DR JUDIVAN VIEIRA

O PROCESSO DE EDUCAÇÃO E ENSINO NA IDADE MODERNA: renascença e humanismo cristão, remodelando a Europa (Parte 1)

Direto de Brasília-DF.

Hoje dou sequência à série de artigos sobre o processo de educação e do ensino, na Idade Moderna, com especial destaque para o humanismo e seu remodelamento, na Europa Renascentista.

Como tenho escrito, o humanismo e um processo de autoconhecimento em que o homem descobre que o maior presente que recebeu do universo, é sua consciência, sua capacidade de raciocinar. Com essa mente reflexiva, observa a si e à atmosfera que o circunda, à qual chamamos de meio ambiente.

Além de perceber que é um “Ser”, além da carne e do osso. Ele percebe a forma de seu corpo e a valoriza como uma complexa máquina que necessita cuidados e carinho; que essa poderosa “maquina”é comandada por uma força indecifrável. Se alma ou espírito, ao certo, não se sabe, mas que há uma partícula que, tal quais modernos sistemas operacionais, rodam o sistema da razão que conduz o corpo para suas realizações humanas.

Nessa sequência resumida de pensar a si e a vida, é que vimos abordando o humanismo e, neste episódio, com o registro de seu ressurgimento na Renascença, com o maior dos poetas italianos, Dante Alighieri e sua obra, “A Divina Comédia” que de tão importante, rivalizou e terminou por substituir o Latim pelo vernáculo do povo comum. O idioma italiano passa a ser falado entre todos.

O humanismo cristão que surge no século XIII, marcará o processo educativo e de ensino europeu mais que qualquer outra corrente de pensamento, sobretudo pela intervenção de dois personagens importantes do século XV, Martinho Lutero, na Alemanha, e Desidério Erasmo de Roterdã, o teólogo, filósofo e humanista holandês.

O escritor Thomas Ramson diz que a preocupação dos dois educadores girava em torno de “despertar os governantes e os cidadãos de influência para o papel decisivo da educação, elaborando ideias a respeito tanto ao nível da teoria, e da ideologia como da prática”.

Teoria, ideologia e prática são elementos do processo educativo e de ensino. Na teoria sistematiza-se o conhecimento, a ideologia define a mensagem que se pretende passar para criação do consciente e inconsciente coletivo e a prática é tanto útil à vida cotidiana quanto ao mercado de trabalho, pois ambos sobrevivem de soluções para os problemas que precisam ser sólidos no dia a dia.

Erasmo de Roterdã e Martinho Lutero foram contemporâneos. Ambos nasceram com diferença de vinte anos, na segunda metade do século XV, e ambos morreram antes dos 70 anos, mas o humanismo cristão voltado para a educação e ensino, que desenvolveram, remodelaram quase todas as universidades da Europa, já a partir do século XVI.

O processo de ensino medieval foi dominado pela escolástica, método crítico grego, porém, amortecido pelo cristianismo. A filosofia aristotélica tinha que se moldar pelo dogma cristão. Erasmo foi criado com este método e tomou aversão por ele. Viajou por vários países da Europa, entre seus 20 e 30 anos e foi em Londres, ao encontrar Thomas More(autor do famoso livro “Utopia”) e John Colet, em 1499, que abraça o humanismo cristão e resolve difundi-lo.

Entre cartas que troca com humanistas ingleses, Erasmo demostra todo seu apreço pelos mestres que formam suas mentes estudando Cícero, Virgílio, Caio Salústio Crispo, escritor e poeta latino, o historiador e teólogo Eusébio Sofrônio, conhecido mundialmente como Jerônimo, e Tito Lívio, autor de uma das mais significativas obras para a humanidade, denominada “Desde a fundação da cidade”.

Para poder difundir seu pensamento reformador do processo de educação e ensino, Eramos resolve aprofundar seus conhecimentos e irá se tornar um dos mais profundos conhecedores do idioma grego de toda a Idade Moderna.

Você percebe como é importante se preparar para fazer algo importante? Que sonhos e planos você está perseguindo no momento? Você já traçou os planos e está se preparando para executá-los, com as ferramentas físicas e intelectuais, apropriadas?

Continua…

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Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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