#ÉPERNAMBUCOEMFOCO

REI PELÉ, RAINHA MARTA OU OS DOIS? ALAGOAS, PENSE BEM…

Direto de Brasília-DF.

 

Passei os últimos vinte e poucos dias na Espanha e também por lá não há como negar que o Futebol é o esporte mais querido e mais comentado do planeta.

Não sou entendido na área, mas ao chegar de volta ao Brasil antes de embarcar em breve para a Grécia, noto que um dos assuntos discutidos no meio é a mudança de nome do estádio REI PELÉ, em Alagoas, para RAINHA MARTA, ao argumento que Pelé desprezou os alagoanos por nunca ter estado no estádio nem no Estado.

Por que vocês não deixam o “Trapichão” com o nome do REI? Por que não batizam outro estádio com o nome de RAINHA MARTA, o que seria merecidíssimo por tudo que ela representa para o empoderamento da mulher e pela representatividade para o Estado de Alagoas?

Por que, no Brasil, temos o costume de desmerecer um para merecer outro?

Já pensaram que a Assembleia Legislativa pode estar fazendo esse barulho todo simplesmente para capitalizar atenção e votos de vocês?

Não tem tanto tempo assim eu andava perdido pelas ruas de Atenas, constatando que processo de linguagem e de comunicação são realmente distintos. Afinal, placa em idioma grego não faltava para indicar-me o caminho de volta ao hotel, mas eu não sabia ler grego, o que me deixava bloqueado na comunicação. Tentando comunicar por gestos um dono de uma banca de revista olhou e disse: Brasileiro? Pelé! Brasileiro? Pelé!

O resultado foi que entravamos ali uma meia conversa e por causa de Pelé, ele falou bem do Brasil e com boa vontade ensinou-me o ônibus que deveria tomar para o hotel.

Em fevereiro completaram 50 anos que Pelé parou uma guerra na África. Um país e duas facções se deram trégua, e não se diga que foi por outro motivo porque contra fatos não há argumentos. A guerra foi paralisada para ver o Santos de Pelé jogar! Defeitos? Sim, eles os tem! Mas, quem não tem?!?

Ora, argumentar que vai trocar o nome do estádio de REI PELÉ porque ele nunca foi a Alagoas, soa como dizer que deveríamos desprezar Leonardo Da Vinci porque ele nunca veio ao Brasil. Ainda que possa acontecer por razões do eterno desprezo que cultivamos por nossos valores humanos, não faz o menor sentido Pelé ser idolatrado em várias partes do mundo e ser desprezado em sua própria terra, para que depois amontoem homenagens e prêmios post mortem

Cada vez que volto de viagens pelo mundo e me deparo com essas “guerrinhas de vaidade” tão comuns no Brasil, tão prontas a desprezar nossos valores humanos, entendo porque alguns países hegemônicos prosperam mais socialmente.

Sei que não posso decidir nada, mas posso sugerir. Assim, apenas como sugestão, indago: Porque vocês alagoanos, que têm poder de decisão, não batizam outro estádio muito importante com o nome de RAINHA MARTA e se tornam o único Estado do Brasil a ter dois estádios representando o rei e a rainha do futebol mundial? 

Nesses estádios podem, com autorização e ajuda do REI e da RAINHA montar um museu de seus feitos extraordinários, divulgar para o mercado nacional e internacional e cobrar visitas guiadas de turistas, que certamente ao visitar Alagoas terão outras atrações maravilhosas, além de praias encantadoras.

Um abraço a todos!

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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