A corrida eleitoral marca o ano de 2022. uma outra corrida também marca o ano de 2022, do tempo. O eleitor brasileiro percebe esse passar do tempo sem sentir quando nos encontramos às vésperas de mais um pleito.
Esse pleito é marcado por importantes eventos políticos, climáticos e econômicos que marcam o ano de 2022 e o período pós-pandemia.
Em meio a tal corrida, candidatos discutem e apresentam suas propostas de governo com o objetivo único de atrair para si novos eleitores. A questão climática e energética tomam o centro debate em meio ao acirramento de uma outras crises: a externa e geopolítica.
O alongamento da guerra Rússia-Ucrânia expõe o lado belicoso da seara geopolítica e energética encampada pelo setor petrolífero mundial. O acirramento das disputas territoriais e a convocação de mais jovens para o combate mostra claramente a importância do setor quando tem-se diferentes interesses em comum.
Por outro lado, a proximidade do inverno na Europa torna o ambiente mais tenso. As negociações em torno do suprimento de gás para Europa não caminham numa direção satisfatória para uma decisão final e razoável para ambas as partes. E enquanto isso o Brasil vai acenando com medidas de redução temporária de impostos (ICMS) que contribuem para inflacionar o preço final dos combustíveis fósseis.
Em agosto desse ano apressou a votação e a aprovação da PEC dos Combustíveis em que previa-se a redução nacional do ICMS nos produtos produzidos pelo setor de energia, com destaque para combustíveis fósseis e seus derivados e energia elétrica. Tal medida repercutiu de modo favorável nos níveis de inflação no Brasil.
Em setembro a previsão é de deflação de 0,95% em decorrência de uma redução no preço dos combustíveis. Tal medida foi bem recebida uma vez que a inflação dos combustíveis pesa no bolso do contribuinte e ainda mais por se tratar de um país em que uma parcela de sua população depende do utilitário individual para locomoção no dia-a-dia.
A questão que desejo colocar aqui é justamente o que ocorrerá após o pleito eleitoral. Esse pacote de bondades endereçadas aos consumidores de combustíveis fósseis tem data para extinguir-se até dezembro de 2022. Após isso não se sabe como o mercado irá reagir diante do retorno das antigas alíquotas tributárias.
Diante desse contexto, a outra notícia boa é que o Banco Central prevê para 2022 uma inflação de 5,88% com expectativa de queda mais pronunciada para o último trimestre de 2022. Para o ano de 2023, a expectativa é de que a inflação fique em torno de 5%.
Esse panorama torna-se mais otimista quando vemos as estatísticas de emprego mostram-se favoráveis. De acordo com dados do CAGED, em agosto de 2022 o país abriu 276,6 mil novas. Em 2022, o saldo de criação de empregos é de 1.853.290 empregos . a maior parte dos empregos concentra-se no segmento de serviços (141.113 vagas); indústria (52.760 vagas); comércio (41.886 vagas); construção (35.156 vagas) e agricultura (7.724) (CAGED, 2022)
Esses dados sem dúvida impulsionarão o setor energético cuja expectativa de crescimento do consumo é de 3,5% até 2031. Essa previsão vai exigir do futuro governante do país a continuidade de investimentos que prevejam a expansão do uso das fontes renováveis com destaque para eólica e solar.
Dentro desse contexto em que a agenda internacional e nacional se alinham para a expansão dessas fontes, o Brasil sai a frente com a abertura a discussão junto a sociedade e agentes acerca da fonte eólica off shore e usinas solares. Essa discussão avança e coloca o país dentre os países em destaque na geração por meio do uso dessas novas fontes.
Essa discussão em torno dessa temática é reconhecida e prevista na agenda dos presidenciáveis. Agora só nos resta saber se o que venha a ganhar o pleito irá efetivamente cumprir a agenda energética prevista e alinhada as demandas internacionais – justificada pelas mudanças climáticas.