de usinas híbridas. De forma inédita, o Brasil, prevê um leilão para suprimento do mercado regulado terá resíduos sólidos urbanos, que engloba os projetos de geração termelétrica a partir do lixo, entre as fontes energéticas. O leilão de energia nova A-5 está previsto para 30 de setembro. de 2021.

O certame terá a participação de empreendimentos eólicos, solare e hidrelétricos, térmelétricos a biomassa, carvão mineral nacional e gás natural além dos resíduos sólidos urbanos. O suprimento energético previsto para os próximos 15 e 25 anos.

Uma usina é identificada como híbrida quando as fontes se combinam ainda no processo de produção de energia elétrica, não sendo possível sequer distinguir qual fonte primária foi responsável por que parte da geração de energia elétrica. Alguns exemplos que se encaixam nessa categoria são uma planta solar heliotérmica com queima de biomassa, de forma que o vapor produzido por ambas as fontes é aproveitado na mesma turbina (ciclo Rankine); uma usina fotovoltaica que compartilhe os conversores dos aerogeradores, dispensando o uso dos inversores fotovoltaicos; uma usina fotovoltaica integrada a uma usina hidrelétrica, que será mais aprofundado neste trabalho; dentre outros.

A implantação de usinas híbridas possibilita uma maior previsibilidade e também prolongar a geração de energia a partir, por exemplo, ou da economia de águas nos reservatórios de acumulação no caso de parques solar-hídrico, ou da complementaridade em função do perfil de geração de diferentes fontes, como solar-eólico. (503-artigo)

No Brasil, desde o final do século passado, na década de 90, várias instituições nacionais têm desenvolvido a instalação e/ou monitoração de sistemas híbridos de energia, além de estudos diversificados em relação à capacidade de geração de eletricidade e viabilidade técnica e econômica dos sistemas.

Dentre essas instituições destacam-se o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL), a Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRAS), as Centrais Elétricas Brasileiras (ELETROBRAS), algumas concessionárias de energia, e, principalmente, instituições de ensino superior (federais e estaduais), por intermédio dos seus grupos de pesquisa.

Dentro desse contexto, a inserção das usinas hibridas na geração de energia elétrica se faz necessário em um momento em que as questões climáticas ocupam o centro das discussões nacional e internacional.

Sobre o autor

Paula Meyer Soares

Dentro dessa perspectiva a coluna inaugura mais um espeço para a reflexão no Jornal Pernambuco em Foco acerca dos desafios energéticos e econômicos resultantes das nossas políticas públicas.
Serão abordados temas diversos voltados para área de energia, economia e políticas públicas.
A coluna será semanal abordando os mais variados temas correlatos à essas áreas sob a ótica da economista e professora Paula Meyer Soares autora e especialista em economia, energia e políticas públicas. Doutora (2002) e Mestre (1994) em Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – EAESP. Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (1990). Membro da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE

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