As perspectivas para a economia brasileira em 2022 não são nada animadoras. As previsões do Boletim Focus, apontam para uma economia fraca e sem força para alcançar um crescimento de 1 p.p.no ano.
Em 2021, o segmento de serviços, foi um dos únicos a apresentar uma leve recuperação. O terceiro trimestre de 2021 comparado com o segundo trimestre desse ano, expandiu-se 1,1%, diferentemente dos segmentos agrícola (-4,2%) e industrial (-0,06%).
Apesar do varejo ter reagido em 2021, a Black Friday até agora foi uma das mais fracas dos últimos tempos. As expectativas era de que 2021 teríamos uma robusta venda de eletrodomésticos, móveis, materiais de construção, utensílios de casa. Mas a resposta foi de que a Black Friday surpreendeu negativamente tendo um crescimento pífio.As grandes lojas de varejo esperavam um melhor desempenho ainda que o consumidor esteja inclinado a efetuar suas compras pela internet em 2021.
Analistas afirmam que se o Auxilio Brasil tivesse saído a tempo, as perspectivas de vendas teriam sido melhores. O varejo avançando, impulsionaria várias outras cadeias produtivas de valor, tais como indústria de linha branca, automobilística, vestuário, calçados.
Para 2021, o comportamento dos elementos da demanda efetiva – consumo, investimentos, gastos do governo e exportações e importações continua a dever, fraco.
Para esse ano, o consumo das famílias que expressa a disposição dos indivíduos em gastar, está prevista para expansão de 3,7%. Os gastos do governo em meio a um desequilíbrio nas contas públicas ainda apresenta expansão de 0,9%.
Os investimentos que deveriam ser expressivos ainda que em uma situação de estagflação, aumentarão em 15,7% comparado com 2020. As importações sobem 13% e as exportações brasileiras 7%.
Esse cenário expressa o ritmo desolador da economia interna e externa. O fraco desempenho de crescimento dos elementos da demanda efetiva em reagir diante das intempéries – nova variante de vírus, desemprego elevado, déficit crescente, instabilidade política interna – permanece. Todos esses elementos tiram um pouco do folego de retomada do crescimento da economia brasileira em 2022.
Para piorar, a chegada de mais uma variante do COVID-19, o ômicron, com o fechamento de várias fronteiras põem o país e o mundo novamente em alerta. A sombra do baixo desempenho da economia volta a pairar. E os lockdowns em países parceiros importantes para o Brasil, ceifam a centelha de negociar com uma economia mundial que está paulatinamente retornando e voltando a demandar.
Para engrossar a fileira de eventos fora do controle do país, a inflação avança vorazmente. Esse ano o IPCA acumulado já bate a casa dos dois dígitos. Afim de conter a progressão da inflação o único jeito é elevar a taxa de juros. E a economia vai parecendo aquele paciente que saber que está sucumbindo, precisa tomar o remédio amargo mas não sabe ao certo se dará resultados.
Os prognósticos são desanimadores e enquanto isso o país volta a compor dentre as nações onde temos cidadãos atravessando uma das mais severas crises alimentares, são 19 milhões de brasileiros passando fome. Difícil, muito difícil. Só nos resta esperar a chegada de 2022 e pedir a Deus que não seja tão difícil assim como se apresenta até o momento.