DR PAULA MEYER

INFLAÇÃO EXPLODE E BANCO CENTRAL “ARROCHA” NA TAXA DE JUROS

As últimas noticias relativas a esclada da inflação continuam tomando o espaço na mídia. As medições quinzenais e mensais mostram que apesar das medidas de elevação da taxa de juros SELIC, a taxa de juros que embasa todas as demais taxas do mercado, a pressão sobre o nivel de preços prossegue.

A pressão dos alimentos – carne, ovos, café, derivados de leite- tem provocado uma queda no poder aquisitivo do cidadão brasileiro, o pagador de impostos. Esse movimento respinga na popuaridade do Presidente Lula que ultimamente vem emplacada ruim e péssimo.

E nesse contexto de perda de poder aquisitivo, o discurso é de que iremos com calma e que o Presidente do Banco Central nao pode dar um “cavalo de pau” na inflação nesse instante. A adoção de tal estratégia tudo ou nada não é bem assim que se deve analisar e interpretar a situação atual. Também nao adianta jogar a responsabilidade nas mudanças climáticas e agora ao efeito “Trump” de elevação das tarifas nos Estados Unidos.

A percepção da população de perda do poder aquisitivo é real e é preciso fazer algo. A elevação da taxa de juros ocorre uma vez que o Governo não fez a sua parte. Déficit público, diferença das receitas menos as despesas, não pára de crescer e o descrédito nas ações e medidas para contornar tal problema nao convencem.

É importante entrar nesse bom combate e adotar medidas que reduzam o déficit de maneira a abrir espaço para o Banco Central diminuir o “arrocho” da taxa de juros.

Aumento da taxa de juros tem implicações múltiplas na economia: reduz a capacidade de obtenção de crédito do consumidor, empresas por sua vez ficam mais cautelosas no que tange a busca por mais crédito. O metabolismo da economia diminui e os fluxos reais e monetários ficam mais lentos, o dinheiro circula com menor velocidade e o crescimento economico também.

A pressão sobre o Banco Central existe para driblar o que tem remédio:  reduzir os gastos públicos. falta vontade política, falta plano de ação, falta estrategia. Enquanto a água correr solta sem maiores penalidades quem pagará essa conta é o cidadão brasileiro.

Dai nao resta senão dizer: “Arrocha” Banco Central !

 

Sobre o autor

Paula Meyer Soares

Dentro dessa perspectiva a coluna inaugura mais um espeço para a reflexão no Jornal Pernambuco em Foco acerca dos desafios energéticos e econômicos resultantes das nossas políticas públicas.
Serão abordados temas diversos voltados para área de energia, economia e políticas públicas.
A coluna será semanal abordando os mais variados temas correlatos à essas áreas sob a ótica da economista e professora Paula Meyer Soares autora e especialista em economia, energia e políticas públicas. Doutora (2002) e Mestre (1994) em Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – EAESP. Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (1990). Membro da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE

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