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O QUE É MACHISMO OU CHAUVINISMO

Direto de Brasília, DF

Machismo é a crença de que os homens são superiores às mulheres. 

A enciclopédia eletrônica Wikipedia explica Chauvinismo masculino assim:

“A palavra “chauvinista” foi originalmente usada para descrever alguém fanaticamente leal ao seu país, mas a partir do movimento de libertação da mulher, nos anos 60, passou a ser usada para descrever os homens que mantém a crença na inferioridade da mulher, especialmente nos países de língua inglesa. No espaço lusófono, a expressão “chauvinista masculino” (ou, simplesmente, “chauvinista”) também é utilizada, mas “machista” é muito mais comum.”

O radical da palavra “machismo” remete ao vocábulo “macho” e este é descrito como o “animal do sexo masculino”, denotando o sexo que produz gametas pequenos, tipicamente móveis, especialmente espermatozoides, com os quais uma fêmea pode ser fertilizada ou inseminada para produzir filhos.

O substantivo “machão”, na língua portuguesa, a sua vez, aponta para o homem que exagera no orgulho que sente de sua masculinidade, fundindo-se, quase sempre, com aquele que despreza o sexo feminino por julgá-lo inferior.

Na língua espanhola, o termo “machismo” remete para a conduta ou pensamento ideológico de quem sustenta que o homem é, por natureza, superior à mulher. 

Na língua inglêsa o vocábulo “machismo” sugere orgulho extremo da própria masculinidade. Mas, esse orgulho extremo não é inofensivo. É um orgulho agressivo que se se volta contra a mulher. Um homem não é machista contra outro homem. 

Eis porque os sinônimos de “machismo” são: virilidade, agressividade, dureza, sexismo, o que faz desta prática uma ideologia de dominação masculina e de conquista sexual da mulher, como uma mera fêmea da espécie, sem direito ao reconhecimento de sua individualidade e independência racional.

A exposição das mulheres por milênios ao machismo condicionou não somente seu consciente, mas, o consciente e inconsciente coletivo e fez, segundo estudos facilmente acessíveis, surgir a Síndrome da Adaptação Paradoxal, traduzida como uma adaptação da Síndrome de Estocolmo, ou seja, assim como vítimas de sequestro podem terminar por demonstrar ligação sentimental com sequestradores, em casos de violência doméstica, as mulheres vítimas de violência em inúmeros casos passam a desenvolver vínculo emocional com o homem que a agride física ou psicologicamente.

É comum policiais chamados para atender a casos de violência doméstica serem impedidos de agir contra o agressor porque a própria mulher agredida o defende, seja pela Síndrome da Adaptação Paradoxal, seja pelo medo do abandono ou da retaliação machista, da qual o Estado quase sempre se mostra incapaz de protegê-la.

Se o consciente humano fosse um disco rígido, poderíamos dizer que foi formatado a partir da concepção da inferioridade da mulher ante o sexo masculino. 

Nos próximos capítulos demonstraremos como gênios do quilate de Platão, Aristóteles e Santo Agostinho, por exemplo, por crença pessoal, terminaram por reforçar a discriminação contra a mulher e negar o humano nela existente.

Platão declarava que as mulheres eram um desvio do ideal humano; que os seres humanos que não adquiriram a perfeição necessária para a vida eterna deveriam reencarnar sucessivamente para se purificarem e que esses seres humanos reencarnam de maneira devota ao seu caráter, mas os homens covardes e desonestos reencarnam como mulher.

Aristóteles dizia que todo princípio ativo produz algo semelhante a si. Portanto, o macho deve produzir apenas machos. O nascimento de uma mulher é, portanto, um acidente. O mestre a quem tanto amo qualificava o nascimento de uma mulher como o nascimento de um ser humano falido. A mulher é um erro, um defeito que não corresponde à intenção da natureza. 

San Alberto, com quem São Tomás de Aquino concorda, toma essa doutrina grega e procura as razões pelas quais esse tipo de “curto-circuito” da natureza é produzido. 

Na pergunta 92: 1, 1, resposta à objeção 1, da Suma Teológica, São Tomás de Aquino diz literalmente: “No que diz respeito à natureza individual, a mulher é um defeito e um fracasso, porque a força ativa no homem tende à produção de uma perfeita semelhança do sexo masculino, enquanto a produção de uma mulher provém de um defeito na força ativa ou de uma indisposição material, ou mesmo de uma influência externa, como os ventos do sul, que são úmidos, como o filósofo Aristóteles observa (…) que a geração de uma mulher pode ser simplesmente devida a ventos fortes, talvez a uma tempestade.

Em seguida, o mesmo “santo” conclui que Deus usou essa imperfeição para estabelecer o papel das mulheres no casal humano; isto é, como simples receptora do ato criativo do homem.

Diante de tantas doutrinas filosóficas e teológicas que sustentam a inferioridade das mulheres, as evidências não deixam dúvidas que machismo ou chauvinismo é a ideologia de quem considera, por natureza, a mulher inferior ao homem e, como tal, a ideologia da negação do humano na mulher.

 

Continua próximo domingo…

 

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Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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