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Frei Caneca FM se despede de 2020 dando voz à pluralidade

Enquanto o ano de 2020 foi permeado pela maior crise sanitária do nosso tempo, impedindo que os encontros presenciais – combustível de trocas e afetos – prosseguissem, foi também diante deste desafio que a rádio pública do Recife escolheu tornar-se, mais uma vez, ponte em direção ao significado de partilha relacionado à comunicação. A Frei Caneca FM pensou a sua programação como um antídoto para combater a monotonia, uma vacina para manter em dia a nossa saúde mental, uma pílula de informação para perceber outras perspectivas. E agora encerra um ano tão duro do mesmo jeito que começou: a serviço da pluralidade, da representatividade e da alegria. No próximo dia 1º de janeiro, das 12h às 18h, a rádio pública do Recife recebe o ano novo com o Top 101, uma seleção das músicas mais tocadas no ano de 2020.

Mais do que nunca bálsamo em tempos áridos, a grade musical da Frei Caneca FM esteve comprometida com o fortalecimento da identidade local, gerando representação de artistas pernambucanos, negras e negros, homens e mulheres cis e trans, de bandas nacionais, locais e afro-latinas. Entre as mais tocadas da rádio pública, estiveram nomes como Elza Soares, Chico César, Tagore, Josyara, Luedji Luna, Otto e Mestre Anderson Miguel, artistas que refletem a força resiliente da nossa cultura frente ao momento de ataques que o Brasil vive.

Se, por meio da ascensão de discursos discriminatórios, testemunhamos durante o ano de 2020 um movimento agressivo contra os interesses coletivos e ataques às conquistas sociais históricas, a Frei Caneca FM, emissora mantida pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, nadou em direção oposta. No front contra o negacionismo, racismo, misoginia, LGBQIA+fobia, capacitismo e machismo, a rádio pública do Recife tem sido uma importante aliada na luta por uma sociedade mais justa e possível para todas as pessoas. Mais do que nunca, imaginar um novo mundo e torná-lo possível tem a ver com recalibrar as rotas da comunicação, território onde se constituem os discursos. Neste contexto, a 101.5 FM, cumprindo os acordos firmados com a sociedade civil e consolidados em audiência pública no ano de 2016, foi palco para a ampliação de vozes, por meio de uma programação multifacetada e corajosa.

A partir do Edital de Apoio à Ocupação da Grade de Programação, a Frei Caneca FM teve, em 2020, cerca de 30% da sua programação constituída a partir de participação popular, entendendo que uma grande quantidade de vozes tinha urgência em serem ouvidas. Em mais de 40 programas da sociedade civil foram veiculados conteúdos que incentivam a educação, a cultura, as artes, discutem agroecologia, igualdade de gênero e racial, a saúde e inclusão de pessoas com deficiência, cultura LGBTQIA+, direitos humanos e a defesa e preservação do meio ambiente, além de uma programação infantil que não deixaram nada a dever em música, animação e informação para os pequenos ouvintes.

Relembrando Paulo Freire, a rádio pública bota fé na comunicação vivenciada no diálogo autêntico, aquela que só ocorre quando os participantes estão em igualdade, princípio básico da cidadania. É na democracia, na arte, na ciência e na participação popular que reside o caminho para um mundo mais justo e para uma rádio pública que abrace o Recife inteiro, mesmo em tempos tão protocolares.

Fonte: Secretaria de Cultura do Recife

Foto: Divulgação

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A oposição é necessária para avaliar a gestão, mas é importante distinguir entre oposição legítima e politicagem, que busca causar problemas e confundir a população. É preciso ficar atento para não cair nesse jogo manipulador.

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