As estimativas apontam 68.220 novos casos de câncer de próstata em 2018 no Brasil. Só em Pernambuco, são cerca de 3 mil. Esses valores correspondem a um risco estimado de 66 novos casos a cada 100 mil homens, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer. Este tipo é o mais incidente no Estado. A título de comparação, o segundo mais comum em Pernambuco é o de traqueia, brônquio e pulmão, com 610.
Há duas formas de combater o câncer de próstata: cirurgia ou radioterapia. A escolha da forma ideal de encarar à doença é determinada por diversos fatores, incluindo o estágio do tumor no momento do diagnóstico. O radio-oncologista da Oncoclínicas Radioterapia Felipe Coelho alerta que o primeiro passo a ser dado é de o paciente fazer os exames com o urologista, e a partir daí é possível saber qual será a melhor forma de tratamento.
A radioterapia é indicada para pessoas que não podem fazer cirurgia. Ela é capaz de reduzir a velocidade do crescimento de tumores e também de sintomas, como dor, sangramento ou compressão sobre órgãos sensíveis. A radiação externa, sem contato com o corpo do paciente, atinge profundamente a próstata com alta precisão, diminuindo, na medida do possível, a dose nos órgãos vizinhos (intestino e bexiga).
“É não invasiva e pode ser utilizada desde a fase inicial até as mais avançadas do tumor. Nela, usamos a radiação ionizante, para atingir as células neoplásicas (aquelas que tiveram seu código genético alterado). O procedimento é feito através de uma tomografia, quando delimita a próstata e área de interesse. Isso reduz a chance de efeitos colaterais”, pontuou Felipe.
Dentro da radioterapia há duas técnicas que podem ser empregadas: a radioterapia externa e a braquiterapia. Na primeira, é utilizado feixes de radiação, os raios x, capaz de esterilizar tumores. Já com a braquiterapia, utiliza-se agulhas ou sementes implantadas diretamente na próstata, também entregando alta dose de radiação bem restrita ao órgão.
Prevenção
De acordo com o oncologista Bruno Pacheco, da Multihemo, o recomendado é que o homem procure o médico urologista pelo menos uma vez por ano a partir dos 50. “O câncer de próstata não tem sintomas. O homem só costuma procurar o médico depois que começa a sentir dor. Por isso, quando é diagnosticado com esse tumor, ele já está em caso avançado. Se for detectado em estágio inicial, a chance de cura é grande. É importante a campanha do Novembro Azul e seus alertas à sociedade”, alertou Pacheco.
O médico destacou ainda que pessoas que têm parentes de primeiro grau com a doença e de raça negra possuem mais chances de ter câncer de próstata. Para evitar o problema, alguns costumes simples do dia a dia são importantes.
“Cuidados com a alimentação – redução de gordura, carboidrato, doces e massas –, evitar álcool e cigarro, praticar atividades físicas. Tudo isso diminui a chance de ter câncer. E caso aconteça mesmo assim, será mais brando, com maior chance de cura. Por outro lado, se não tiver vida saudável, aumenta o risco de ter e de avançar mais rapidamente, mais agressivo”, concluiu.
Por: Pedro Paulo Multi Comunicação
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