#ÉFOCOÉNOTICIA DR JUDIVAN VIEIRA

NOVAS FONTES DE ENERGIA: a Macaúba (Parte 1)

Por Laura Maia, direto de Brasília-DF.

Você já ouviu falar sobre macaúba, bocaiúva, macaíva, macajuba?

Saiba que esses nomes são todos de uma única palmeira: Acrocomia aculeata. Esse é o nome científico da oleaginosa que fez, e faz, parte da vida de muitas pessoas.  Familiares e amigos sempre contam histórias sobre o passeio na fazenda, reunião de família, jantares e refeições principais cujo desfecho era a macaúba.

Desde que ingressei no curso de Engenharia de Energia na Universidade de Brasília, a macaúba e eu nunca nos separamos. Vou contar um pouco dessa história para vocês.

Em 2014, sob a supervisão das professoras do curso, Maria Vitória Ferrari e Paula Meyer, iniciei meu primeiro projeto de pesquisa, cujo nome era: MACARIA – MACAúba e engenharIA: produção de óleo de polpa e amêndoas de macaúba E gaseificação de resíduos de biomassa. Esse projeto foi uma proposta conjunta do Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Petrobras: Meninas e Jovens Fazendo Ciências Exatas, Engenharias e Computação.

Nesse projeto nós nos unimos à comunidade local. Mulheres do ensino médio e estudantes de engenharia tinham como objetivo fomentar a pesquisa científica e a importância do curso de engenharia, na vida dessas futuras potências femininas.

É importante salientar que, na área de Engenharia, 80% dos ingressantes são do sexo masculino, segundo Olinto em seu trabalho intitulado A Inclusão das Mulheres nas Carreiras de Ciência e Tecnologia no Brasil na revista IBICT: inclusão Social de 2011, o que nos revela a grande importância do projeto.

Para começar esse projeto contamos com algumas parcerias institucionais como a Embrapa Cerrados e a Embrapa Agroenergia, do Roundtable on Sustainable Biomaterials (RSB), organização global independente e com várias partes interessadas que impulsiona o desenvolvimento de uma nova bioeconomia mundial através de soluções de sustentabilidade, certificação e parcerias de colaboração. A partir de então iniciamos nossa jornada de descoberta sobre esse fruto tão pequenino, mas com um grande potencial.

Durante a trajetória houve oportunidade além de participações em eventos, desde feira de ciências locais, Encontros e Congressos, e publicação de artigos em revistas eventos científicos, sempre com o objetivo de disseminar conhecimento, e, principalmente, envolver as mentes daquelas jovens secundaristas que poderiam iniciar no universo da pesquisa científica e da engenharia.

Nessas publicações escrevi sobre o resultado de pesquisas científicas busquei expor de maneira fácil e didática, o que de tão especial foi descoberto sobre esse fruto tão interessante.

Com uma distribuição geográfica que alcança cerca de 12 milhões de hectares, ocorrendo desde o México até a Argentina, e, no Brasil, de Minas Gerais ao Ceará, passando por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo, a macaúba faz parte de histórias de toda sorte.

Você sabia que em encontros familiares a macaúba pode ser o prato principal? É alimento da criançada, mas também representava muita dor de cabeça para quem arava o pasto, porque a macaúba tem em seu interior um côco muito duro (endocarpo) envolvendo uma amêndoa (endosperma).

Cada parte do fruto da macaúba possui grande valor agregado no mercado. É possível obter o óleo da amêndoa, muito valorizado, biodiesel do óleo da polpa, torta para ração animal, carvão vegetal e ativado. Do óleo da polpa também é possível obter um sabão de coco de qualidade. O óleo da polpa e da amêndoa possui propriedades cosméticas, podendo ser utilizado in natura ou em diversos produtos.

A partir da polpa, é possível extrair de 4 a 6,9 toneladas de óleo por hectare da palmeira plantada, 1,2 toneladas de óleo de amêndoa por hectare, 19,3 toneladas de endocarpo por hectare. Quando comparada a outras oleaginosas, a soja, por exemplo, que produz 400 a 600 litros de óleo por hectare, apresentando um enorme potencial.

Além de todas estas possibilidades de uso, existe outra que ainda está em avanço no Brasil, e se chama: gaseificação. A gaseificação é um processo que converte combustíveis sólidos em gasosos a partir de reações termoquímicas. Estas reações ocorrem dentro de um reator, em que temperaturas altíssimas irão decompor aquele material em outros subprodutos. Os subprodutos são monóxido de carbono (CO) e hidrogênio (H₂). Utilizando oxigênio (O) e vapor d’água, obtém-se o gás de síntese.

O gás de síntese é um subproduto altamente inflamável e pode ser utilizado para queima direta para a geração de calor em grandes indústrias e termelétricas. Dessa forma, podemos ‘fechar o ciclo do carbono`, devolvendo-o à atmosfera.

Antes de gaseificação é preciso a realização de um processo denominado pirólise – decomposição da matéria orgânica a altas temperaturas e em ambiente controlado, com a presença de pouco ou nenhum oxigênio. Esse processo é utilizado para carbonização de madeira para produção de carvão vegetal.

Nos artigos seguintes explicarei os três pontos principais de minha pesquisa e, também, sobre:

  • A questão climática e as principais motivações que deram início ao trabalho. Além de conceitos importantes trabalhados durante a pesquisa.
  • A importância e as principais análises iniciais que devem ser feitas com a biomassa para seu melhor aproveitamento energético, bem como a sua estrutura lignocelulósica.
  • O processo de gaseificação e os resultados obtidos das análises.

Siga comigo nessa jornada sobre  a macaúba!

Leia a “Parte 2”, na próxima segunda-feira!

Para:

1 – Consultoria e outras informações sobre o tema; ou

2 – Aulas, ‘online’, para aprender a língua alemã, escreva para meu e-mail:

lauravmaia@gmail.com

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *