Direto de Brasília-DF.
O processo educativo e de ensino e a mulher, no humanismo da corte
No humanismo da corte, a aluna mulher deveria ser preparada para ser o complemento do cavalheiro e por esta razão deveria ser educada e ensinada para aprender a dançar, jogar e pintar. Deveria também aprender literatura, porque estas atividades faziam dela uma peça de adorno importante nos bailes, em casa, na corte e nas rodas de bate-papo, com os homens da corte.
Sobre o processo educativo e de ensino do Príncipe
Os Príncipes eram educados dentro da ideia do absolutismo político. Suas famílias já governavam as principais cidades (repúblicas) italianas. A família Visconti, em Milão, a família Médici, na Florença, a família Gonzaga, em Mântua, a família d´Este, na cidade de Ferrara, a família Malatesta, na cidade de Rimini. Todos essas famílias governavam com “mão de ferro”,
Para a teoria do absolutismo, o poder deve do Príncipe deve ser absoluto. Ele manda e os súditos obedecem, sem questionar. Escritores famosos como Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes e Jean Bodin são defensores desta teoria. Maquiavel eternizou-se pela defesa dos direitos do Príncipe sobre todos seus súditos.
Para Baltasar Castiglione era justo pensar que o poder do Príncipe tinha origem divina e que os homens foram entregues por Deus para serem governados por seus príncipes. Posso inferir que Castiglione possuía, no mínimo, um bom conhecimento da bíblia porque foi nomeado Monsenhor, pelo Papa Clemente VII. Tal título era dado a quem se distinguia como eclesiástico, governador ou diplomata. Sendo certo que Castiglione tinha bastante conhecimento da bíblia deve ter se inspirado na Epistola de Paulo aos Efésios 6:5 quando diz “Servos, obedecei aos vossos senhores temporais, com temor e solicitude, de coração sincero, como a Cristo”.
Na medida em que novas correntes de pensamento tendem a sepultar as anteriores, no humanista cívico o homem era educado para servir às cidades. Com a entrada em cena do humanista da corte, o homem passa a ser educado para servir ao Príncipe. Enquanto a mulher segue o roteiro de doméstica e de peça de adorno, na corte.
Nesse processo temporal e evolutivo, o humanista da corte também seria superado por uma nova corrente chamada de “humanismo erudito”, para os quais o conhecimento deveria ser adquirido para proveito próprio e para confundir os interlocutores. Sobre estes, creio que preciso somente dizer que eles eram os Sofistas modernos. Para eles
Sobre o humanismo erudito e o resgate do sofismo
No século XIX, o filósofo alemão, Arthur Schopenhauer, teve publicado postumamente, por Julios Frauenstädt, um livro seu intitulado “Como vencer um debate sem precisar ter razão – em 38 estratagemas”. Neste livro, Schopenhauer analisa os “principais esquemas argumentativos enganosos que os maus filósofos utilizam, com razoável sucesso, para persuadir o público de que 2 + 2 = 5”.
Esse livro ficou mais conhecido como “Dialética Erística” e, com isto, passou-se a pensar que é de autoria de Schopenhauer a sistematização dessa subespécie da dialética que trata da arte de construir discursos e diálogos somente com a intenção de vencer o adversário. A verdade é que o estudo da Dialética Erística é de autoria de Aristóteles, encontrada em livros como “Política”, “Ética a Nicômaco” e sobretudo, “Topicos”.
Imagino que você tenha conhecidos, familiares, colegas de trabalho e até amigos que se assemelham aos filósofos erísticos, ou seja, pessoas que entram em uma discussão ou diálogo sem vontade de aprender. O que querem é somente vencer quem está do outro lado da discussão.
Nada mudou para a mulher no humanismo da corte ou erudito, porque foi projetado pelo homem e para o homem. Quando o humanismo pensou na proteção0 do corpo e da alma, o fez tendo como modelo o masculino e não o feminino, dando vazão ao pensamento machista que atravessa milênios com pouquíssimo decréscimo.
Até breve.
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