#ÉPERNAMBUCOEMFOCO

Por Letícia Gonzaga de Sá: Análise da frase “Só sei que nada sei, de tudo que sei”, do filósofo grego Sócrates.

Direto da cidade de Gama-DF.

Primeiramente, penso eu que o lógico é apresentar-me. Meu nome é Letícia Gonzaga de Sá, tenho 15 anos, e estou cursando o 1° do ensino médio, na cidade do Gama-DF.

Para dar início a esse meu ponto de vista a respeito de uma das frases mais conhecidas do filósofo grego Sócrates. “Só sei que nada sei, de tudo o que sei”, penso seria melhor contar como surgiu essa iniciativa para estar aqui expondo o meu entendimento.

Na manhã de sábado, dia 27/07/2019, levantei-me para tomar café com meu núcleo familiar, e meu avô Judivan J. Vieira havia começado uma discussão filosófica de forma pacífica e saudável para ouvir e, de certa forma aprender com os diferentes pontos de vista de cada um dos meus familiares.

Na instituição de ensino em que estudo, Centro de Ensino Médio 01 do Gama “CG”, no Distrito Federal, as minhas matérias são divididas por semestralidade e no primeiro semestre eu havia estudado filosofia com o professor Erasmo Dias da Silva. Com ele aprendi formas diferentes de olhar certas situações e aspectos da vida. Quando fui à cozinha onde o meu núcleo familiar tomava o café da manhã e discutia seus diferentes pontos de vista à respeito dessa frase de Sócrates, também quis expor o meu pensar sobre ela.

Talvez a frase “Só sei que nada sei, de tudo que sei” não esteja ligada diretamente ao método socrático de ensino, mas é certo que está indiretamente ligada.

O método socrático é dividido em duas fases, sendo a primeira a Maiêutica (que é a arte de parir ideias) e a segunda fase é a Ironia, por meio da qual Sócrates se fazia de “desentendido” para que pessoas que não tivessem estudos, não ficassem constrangidas pelo fato de estarem conversando com um filósofo.

Usando este método, Sócrates não só transmitia conhecimento como também o adquiria. Ele abria os olhos das pessoas que eram de certa forma “enganadas” pelas palavras dos filósofos Sofistas, considerados os mestres do saber, da oratória e da retórica. Estes mestres só ensinavam por dinheiro. Cobravam pelo conhecimento básico sobre determinados assuntos que ensinavam, esta era uma das coisas que Sócrates abominava neles.

Em 399 a.C, Sócrates foi triplamente acusado por Ânito, Lícon e Meleto. As três acusações foram:

1 – De corromper a juventude;

2 – De desacreditar os deuses oficiais; e

3 – De ir contra a democracia.

Essas acusações sem qualquer fundamento encobriam ressentimentos contra Sócrates por parte dos poderosos da  época. Apesar da defesa de seu discípulo Platão, um do maiores divulgadores de suas obras, Sócrates este não conseguiu a liberdade e foi condenado à morte, optando por beber cicuta, um tipo de veneno, à ceder em seu pensamento ético ou abdicar de suas convicções quanto a seu método de ensino.

Por tudo que disse antes, penso que esta frase se liga indiretamente ao método socrático de ensino, pelo qual ele pretendia abrir os olhos das pessoas para que não fossem e nem sejam arrogantes ao ponto de se acharem donos da verdade absoluta, como os Sofistas se achavam, por exemplo.

Por meio da frase “Só sei que nada sei, de tudo que sei”, acho que podemos entender que há diferentes formas de enxergar determinadas situações da vida e com isso ensinar e aprender com elas. Não devemos ter vergonha em admitir que não sabemos algo, e muito menos sermos arrogantes ao ponto de não aceitarmos opiniões e críticas de terceiros.

Claro que não devemos aceitar tudo que nos dizem. Precisamos sempre filtrar as informações que recebemos, mas creio que devemos  aprender a aceitar opiniões e críticas, pois isso constrói o nosso conhecimento e é isso que nos faz crescer como pessoas.

A finalidade de eu ter escrito este artigo é porque me senti desafiada pelo meu avô a pensar e expor minha ideia sobre o tema. Ele não para de desafiar quem está perto dele a crescer, a melhorar…

Obrigado.

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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