DR PAULA MEYER

GASOLINA PRESSIONA O ÍNDICE DE INFLAÇÃO EM 2022

Em 2022 a cotação do barril de petróleo permanece em alta. Essa foi a análise realizada pelos especialistas nos ramos de óleo e gás. Em 2021,  o valor comercializado da commodity foi de US$ 70 a US$ 80, isso significa dizer que a tendência de alta mantém-se.

No Brasil, a pressão dos combustíveis nos índices de inflação foi o que mais chamou a atenção quando o assunto é escalada da inflação. Em 2020, o IPCA foi de 4,25% e se despede de 2021 batendo na casa de 10,25%. Esse salto decorre da aceleração dos preços comercializados na bomba dos derivados do petróleo.

A situação não é irrelevante e não é de grau menor. Em novembro, o preço da gasolina subiu 7,38% , respondendo por quase metade (48%) da alta de 0,95% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês, com influência de 0,46 ponto percentual.

Nos últimos 12 meses, o aumento do preço dos combustíveis já ronda 50,78%. Do resultado geral do IPCA de 10,74% nos 12 meses até novembro, o item ja responde por 2,49 ponto percentual. Em outubro, ja vinha sendo também um dos itens responsaveis pela acelaração do índice.

Mas não foi somente a gasolina que deu uma acelerada na inflação. Os demais combustíveis, também deram a sua contribuição. O óleo diesel por exemplo, avançou 46,51% no ano e 49,56% em 12 meses. O etanol, tambem não ficou para trás, variou 67,18% no ano e 69,40% nos últimos 12 meses, respectivamente.

Quando o assunto é elevação no preço dos combustíveis não se pode ignorar, afinal de contas o peso da gasolina no IPCA é de 3,87%, enquanto que o do etanol é de 0,92% e o óleo diesel, de apenas 0,13%.

Diante do exposto, acompanhar a tendência dos preços dos combustíveis é uma importante tarefa a se fazer quando o assunto é controle inflacionário. Esperar que a política fiscal arrefeça os índices daqui para frente é ém vão, ainda mais em um segundo ano de pandemia. Os cofres públicos estão com seus níveis baixos de recursos.

O combate à escalada inflacionária deve vir da política monetária que vai continuar com o remédio amargo de subida da taxa de juros para conter o avanço dos preços. Essa medida vai conter a demanda por crédito e consequentemente pressão da demanda em alguns setores da economia. Sabemos que a situação atual da economia brasileira é de baixo crescimento com queda de alguns setores (agrícola e indústria). A saída é de que os indicadores de emprego e de renda melhorem a medida em que o contingente de vacinados aumente.

Uma reação rápida da economia em 2022 é o que se espera. Sabemos que será um ano com fortes emoções, regado a eleições presidenciais, Copa do Mundo, recessão econômica, aumento da pobreza no Brasil e no resto do mundo. A esperança é que 2022 traga novas vibes com uma desaceleração da inflação e mais renda para cada um de nós.

 

 

 

 

Sobre o autor

Paula Meyer Soares

Dentro dessa perspectiva a coluna inaugura mais um espeço para a reflexão no Jornal Pernambuco em Foco acerca dos desafios energéticos e econômicos resultantes das nossas políticas públicas.
Serão abordados temas diversos voltados para área de energia, economia e políticas públicas.
A coluna será semanal abordando os mais variados temas correlatos à essas áreas sob a ótica da economista e professora Paula Meyer Soares autora e especialista em economia, energia e políticas públicas. Doutora (2002) e Mestre (1994) em Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – EAESP. Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (1990). Membro da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE

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