Direto de Caldas Novas, GO
Neste último artigo desejo recapitular o que venho abordando, porque como diz um ditado antigo, “a repetição é a mãe do aprendizado”.
Na parte 1, iniciamos fazendo a seguinte comparação:
O INCA – Instituto Nacional do Câncer define que “Câncer é um termo que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas que têm em comum o crescimento desordenado de células, que se dividindo rapidamente tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores que podem espalhar-se para outras regiões do corpo”.
Que paralelo você pode fazer dessa doença maligna com a Política e a Democracia Formal brasileira? Afinal, quando você lê a descrição da doença feita pela medicina, o quanto um corrupto se parece com uma célula cancerígena espalhando a doença pelos órgãos e instituições do corpo estatal?
Na parte 2, dissemos:
Nesta semana uma das notícias políticas impactantes para o Mercado de Trabalho é que o governo federal irá preencher oito mil vagas para provimento de cargos públicos, por meio de concurso único, no ano de 2024.
Bem, como tudo na política, ainda é uma promessa. Mas, o fato é que é sobre esses agentes, somados a todos os demais que ocupam e ocuparão cargos, empregos e mandatos políticos nos baixos, médios e altos escalões que venho escrevendo, e os descrevendo como células, dentro do corpo do Estado.
São essas células que compõem e mantém saudáveis ou não, o corpo das instituições e órgãos públicos que existem com a única e exclusiva finalidade de prestar serviços públicos à Nação(ao povo).
O que isto significa, dentro dessa analogia ou metáfora com a qual vimos buscando simplificar o entendimento do leitor sobre o fato de que “o funcionário existe para a função e não a função para o funcionário público”?
Significa que a corrupção de apenas uma célula gera o maligno e destrutivo câncer que apodrece o corpo estatal de dentro para fora. E, não é só isto, como minha mãe morreu de câncer cujas células contaminaram outros órgãos dando metástase, acredite, caro leitor, fato semelhante ocorre com políticos e demais servidores públicos corruptos. Eles, essas células infectadas pela corrupção, infectam outras células e em pouco tempo causam a metástase, ou seja, o câncer se espalha por todo o corpo, para apontar depois que o Brasil é esse país doente e morto para o desenvolvimento, porque sua classe governante é um câncer devorando o dinheiro, renda e bens públicos que deveriam cumprir as promessas feitas por apenas dois artigos de sua Constituição Federal, os artigos 6º e 7º.
Na parte 3, indagamos:
Você sabia que dentre os países latino-americanos o de menor percepção de corrupção pública é o Uruguai?
É importante saber, também, que no art. 59 da Constituição Uruguaia está previsto que “La ley establecerá el Estatuto del Funcionario sobre la base fundamental de que el funcionario existe para la función y no la función para el funcionario”, ou seja, “o funcionário existe para a função e não a função para o funcionário público”.
Por óbvio, não é a existência de Lei que torna um povo ético, mas a educação cultural desse povo, o que passa pelo exemplo de seus políticos e líderes, e pela replicação da ética em todos os setores da sociedade. O Brasil, infelizmente, é conhecido no mundo por sua cultura de corrupção, pelo maligno “jeitinho” que privilegia o errado sobre o certo, o desonesto sobre o que é honesto, e o injusto em lugar daquilo que é justo.
Na parte 4, afirmamos:
Querido leitor, se o Estado brasileiro provesse à Nação, ao menos o que está escrito no artigo 6º de sua Constituição, estaria concedendo o que em política e estratégia chamamos de “MÍNIMO DE DIGNIDADE SOCIAL E ECONÔMICA”. Então vamos ver o que está escrito nesse artigo:
“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.
Você consegue perceber que estamos falando do básico que o Estado deve oferecer ao seu povo? Porque o povo é cumpridor do que o Estado exige, como tributo, respeito às leis e Instituições, ser obrigado a votar nas eleições, etc.
Na parte 5, esclarecemos:
o governo de nosso país, passa pela coalizão de vontades e interesses dos ocupantes dos grandes centros de poder, ou seja, de cargos, legislaturas e mandatos, exercidos sobretudo pelos membros dos três Poderes da República.
Modernamente, sob o ponto de vista da Ciência Política e do Direito é extremamente raso negar que quaisquer dos três Poderes da República não seja também um poder político. Afinal, até mesmo uma leitura superficial da Constituição Federal, mostra que o somatório de suas atribuições é que determinam ou não a execução dos programas e diretrizes sociais e econômicas do país.
Na parte 6, chamamos atenção para o seguinte fato:
Do jeito que estamos, e nessa toada extremamente paternalista que o Brasil está seguindo, estamos criando gerações que não aceitam mais o trabalho como fonte de produção, de riqueza, e sim como uma espécie de castigo ou perda de tempo.
Para esta geração o substancial é desprezível e o formal vira ordem do dia. Todos se transformam em caçadores de “likes” nas redes sociais, como se isto fosse trabalho permanente. Não é mais comércio, indústria, estudo e ciência que importam. O conhecimento virou um fardo pesado demais para ser carregado, e os ignorantes exigem que todos falem a linguagem “do povo”, ou seja, se padronizem pelo erro e não pelo acerto; pela ignorância e não pelo conhecimento.
Na parte 7, relembramos:
Talvez você, prezado leitor, jamais tenha feito essas contas. Mas, quando somamos os tempos de Império e República Brasileira, não só o espaço é o mesmo, como os disfarces para agraciar a riqueza e separá-la dos miseráveis e pobres são os mesmos.
Se o Império e sua Monarquia distribuía títulos de nobreza pra cá e para lá, títulos como barão, baronesa, conde e condessa, a República apenas maquiou a prática e passou a distribuir “patentes” pra todo lado. Era um “coronel” pra lá e outro pra cá; um “major” aqui e outro acolá. Tudo isto era falso! Ninguém precisava realmente ser aquilo que o título dizia ou diz ser. O que importava e segue importando é fazer o povo acreditar nas mentiras. E, o pior, é que o povo segue crendo!
Na parte 8, rememoramos que:
Políticos charlatães e cheios de ideologias de esquerda e de direita são, em verdade, a praga que a cada dia joga glitter e serpentina sobre o cenário de miséria e pobreza, para transformá-lo em ambiente de festa.
Enxada, picareta, martelo, cutelo, misturar isso tudo com verde e amarelo em bandeiras nacionais ou internacionais associado a discursos pomposos, nada disto supre a falta do mínimo de dignidade social e econômica que segue crescendo cotidianamente, e que repetidamente venho analisando por esta série de artigos.
Na parte 9, alertamos:
No Brasil, política jamais deixou de ser e, por conveniência, segue sendo mero instrumento de ideologização cega de Esquerda e de Direita.
Centrão? Nem comento! São parasitas se alimentando de tudo e de todos. Rapinas aguardando para comer a carne dos extremos, sempre vivificados pela tolice de eleitores tão encabrestados quanto as mulas que sobem carregadas o Himalaia, para propiciar que outros finquem, e não elas, a bandeira da conquista. O que não há é quem realmente ame o Brasil sem segundos e terceiros interesses sedimentados em corrupção ativa e passiva.
Falar ou escrever sobre Política tem que ir além dos conceitos de meras conversas de botecos nos quais cada pessoa fala sobre o que acha que política é, seguindo a ideologia que lhe está inculcada.
Na parte 10, avisamos:
Abordar Política Substantiva e Democracia Substantiva exige partir do “Ser” e da “Coisa Substantiva”, como personagem principal no palco da vida e da evolução.
Eis uma das razões que ao sistematizar tanto Política quanto Democracia, Aristóteles contrariou todo o animismo socrático-platônico fincado no abstrato e interminável ciclo de existências meramente derivativas de lembranças de vidas espirituais anteriores que representam uma transferência de responsabilidade do hoje para outras vidas nas quais alguém se conscientize e assuma seus erros. Fez hoje, assuma a autoria hoje e corrija em vida se a ação é destrutiva ou repita tal ação, se é humanamente digna.
Na parte11, perguntamos:
Estamos próximos do fim. Esta série termina no episódio 13. Então, necessito fazer algumas perguntas antes de selar esta “carta” enviada a quem estiver disposto a ler.
Uma pessoa pode ser analfabeta e ser medíocre, pode possuir dezenas de diplomas e ser medíocre?
Uma pessoa pode ser roceira e ser medíocre, pode ser do melhor dos lugares urbanos e ser medíocre?
Uma pessoa pode ser apolítica e ser medíocre, pode se julgar altamente politizada e ser medíocre?
Uma pessoa pode ser de Direita e ser medíocre, pode ser de Esquerda e ser medíocre?
Uma pessoa pode ser religiosa e ser medíocre, pode ser ateia e ser medíocre?
Uma pessoa pode afirmar categoricamente que não é religiosa, mas seguidora de Deus, e ser, ao mesmo, tremendamente medíocre e hipócrita?
Afinal, o que caracteriza e como podemos traçar o perfil de uma pessoa medíocre?
O que esperar de um ajuntamento de pessoas medíocres?
A lógica e a crítica ensinam que devemos esperar a formação de uma micro ou macro sociedade de medíocres, tanto quanto de uma macieira devemos esperar maças e não tamarindos.
Na parte 12, recomendamos:
Chegamos ao penúltimo artigo desta série, por meio da qual venho gotejando o pensar político do filósofo Arístóteles.
Entenda que o faço com a humildade de quem se considera um eterno aprendiz, apesar de ser também o professor que passou décadas lecionando Direito administrativo, Penal, Processo Penal e Hermenêutica Jurídica(ciência da interpretação), e o escritor de 5 livros jurídicos, e 9 livros em ciências sociais, além de outras pesquisas e viagens mundanas, que sigo fazendo para os próximos livros que virão.
Eis o porquê de recomendar a quem deseja compreender melhor o tema, que adquira meus livros, pois neles consigo aprofundar um pouquinho mais o que escrevo nos espaços do aceitável para uma coluna de jornal.
Cumprido mais um compromisso público assumido, desejo agradecer a todos vocês que seguem acompanhando minha coluna e refletem sobre o que aqui escrevo. Em breve, anunciarei uma nova série de artigos. MUITO, MUITO OBRIGADO!
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