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K-Line e Nexus implementam hub de veículos em Suape

Porto pernambucano, localizado na Região Metropolitana do Recife, vem sendo utilizado como ponto de distribuição de veículos do Mercosul para outros países das Américas

A localização geográfica privilegiada de Suape, que está apenas a 5 dias do Canal do Panamá, levou as empresas K-Line e Nexus a implementarem um hub de veículos no porto pernambucano, um dos mais importantes do país. Com a operação, centenas de automóveis de passeio e utilitários vêm desembarcando em Suape, desde novembro de 2021, para depois seguir para outros destinos internacionais. As unidades, fabricadas no Uruguai e na Argentina, por ora estão sendo transportadas para países como Colômbia, República Dominicana, Costa Rica, México e Estados Unidos.

“A pandemia criou um caos logístico no mundo e isso afetou, drasticamente, o transporte de veículos entre os países. Como resultado dos congestionamentos nos portos, escassez de mão de obra e falta de peças para produção, há uma grande demanda reprimida para navios roll on-roll off (tipo de cargueiro gigante para o transporte de automóveis). Em razão desse gargalo e do custo competitivo de Suape, decidimos criar um hub para veículos em Pernambuco e os resultados são bastante positivos”, enfatiza o engenheiro Rafael Cristelo, gerente-geral da K-Line Brasil e da Nexus.

De origem japonesa, a K-Line celebrou 100 anos em 2019 e é uma das maiores empresas de navegação do mundo, operando mais de 500 navios de diversos tipos. Já a Nexus é uma empresa nacional do grupo K-Line e atua no ramo logístico automotivo e de cargas de projeto, sendo responsável por toda operação do hub em Suape.

“A Nexus dispõe de um sistema próprio, dedicado a operações de pátios e plantas, propondo-se a obter maior visibilidade da cadeia logística. Contamos com módulos integrados à operação diária, provendo visibilidade e informações em tempo real para os clientes e parceiros”, pontua Rafael Cristelo. Além de atuar na exportação de barcos, cargas de projeto e maquinários, traz toda a solução logística terrestre.

PARCERIA ESTRATÉGICA

O gerente-geral da K-Line e da Nexus lembra que as primeiras operações de transbordo foram de pequeno porte, o que ele define como “aprendizado sobre as boas práticas”. Com suporte da diretoria de Suape, as operações aumentaram exponencialmente e já houve registro de transbordo de mais de 400 veículos em uma única operação, envolvendo marcas de diferentes montadoras. “Os entendimentos prévios mantidos com o diretor-presidente do porto, Roberto Gusmão, e com o diretor de Gestão Portuária, Paulo Coimbra, foram decisivos para implantarmos o hub em Suape”, destaca.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Geraldo Julio, a implementação do hub de veículos reforça o perfil do Estado para a movimentação de cargas e a presença de grandes empreendimentos. “A posição estratégica na região Nordeste só faz consolidar ainda mais o Porto de Suape na condição de hub. E para esse caso específico dos veículos será muito vantajoso para empresas que possuem matriz no exterior e no Brasil, podendo utilizar essa logística de distribuição para todas as regiões e para fora do país com um tempo muito mais reduzido”.

Para o titular da estatal portuária, Roberto Gusmão, as operações da K-Line e da Nexus consolidam a vocação logística de Suape, porto que se localiza num raio de 800 quilômetros de 7 capitais nordestinas. “A prospecção de novos negócios tem resultado em atração de grandes empresas. “O nosso porto conta com diferenciais que nenhum outro tem, como localização privilegiada, profundidade e ótima estrutura moderna. Isso nos dá a capacidade para ser um hub de muitas cargas. Já somos o maior distribuidor de granéis líquidos, na parte de combustível, e com essa nova operação caminhamos para nos consolidarmos como hub de veículos para todo o País”, comenta.

PLANOS DE EXPANSÃO

De acordo com Rafael Cristelo, com toda a infraestrutura da K-Line e da Nexus, aliada ao potencial de Suape, a tendência é aumentar o embarque e desembarque de veículos, além de cargas estáticas, como barcos, maquinários e guindastes. “Suape se tornou o principal ponto de exportação de lanchas e maquinários do Nordeste e o nosso objetivo é incrementar ainda mais nossas operações em terras pernambucanas”, pontua.

Diferentemente do porta-contêineres, o navio Ro-Ro é totalmente fechado, de acordo com Cristelo. “É como se fosse um grande estacionamento vertical com várias rampas internas, no qual, na maioria das vezes, é possível ajustar a altura dos andares de acordo com o tipo de carga”, descreve. Segundo ele, A K-Line é pioneira nesse tipo de navio com o “Toyota Maru No.10”, o primeiro Ro-Ro exclusivo de carros (PCC) do mundo, lançado em 1970.

PÁTIOS DE VEÍCULOS

A movimentação de veículos em Suape foi um dos grandes destaques do porto em 2021. Segundo a estatal, o número de automóveis importados e exportados foi 20% maior em relação a 2020. Esse percentual totalizou 47.841 unidades em 2021 contra 39.922 no ano anterior. Suape é a porta de saída para os veículos da Stellantis (antiga FCA), produzidos tanto na fábrica da Jeep em Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, quanto na planta do grupo em Betim (MG), tendo como destino países como Argentina e México.

O porto tem três pátios públicos para o armazenamento de veículos, que somam 227 mil metros quadrados de área e capacidade anual para 250 mil carros. Atualmente, Suape exporta carros das montadoras Fiat e Jeep, e importa da GM, Toyota e Nissan. Dois pátios são exclusivos para veículos movimentados no sistema roll on-roll off, denominados Pátios Públicos de Veículos PPV1 e PPV2, e outro para carga geral, o antigo Pátio de Contêineres de Suape, denominado PCON.

O PPV1 tem área de 3,6 hectares, com capacidade estática de armazenagem de 1.829 vagas. Já o PPV2 ocupa 15 hectares, com 6.504 vagas. O PCON se espalha por dois hectares pavimentados. Obras recentes incrementaram a sinalização horizontal dos pátios, que ganharão iluminação completa nos próximos meses, para que possam operar ininterruptamente.

Sobre o autor

A oposição é necessária para avaliar a gestão, mas é importante distinguir entre oposição legítima e politicagem, que busca causar problemas e confundir a população. É preciso ficar atento para não cair nesse jogo manipulador.

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