A vereadora do PT lembra que o arcebispo emérito fez parte da história do Recife e destacou o trabalho dele em favor dos mais pobres._
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), sancionou a Lei nº 19.125, de autoria da vereadora Liana Cirne (PT), em reconhecimento ao legado e trajetória de Dom Hélder Câmara. Com a sanção, fica instituído o dia 7 de fevereiro como data em homenagem a Dom Helder. A celebração faz referência ao dia e mês de nascimento do arcebispo emérito.
Liana lembra que Dom Hélder Câmara fez parte da história do Recife ao destacar o trabalho desempenhado pelo religioso em favor das pessoas em situação de vulnerabilidade social.
“Ele não era alguém que se entregasse a uma fé voltada apenas à remissão dos pecados subjetivos, mas também à remissão dos pecados do mundo. A fome, a miséria, a injustiça, a violência, são pecados do mundo. A remissão desses pecados era uma missão de Dom Hélder. O dia dele, portanto, será de fraternidade. Será um dia para nos abraçarmos e pedirmos a remissão dos pecados do mundo”, disse Liana.
A parlamentar lembrou ainda que Dom Hélder “era um gigante na sua missão e profecia” e que participou de muitos momentos históricos da Igreja Católica e da sociedade. Disse também que o religioso foi um dos precursores do projeto da Campanha Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Campanha da Fraternidade.
“Ele fazia um acolhimento aos mais pobres, foi determinante durante a ditadura militar e denunciou a fome dos agricultores nordestinos. Ele dizia que quando pedia alimento para os mais pobres era chamado de santo. E quando perguntava porque as pessoas eram pobres, era chamado de comunista”.
Dom Helder é reconhecido por sua atuação em favor da defesa da liberdade e dos mais necessitados. Durante o período da ditadura militar no Brasil, após ser empossado como arcebispo de Recife e Olinda, Dom Helder e mais 17 bispos do Nordeste pediram a liberdade das pessoas e da Igreja. Em 1969, ele criticou a situação de miséria dos agricultores nordestinos.
*Beatificação*
O processo de beatificação de Dom Hélder Câmara avançou. O pedido para torná-lo beato, que já tinha saído da fase diocesana, realizada no Brasil, e chegado até o Vaticano, também já recebeu a nomeação do monsenhor espanhol Melchor José Sanchez de Toca y Alameda como relator para a elaborar a “Positio”, volume que resume as provas de que o religioso realizou milagres.