Os ânimos estão exaltados dentro e fora do Governo e quando o assunto é inflação e sucessivas altas nos preços dos combustíveis a “dança das cadeiras” é inevitável.
Ontem a noite, o atual presidente de uma das maiores empresas do segmento petrolífero, a Petrobras, José Mauro Coelho foi destituído do cargo. A mudança decorre da divergência do atual governo em relação a política de preços praticada pela Petrobras. A expectativa é de que Coelho permaneça no cargo até a próxima reunião extraordinária do Conselho da estatal quando irá validar outro nome para o comando da estatal.
A posse de Coelho data, 13 de abril e a sua permanência no cargo foi breve e deve seguir o périplo seguido pelos seus antecessores, Roberto Castello Branco e General Joaquim Silva Luna.
O mercado reagiu com surpresa diante dessa mudança “inesperada” no comando da estatal. Isso mostra o embate e a dificuldade em chegar a um consenso em relação as remarcações sucessivas no preço dos combustíveis.
Aventa-se o nome de Caio Paes de Andrade para substituir Coelho até o final do mandato de Bolsonaro. A nomeação de outra pessoa para substituir Coleho será escolha política uma vez que estamos em pleno ano eleitoral. A subida sucessiva dos preços dos combustíves pressiona a inflação e os índices apontam para valores cada vez mais distantes da meta inflacionária para esse ano. A subida dos juros por sua vez nao conseguiu até o momento arrefecer o ânimo da escalada dos preços de uma maneira geral.
Essa estabilidade no cargo é algo imprevisível sobretudo quando o assunto é a política de preços praticada pela Petrobras que acompanha a volatilidade dos mercados externos. O mercado fechou com queda de 3% no valor das ações da Petrobras e a bolsa de valores apresentou forte volatilidade ao longo do dia. Essa “sacudida” ou melhor a volatilidade espalhou-se também para o dólar. A confusão de substituição abrupta da presidência parece ser o tom do mercado até que a solução da política de peços seja novamente discutido e definido na Petrobras.
A Petrobras possui uma governança forte e mecanismos que blindam os efeitos de eventuais intervenções externas, significa dizer que a “dança das cadeiras” pode intervir momentaneamente no humor do mercado mas sem que essas mudanças sejam interpretadas como uma pressão ou interferência externa na Petrobras.
Diante do exposto, o negócio é aguardar a cena dos próximos capítulos e observar o movimento do mercado.