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O PROCESSO DE EDUCAÇÃO E ENSINO NA IDADE MODERNA. EPISÓDIO DE HOJE: O surgimento das Universidades e sua influência no processo educativo (Parte 8)

Direto de Brasília-DF.

O Século XII segue igual aos anteriores como palco de uma dicotomia persistente entre o Estado e a Igreja.

A concepção da época era que o Estado deveria encarregar-se de assuntos públicos de interesse do povo, é verdade, mas jamais entrar na seara da criatividade intelectual ou social. Nada de aventurar-se a modificar costumes ou financiar a ciência, porque qualquer ação criativa incumbia à Igreja, por meio do papado e seu corpo clerical dominante da política de então.

É nesse clima que aparecem as universidades com suas corporações de mestres e de alunos cujos pensamentos seculares ora desafiam ora se encolhem ante o dogma religioso.

Nesta marcha e contramarcha da história da educação e do ensino, entre os anos de 1110 e 1180 e, apesar de cristão, um mestre chamado John de Salisbury lança seu tratado intitulado Metalogicon no qual consolida o humanismo cristão e ideias como:

1 – O homem sábio deve formar-se nos clássicos gregos e romanos;

2 – O clero deve possuir virtudes morais, éticas, intelectuais, sociais e espirituais para que possa compreender seu tempo e melhor conduzir o “rebanho”;

3 – Homem educado é aquele que equilibra qualidades éticas, morais, intelectuais e estéticas;

4 – O homem educado deve formar-se em Retórica para saber comunicar bem as verdades divinas com suporte da fala e da razão;

5 – O homem educado deve formar-se em Dialética para que saiba argumentar bem e com o devido conhecimento da gramática porque não há sabedoria numa eloquência fútil.

Os ensinamentos de Salisbury objetivavam educar e ensinar os alunos a resolverem problemas reais do dia a dia ou de outras disciplinas como a matemática, geometria, astronomia ou música.

Esse pensamento também é disseminado pelas universidades. Ser culto era ser múltiplo. Algo parecido com o que dizia Aristóteles que “o ser expressa-se por múltiplas formas”.

Contudo, a influência teológica de Salisbury o fazia privilegiar a fé sobre a mera opinião e a ciência, que existe para levar o homem à compreensão da teologia ou coisas divinas.

As universidades eram formadas pelas “nações” de estudantes e corporações de mestres. Todos ávidos por novos conhecimentos. Na superfície, conhecimentos com a chancela da Igreja e em reuniões mais “secretas”, conhecimentos que “tirassem Deus do trono” e entronizassem a razão humana como fonte de conhecimento próprio. Aonde isto levaria a humanidade, os séculos seguintes testemunhariam.

Continua…

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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