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PSC pode ocupar o espaço do PSL no Recife

Eleito na coligação majoritária com PT e PCdoB, o governador Paulo Câmara(PSB) deve utilizar o início de seu segundo mandato para imprimir a sua marca pessoal no novo governo.

Pela posição de se afastar do Governo Federal, embora deixe claro que haverá contato regimental, as projeção de articulações municipais futuras envolvendo o PT e o PSB deve ajudar ainda mais para que o afastamento entre os socialistas e as forças políticas representantes do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

No Recife, para enfrentar o preterido do Palácio, o nome de Luciano Bivar (PSL) surge naturalmente pela expressiva votação obtida em 2018. Entretanto muitos fatores podem trabalhar contra Bivar, como a falta de posicionamento em eventos capciosos para o Governo do Estado antes, durante e após a campanha. Além disso, na condição de presidente nacional do PSL, Bivar sequer foi contemplado no primeiro escalão federal.

Não há indicativos fortes de que Luciano demarque seu espaço com vistas a disputar a prefeitura do Recife em 2020. Assim, o espaço de opositor na capital precisará ser ocupado por outra sigla afim. Na ausência dos bolsonarianos, o eleitorado órfão pode se colar em André Ferreira (PSC), defensor do presidente mesmo antes do lançamento oficial da campanha. André tem um perfil conservador e é bastante ligado a grupos religiosos, muito similar à postura de Bolsonaro. Contra João Campos, candidato preferencial do PSB, e sem um candidato formal do PSL, André reúne todas as condições necessárias para abraçar os votos da direita recifense. Se bem organizado, o deputado federal eleito pode capitalizar boa parte dos quase 400 mil votos que o presidente obteve ainda no primeiro turno na capital.

Contra o candidato do Palácio, quem quer que enfrente o prefeiturável dos socialistas precisa ser páreo duro sob o risco de novamente o PSB emplacar um candidato majoritário no primeiro turno.

Camaragibe 1 – Decisão do Presidente do TJPE, desembargador Adalberto Melo, prorroga a briga pelo comando da Câmara Municipal. Os vereadores Toninho(PTB) e Paulo André(PSB) alegam ter motivos para ocupar o cargo de presidente da mesa diretora. Provocado pela Procuradoria da Prefeitura, o desembargador alegou que compete ao STJ julgar a questão e negou derrubar a liminar que mantinha Toninho(PTB) à frente da casa.

Camaragibe 2 – Ainda na cidade, há rumores de que um deputado estadual estaria de olho em disputar a prefeitura em 2020. Diante de uma disputa completamente aberta envolvendo mais de 5 nomes fortes, o deputado avalia que vale à pena se arriscar porque Camaragibe é uma das maiores cidades do estado.

Aonde vai – Após ser derrotado pela segunda vez em primeiro turno na corrida pelo Palácio do Campo das Princesas, Armando Monteiro(PTB) tomou um verdadeiro chá de sumiço. Várias lideranças alegam tê-lo procurado e não conseguiram contato. Se quiser permanecer vivo na política pernambucana e não cair no ostracismo, Armando vai precisar se desdobrar nestes dois anos ajudando a eleger aliados nas eleições municipais para chegar com fôlego em 2022.

Problema bom – Pelo fato de ter sido uma chapinha atrativa em 2018, o PP acabou expandindo sua influência em muitas cidades. Vários deputados derrotados devem ser candidatos a prefeito nas duas cidades e todos os eleitos devem trabalhar a articulação. Em alguns casos particulares, dois ou três filiados ao PP estão em lados opostos no mesmo colégio eleitoral. Eduardo da Fonte vai precisar de muito jogo de cintura para unir a tropa em torno de objetivos únicos.

Peregrinação – O deputado federal Rodrigo Maia (DEM) está numa verdadeira romaria atrás de votos para se reeleger à frente da Casa. Esta semana, foi recebido pelo governador Paulo Câmara e a maior parte da bancada federal, que, em boa parte, sinalizou positivamente. Ausência sentida foi a dos deputados eleitos Marília Arraes e Carlos Veras, ambos do PT. Os dois já se pronunciaram publicamente de que são contrários à postulação de Rodrigo Maia. Também participou do encontro a deputada federal por Roraima Shéridan (PSDB).

 tempo – Para os prefeitos mal avaliados, ainda há tempo hábil para tocar o trabalho e reverter o prejuízo. Tudo pode acontecer nas eleições municipais, inclusive, nada.

Escrito por Marcelo Velez

Fonte: https://blogpontodevista.com/psc-pode-ocupar-o-espaco-do-psl-no-recife/

Sobre o autor

A oposição é necessária para avaliar a gestão, mas é importante distinguir entre oposição legítima e politicagem, que busca causar problemas e confundir a população. É preciso ficar atento para não cair nesse jogo manipulador.

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