Direto de Brasília-DF.
Aos olhos da Teoria do Conhecimento, o escritor John Milton Gregory diz que o Ensino possui várias “leis”, que o rege.
Mohamed Aly El-Erian, ao abordar a situação do pós-crise mundial de 2008 – 09, diz em seu livro ”The Only game in Town” (p. xv, xx):
“A crise financeira global que abalou praticamente todos os países, governos e famílias do mundo em 2008 – 09 deu lugar a um novo normal frustrante de baixo crescimento, crescente desigualdade, disfunção política e, em alguns casos, tensões sociais — todas apesar das intervenções políticas maciças por parte dos bancos centrais e das inovações tecnológicas transformacionais.
Ao viver este mundo, a maioria de nós já observou direta ou indiretamente um conjunto de mudanças incomuns, se não improváveis, anteriormente. É um fenômeno que está sendo sentido em vários níveis. e, até agora, tudo isso é apenas o começo.
Nos próximos anos, este mundo extremamente fluido em que vivemos provavelmente nos puxará ainda mais para fora de nossas zonas de conforto; e nos desafiará a responder de acordo. E não devemos apenas esperar que os governos melhorem as coisas.”
Dentre as leis do ensino, vou usar a da “Recapitulação e Aplicação” para rememorar, neste episodio que marca o “princípio do fim”, que a expressão “novo normal” relaciona-se diretamente com:
1 — os impactos do baixo crescimento;
2 — o crescimento da desigualdade;
3 — mau funcionamento da política; e
4 — tensões sociais.
Observe que esse novo normal preconizado por Mohamed A. El-Erian, não tem a ver com mais uma das grandes extinções das espécies do Planeta Terra(uma delas matou os dinossauros), a despeito do desejo de muitos profetas do apocalipse político, religioso e midiático. Os quatro itens pertencem ao quotidiano.
Caso ocorresse o fim do mundo, caso as pragas do apocalipse COVIDIANO de fato acontecessem, o que garanto com certeza de 103% que não ocorrerá, a alegria desse pessoal não estaria na suposta advertência que estão oferecendo à humanidade, mas na desgraça alheia.
O orgasmo de toda oposição política
Entenda de uma vez que para as classes políticas de oposição, seja ela de esquerda ou direita, quanto pior melhor! É criando o caos que preparam o terreno para a eleição seguinte.
Você conhece aquela fatídica situação em que um cônjuge(marido ou mulher) mata o outro por ciúme, dizendo, “se você não ficar comigo, não fica com mais ninguém!”?
Pois, bem! Eis uma boa analogia com as oposições políticas, e o poder, com quem se imaginam “casados para sempre”, sem querer aceitar que o “sempre” é finito.
O poder é tão gostoso, tão bom, tão saboroso, que, quando qualquer corrente de oposição o perde, faz de tudo para destruir quem o conquistou.
E a Nação, e o povo, como fica, para essas classes politicas? Bem, a Nação, que se dane! Eles não dizem isto na frente das câmeras, mas, quando os microfones estão desligados, quando estão sozinhos…
O orgasmo de todo religioso
O orgasmo dos religiosos é o fim do mundo, que, segundo dizem, ocorrerá quando as “bestas feras” do apocalipse derramarem suas taças de ira, e destruírem à Terra com fogo e enxofre!
Mas, por que alimentam esse desejo do fim? Porque teologicamente, o fim dos “pecadores”, como eu e alguns de vocês que me leem, representa a sobrevivência dos “puros de coração”.
Esses “puros de coração”, que serão todos levados a viver no céu, onde há ruas de ouro e de cristal, onde os “salvos” viverão para sempre louvando a Deus em corais regidos por anjos serafins, ou querubins, ou simplesmente, onde poderão possuir 72 virgens cheirosas, que servirão aos homens, todos esparramados em suas almofadas, cor de ouro de ofir, numa perpetuação celestial, do velho machismo dominante na Terra, representam um pequeno número de felizardos que escaparão do inferno.
Só para que você tenha uma leve ideia do que estou dizendo, o fim do mundo é tão desejado em religiões e seitas várias, que fieis já fizeram as mais diversas loucuras para antecipar sua chegada no céu. Quer uma lista resumida? Eis alguns fatos, encontráveis facilmente na Internet:
1 — No ano de 1978, 909 pessoas, incluindo 304 crianças, todas seguidoras do pastor norte-americano Jim Jones, tomaram veneno e morreram, tudo porque ele queria ir para o céu encontrar Deus;
2 — Em 1830, uma senhora escocesa por nome Margaret McDonald, afirmou que o socialista galês, Robert Owen, era Anticristo, já encarnado e preparando o bote, para instalar seu reino na Terra:
3 — No século XIX, o norte-americano William Miller, fundador de um movimento religioso chamado “Millerita”, disse que Jesus Cristo iria voltar à Terra, entre março de 1843 e 1844, para arrebatar os cristãos e os levar para o céu;
4 — Ainda no século XIX, a senhora Ellen G. White, fundadora do Adventismo do Sétimo Dia, previu que o apocalipse ocorreria e o mundo não passaria do ano de 1850. Como os cavalos do apocalipse nem relincharam, ela refez os cálculos e previu que seis anos depois(em 1856) do primeiro fiasco de sua previsão, o apocalipse ocorreria. Ate hoje, nada…
5 — No ano de 1891, “a besta tava solta”, porque foi a vez do mórmon, Joseph Smith, fundador da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias, fazer sua previsão do apocalipse.
Em fevereiro de 1835, ele fez uma reunião solene em sua igreja, em que assistiram o corpo de obreiros, e fieis. Disse a todos e ao resto do seu mundo, que Jesus Cristo voltaria para os levar ao céu, e que isto iria ocorrer em qualquer dia dentro dos próximos 56 anos.
Permita-me fazer as contas: 1835 + 56 anos = 1891. Vamos subtrair: 2020 – 1891 = 129. Já se passaram 129 anos dessa última “taradice” pela volta de Jesus. Agora, ir ao encontro dele, ninguém quer!
O que estranho, nessa “sede” religiosa pela volta de Jesus, é o velado sentimento de vingança dos puros, contras os pecadores. Ninguém quer que ele venha para salvar todo mundo, só os fieis! “E que tudo o mais, vá pro inferno”, como diz Roberto Carlos.
E, tem, mais, pode observar que por trás do desejo da volta de Jesus, que é Deus amoroso, e que se dava bem com as putas, com os ladrões, com os “esquentadinhos”, como Pedro, que por qualquer ofensa “torava” logo a orelha de qualquer soldado que ameaçasse seu mestre, o que há mesmo é um extremo desejo de vingança. Um egoísmo, um orgasmo profundo e duradouro na derrota de quem é diferente, pensa diferente e age diferente dos que se consideram a solução, a pureza, a virtude.
Atente que não estou dizendo, nem que Jesus Cristo não voltará, nem que ser puro é ruim, nem que ser pecador leva ao inferno. O que estou tentando dizer é que se aprendêssemos a respeitar as diferenças, viveríamos melhor.
Continua…
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