Por Jadson d´Pádua.
Depois de cumprir agenda de lançamento do seu último livro pelas cidades do interior do estado, o escritor, historiador e dramaturgo Adriano Marcena recebeu homenagem na Primeira Mostra Cultural do Jaboatão dos Guararapes. Pouca gente sabe que Marcena foi um dos principais responsáveis pela implementação do Conselho Municipal de Cultura do Jaboatão dos Guararapes e seu primeiro presidente, acontecendo o mesmo com a Academia de Letras do Jaboatão dos Guararapes (ALJG)m, que Marcena também foi primeiro presidente.
Mas a história desse artista brasileiro vai além e se estende desde o ano de 1992 quando o escritor e dramaturgo apareceu com o texto teatral Gabriel & Isabel e recebeu seu primeiro prêmio literário. Em 1995, Marcena publica um dos seus trabalhos mais contundentes, a famosa Trilogia da Miséria Humana – Os Leprosos, As Grávidas, Os Cristãos, projeto inovador para a época ao propor o lançamento do livro no Forte das 5 Pontas com os textos e meses depois iniciar a temporada com os três espetáculos, no teatro da Fundação Joaquim Nabuco, no Derby. Dos três textos As Grávidas foi o que mais andou, sendo encenado no Rio de Janeiro e em Angola, na África. O texto Os Cristão foi traduzido para o francês.
Em 1996, Adriano Marcena venceu o Prêmio Nacional de Dramaturgia, do Ministério da Cultura, com a premiadíssima A Ópera do Sol – Uma odisseia nordestina no sertão pernambucano – ópera-repente. Este complexo trabalho envolve mais de 18 gêneros da cantoria de viola e rica carpintaria teatral, o que fez o autor receber mais dois prêmios para a sua A Ópera do Sol: o Prêmio Elpídio Câmara de Teatro concedido pelo Conselho Municipal de Cultura da Cidade do Recife (1997) e o Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 – Edição Patativa de Assaré/Ministério da Cultura do Brasil. Recentemente, A Ópera do Sol foi encenada no Recife por Carlos Carvalho. Mas Marcena também recebeu 5 Menções Honrosas para seus textos teatrais, sendo 3 do Conselho Municipal de Cultura da cidade do Recife para as obras As Mungangas de Zeca Apolinário na Terra do Vulcão Encarnado, 1998; Arrecifes do Silêncio e Estrepolias de Pedro Malasarte, ambas em 2002 e O Canto dos Vinhedos em 2004; 1 (uma) da Fundarpe, para a obra O Rei Rodela, em 1992.
Em 2010, depois de 12 anos de pesquisa e escrita, Adriano Marcena lança o Dicionário da Diversidade Cultural Pernambucana, 1016 páginas, uma das obras mais importantes da sua geração. O trabalho tenta abordar a história de Pernambuco através do olhar da cultura. É uma obra de referência e pena que apenas 50 exemplares foram colocados à venda no lançamento.
Depois de se aprofundar em estudos de História Cultural, Marcena publicou 3 importantes trabalhos sobre a história da alimentação brasileira: Mexendo o Pirão: importância sociocultural da farinha de mandioca no Brasil holandês (1637-1646); Raspando o Tacho – Comida e Cangaço: Relações etnograstronômicas entre nômades e sedentários nos sertões nordestinos (1922-1938) e A Saideira – Breve História Cultural da Cerveja em Pernambuco. Estas três obras receberam incentivos do Funcultura.
Ao longo da sua jornada, Adriano Marcena escreveu mais de 50 textos para o teatro, romances inéditos e publicou muitos trabalhos para o teatro. Recentemente, Marcena tem se dedicado a desenvolver narrativas que possam ser desdobradas em vários produtos. A Turma da Joaquina, banda pop formada apenas por animais, e que pouca gente sabe que também foi uma criação de Marcena, atualmente é uma start-up de impacto social que está incubada no Porto Digital e já vem começando a atrair uma boa quantidade de fãs. Recentemente, lançou As aventuras do Vampiro do Cordel – contos hilários e razoavelmente assombrativos.
A Primeira Mostra Cultural do Jaboatão dos Guararapes também fez outras homenagens no campo da literatura, cordelista Geraldo Valério e à Academia de Letras do Jaboatão dos Guararapes (ALJG).
