DR JUDIVAN VIEIRA

O PROCESSO EDUCATIVO E DE ENSINO, E ALGUMAS MUDANÇAS QUE A PANDEMIA DO CORONAVÍRUS/COVID-19 APONTA (Parte 2)

Direto de Brasília-DF.

 

O QUE FAREMOS COM A GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA AO PASSAR ESTA PANDEMIA?

Como vimos dizendo, permitir que somente um, dois ou três países sejam responsáveis pela produção da esmagadora maioria dos produtos que circulam no mundo é aceitar o risco de se deixar dominar completamente.

Ser totalmente dependente de alguém não é funcional em qualquer que seja o sentido da vida. É, praticamente, oferecer-se a uma temerária escravização ou semi-escravização a médio ou longo prazo.

Por exemplo, no ano de 2014 David Horn, vice-presidente-executivo e conselheiro-geral da AK Steel Corp., sediada em Ohio-EUA disse categoricamente que “Os subsídios do governo chinês para sua indústria siderúrgica criaram um enorme excesso de oferta de produtos de aço no mercado global, o que deprime os preços do aço nos Estados Unidos e nos mercados estrangeiros”. (https://www.epochtimes.com.br/comercio-mundial-china-impoe-suas-proprias-regras/. Acesso em 26.03.2020)

Mas, não é só na indústria do aço. Basta você pensar em tudo que é vendido nos shopping centers, lojas, feiras e por ambulantes do Brasil e do mundo. O que a China não produz? Ora, se a China produz quase tudo, não será este um sinal evidente que os consumidores, pessoas físicas e jurídicas(inclusive países) entram na categoria de dependentes desse abastecimento?

O que acontece com quem é dependente de outrem? Pense no que pode ocorrer se a dependência ultrapassa 50% ou chega a mais de 90%, como no caso da Índia que detém e produz insumos para a indústria de medicamentos. É sabido ser impossível um comércio mundial sem algum nível de dependência, porque para que todos os países ganhem com importação e exportação cada um tem que produzir produtos distintos, alguns até como marcas registradas como azeite, vinho, cachaça, açaí, etc.). Até aí, tudo normal e absolutamente dentro do aceitável, porque assim é o capitalismo. Mas o que ocorre ou pode ocorrer quando um só país produz quase tudo?

Vamos fazer um rápido e simples exercício de raciocínio. Imagine que, quem produz 50% ou mais dos produtos de primeira necessidade decida aumentar seu lucro. O que este produtor e fornecedor precisa fazer? Basta diminuir o abastecimento do mercado, certo?!? Certo! E se este mesmo produtor e fornecedor quiser provar sua força e lucrar ainda mais? Ele possui várias alternativas como: 1) criar pânico mundial com a ameaça de corte do abastecimento; 2) cortar o abastecimento. Certo?!? Você esta certo outra vez! Isto é tão básico!!! Afinal, quanto menos produtos mais demanda e quanto mais procura mais valorizado aquele produto fica, certo? Você está certo outra vez!!!

Não precisa nem que haja desabastecimento. Basta uma fake News sobre desabastecimento e o resultado é gente se aglomerando em filas nas portas de supermercados, prontos para estocar até papel higiênico quando a crise pede máscaras e aparelhos respiratórios!

Em uma situação de pânico, seja por medo real, fictício, induzido ou paranoico de desabastecimento, quem dispõe do produto desejado pelo consumidor vende pelo preço que quer. De certa forma, não é isto que supermercados e farmácias estão fazendo abusivamente no Brasil, mesmo desafiando as leis de crime contra a economia popular?!?

Agora, imagine esse quadro abusivo ampliado para um fornecedor mundial que é o único fabricante de peças ou de vários produtos dos quais as indústrias nacionais e internacionais dependem. Qual o real poder deste produtor e fornecedor? Poder de vida e de morte sobre pessoas e mercados? Sim, ele possui poder de vida e de morte sobre pessoas e mercados, ainda que jamais assuma tal fato!

