O Náutico não desistiu dele e ele não desistiu do Náutico”. Foi assim que o vice-presidente do clube, Diógenes Braga, destacou a concretização do retorno do atacante Kieza ao Timbu. Apresentado oficialmente nesta sexta (10), no CT Wilson Campos, o atleta de 33 anos fez questão de salientar o esforço feito por ambas as partes para a parceria, de boas lembranças no período de 2011 e 2012/2013, ser novamente estabelecida. “O amor que eu sinto por esse clube falou mais alto”, frisou K9.
A negociação envolvendo o jogador começou há dois meses. “Recebi uma ligação de Diógenes em novembro. Estava tudo acertado porque acreditei no projeto da diretoria. Quando cheguei aqui, em 2011, eu não era um torcedor do clube, mas depois virei. Fiquei triste de ter ido embora. Quando falaram comigo, eu disse ia dar um jeito de voltar. Vou dar meu máximo dentro e fora de campo e ajudar o clube a viver a grandeza que ele merece. O Náutico não pode ficar fora da Série A”, afirmou.
O “jeito” citado por Kieza foi mais difícil do que ele esperava. Embora acertado com o Náutico, aceitando reduzir seu salário, o atleta revelou que negociação com o Fortaleza, seu antigo clube, foi trabalhosa.
“Achei que seria de uma maneira, mas acabou sendo de outra. Tivemos de ir resolver da última forma que queríamos. Muitos acham que eu estou aqui porque Rogério (Ceni, técnico do Fortaleza) me liberou, mas ele não quis. Depois de uma conversa de uma hora, eu precisei dizer que sairia de qualquer maneira ou ia para a Justiça. Tive de abrir mão de muita coisa, deixar tudo que tinha lá para trás. Todo mundo se empenhou muito e espero dar meu retorno da melhor forma possível”, declarou.
A identificação com o Náutico, segundo Kieza, fez com que o jogador recusasse no passado a acertar com os rivais do estado. “Tive propostas de outros clubes daqui, mas falei que só jogaria no Náutico. Aprendi a amar esse clube”, ressaltou.
Por falar em rivalidade, o primeiro jogo oficial do Náutico na temporada será contra o Sport, nos Aflitos, no dia 19 de janeiro, no Clássico dos Clássicos de abertura do Campeonato Pernambucano 2020. Com um histórico de gols e provocações com o lado rubro-negro, o atacante deixou claro o desejo de entrar em campo, mas não escondeu que o aspecto físico será fundamental na decisão. “Não conversei com Dal Pozzo (técnico) ainda. Voltei a treinar na quinta e faltam menos de 10 dias para o jogo. Jogador quer sempre estar em campo, principalmente em um clássico, mas preciso ver como será meu progresso”, apontou.
Outros trechos da entrevista
Aflitos
Quando o Náutico foi para a Arena, eu falei na época que não era uma boa. Nos Aflitos, a gente ficou praticamente sem perder de ninguém naquele período (2011-2012). O caldeirão é fundamental, tem o calor da torcida.
Dal Pozzo
Dal Pozzo é um cara importante, que gosta de ligar e conversar, demonstrando que o jogador é importante para o clube. Isso é algo bom. Ainda vamos nos conhecer melhor, mas foi uma conversa positiva.
Fonte: Folha PE
Foto: Alexandre Aroeira / Folha de Pernambuco