O ano de 2019 será da Ciranda, uma das manifestações pernambucanas mais democráticas e populares. A brincadeira ganha nesta sexta-feira um espaço próprio no calendário estadual (a data foi escolhida porque 10 de maio é o dia de nascimento de Antônio Baracho da Silva, o Mestre Baracho, tradicional cirandeiro que faleceu em 1988, aos 81 anos). A lei que institui o Dia Estadual da Ciranda foi idealizada pelo deputado estadual Waldemar Borges (PSB) e será sancionada às 14h, no Palácio das Princesas, pelo governador Paulo Câmara.
“É uma iniciativa muito boa. Não se pode deixar essa cultura se acabar, ir por água abaixo. Eu, como cirandeira, adorei essa notícia”, disse Lia de Itamaracá, artista de renome mundial que, por sua importância, obteve o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Lia deve estar presente durante a cerimônia, e também vai participar como uma das homenageadas durante a 20ª edição da Feira Nacional de Negócios e Artesanato (Fenearte), em julho. “O anúncio oficial será feito nesta sexta-feira (10) e ainda não sei detalhes de como vai ser, mas estarei lá”, salienta Lia.
A Ciranda será o tema da Fenearte, que ocorre de 3 a 14 de julho no Centro de Convenções, em Olinda, trazendo como homenageados, além de Lia, o Mestre Baracho (in memoriam) e Dona Duda. “A escolha do tema foi fruto de muita discussão conjunta, e me deixou muito feliz porque é uma dança coletiva bem característica de nossas raízes, e que traz consigo muita harmonia e solidariedade. Ela atrai de crianças a idosos, que participam todos juntos, de mãos dadas”, conta Márcia Souto, que é coordenadora da Fenearte e gestora do programa de Artesanato Estadual.
Origens
A Ciranda é originária da Zona da Mata e do Litoral de Pernambuco, tendo chegado com força ao Recife durante a década de 1970. É uma tradição cultural que reforça a identidade e a memória coletivas, bem como o sentimento de pertencimento do pernambucano.
Ela está presente em nossos principais ciclos culturais, como Carnaval, São João e Natal. Segundo Márcia Souto, o tema vai permear toda a feira, e os homenageados foram escolhidos por serem verdadeiros símbolos de nossa cultura, referências obrigatórias quando o assunto é Ciranda.
Fonte: Folha PE
Foto: Ytallo Barreto/Divulgação