Está à vista de todos, por mais que não seja politicamente correto dizer, que países como Brasil, EUA, Itália, Portugal, França, Canadá, Alemanha, Israel, Egito, etc., etc., etc., não têm tido como concorrer com a mão-de-obra barata da Índia e China, porque dentre outras razões estes dois países possuem, cada um, população que supera 1.2 BILHÃO DE PESSOAS, uma massa comandada sob a tradicional mão de ferro comunista(caso da China), que faz dela, ao mesmo tempo, produtora e consumidora.

Você faz ideia de quão barata é a mão-de-obra nestes países? Você faz ideia de quanto ganha um trabalhador urbano nestes países? Pois bem, na China não existe salário mínimo nacional como no Brasil e EUA, por exemplo. Cada província determina seu salário. Há províncias em que o trabalhador recebe o equivalente a menos de R$500,00 por mês! (https://direitosbrasil.com/salario-minimo-na-china/. Acesso em 27.03.2020)

Na Índia o sistema é parecido com o da China. Não há salário mínimo nacional. As regiões é que determinam seu salário mínimo. Segundo sites como (https://direitosbrasil.com/salario-minimo-na-india/) os valores do mínimo que pagam a seus trabalhadores urbanos variam e equivalem de 220 a 660 reais por mês.

Ora, se a Lei nº 1.060/1950 classifica como juridicamente pobre no Brasil, a pessoa que ganha até 3 salários mínimos(R$3.000,00) os dados acima nos permitem colocar quase DOIS BILHÕES de chineses e indianos abaixo da linha de pobreza econômica, ou seja, na linha da miséria econômica. Estes produtores e consumidores somados representam mais de 20% da população mundial de hoje. Sim, porque quem produz é o povo! Você ja viu político plantar um pé de arroz, sequer?!? Político em regra planta engano!

Se você já ouviu falar em Vilfredo Pareto? Você sabe que ainda no século XIX ele criou a regra do “ótimo de Pareto” ou “Lei de Pareto”, que se expressa pela fórmula simples do 80 X 20 (oitenta por vinte). Pareto diz que 20% concentra a maior parte da riqueza enquanto 80% fica com a menor parte para dividir entre a esmagadora maioria. Note que esta fórmula simples, se parece com a situação que citei no parágrafo anterior.

Agora, procure lembrar que os quase DOIS BILHÕES de pobres e miseráveis economicamente falando, de chineses e indianos que produzem para que China e índia derramem sua produção como um TSUNAMI no mercado mundial, aquela população pobre e miserável não fica com a riqueza produzida pelo mundo, porque você tem que aplicar a regra considerando o que cada chinês e indiano ganha no mercado interno. Logo, a super riqueza que estão acumulando às custas de todos os demais países do mundo, segue sendo concentrada nas mãos do PCC – Partido Comunista Chinês e nas mãos de alguns camaradas comunistas autorizados a vestirem fantasia de capitalistas. Quem estudou ou estuda comunismo, com um mínimo de profundidade, sabe disto. Preocupante, aliás, o fato de o Brasil se render à gigante de comunicação chinesa Huawei, exatamente quando EUA, Reino Unido e Japão estão rompendo contratos e proibindo negociações com ela (há várias matérias na imprensa, sobre este tema).

Você deve estar se perguntando. Será que os trabalhadores urbanos só ganham essa miséria mesmo, professor? Sim, um pouco mais ou um pouco menos em algumas províncias, mas esses são os valores! Por esta e outras razões os produtos e serviços deles são tão baratos e o resto do mundo não consegue concorrer. O que posso te assegurar sem trair a verdade dos fatos, é que o resultado a longo prazo de uma concorrência desleal assim é desastroso, como o tempo vem demonstrando.

Nesta pandemia, o fechamento de fronteiras, portos e aeroportos coloca o mundo à beira da maior crise de abastecimento de sua história.

Você sabia que o fecho de fronteiras e corte de abastecimento de alimentos (inclua a água viu?!?) foi a estratégia de guerra mais utilizada no passado? Assim agiram Faraós, Reis, Imperadores como Dário, o Persa, Alexandre “O Grande”, Júlio César, Napoleão Bonaparte e mais recentemente Mao Tse Tung, Stalin, Hitler e outros.

O tempo passa sem envelhecer, enquanto o ser humano envelhece sem amadurecer. Quanto mais história carregamos sobre os ombros, menos aprendemos com as dores do passado.

 

Continua…

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Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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