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Festival Recifense de Literatura A Letra e A Voz chega à 20ª edição

Entre os próximos dias 25 e 27, a Rio Branco receberá mais de 60 atrações para celebrar a literatura e a música que se encontram e fundem para fundar a capital pernambucana. Evento gratuito e aberto ao público, realizado pela Prefeitura do Recife, renderá homenagem a Bia Marinho e Chico Science. Programação formativa começa hoje (22)

Nesta penúltima semana de agosto, a cidade da música se confirma também literária, celebrando a literatura que se canta e a música que se escreve na 20ª edição do Festival Recifense de Literatura A Letra e A Voz. O evento irá homenagear dois importantes representantes da cultura pernambucana: Bia Marinho e Chico Science, abrindo a temporada de festivais culturais promovidos pela Prefeitura do Recife, para celebrar as profícuas cenas locais da literatura, música, circo, teatro e dança. Autores de obras que testemunham sobre tradição e revolução, gêneros e formatos diversos, a dupla de homenageados “abraçada” nesta edição comemorativa embala desde o mangue até o profundo Pajeú.

A etapa formativa do Festival, realizado pela Secretaria de Cultura e pela Fundação de Cultura Cidade do Recife, já começa hoje (22), reunindo poetas, escritores e músicos, como Clécio Rimas, DJ Dolores, Marcelino Freire e Paulo Caldas, que ministrarão, respectivamente, quatro opções de oficinas gratuitas: Oficina de Cordel, Embolada, Repente e Rap; A Cidade que Ressoa (Paisagem Sonora); Narrativas Breves; e Oficina Literária. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no link disponível na bio do perfil @culturadorecife, no Instagram.

Os versos e acordes da programação artística tomarão conta da cidade a partir de sexta-feira (25). Confirmando a Avenida Rio Branco como paisagem cativa das festas, letras e vozes recifenses, o Festival reunirá poetas da escrita e do som, declamadores e cantores, razões e emoções dedicadas às semeaduras literária e musical, que se encontram, fundem e fundam a cidade de tantos fazeres artísticos.

 

Até domingo (27), mais de 60 atrações, como Antônio Marinho, Ronaldo Correia de Brito, Isadora Melo, Bione, Carol Levy, Fernando Azevedo e Walmir Chagas, Adelaide Santos, Flora Rodrigues, Poeta Pato, Raiane Margot e Sofio, Érica Montenegro, Hugo Monteiro, Mari Bigio, Geraldo Maia, Fred 04, Karina Buhr, Paulo André Pires, Renato L, Alexandre Morais, Elenilda Amaral, Francisca Araújo e Gislândio Araújo, além da homenageada Bia Marinho, irão se revezar na vez e na voz, para celebrar, em mesas de debate, recitais, shows e contações de histórias, desde a tradição da poesia oral sertaneja, que fundou a literatura nordestina, até a revolução que fincou parabólicas musicais no mangue, fazendo brotar novos sons das raízes culturais pernambucanas.

“Nosso festival tem um lugar cativo no calendário cultural. E nesta edição, tão especial, une duas potências culturais recifenses: a literatura e a música. Vamos celebrar talentos e obras, homenagear quem tem o nome escrito neste campo criativo que, como os demais, é muito ativo na nossa capital. Na Cidade Cervantina, também Cidade da Música, os títulos reverenciam essa grandeza e tentam traduzir nossa inventividade, tradicional e contemporânea, assim como o próprio Recife é”, celebra o secretário de Cultura, Ricardo Mello.

“Recife é uma cidade com vocação para a cultura. Num lugar assim, todas as formas de arte se manifestam juntas: uma linguagem sempre inspirando e traduzindo a outra. Música e literatura sempre formaram uma paisagem só na capital pernambucana e no estado inteiro. E não poderíamos escolher homenageados que traduzissem esse encontro com mais fidelidade”, afirma o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Marcelo Canuto.

Programação – Na sexta-feira, a programação começa às 14h, nos tabuleiros cheios de promoções e novidades da Feira do Livro Miguel de Cervantes, que recebe este nome em alusão ao título de Cidade Cervantina, conquistado em 2022 pelo Recife, que foi a primeira cidade brasileira incluída pelo governo espanhol na rede de destinos globais, formada em torno do legado literário de Miguel de Cervantes. A partir das 18h, música e poesia se encontram na teoria e na prática, durante a programação do evento, que começa numa mesa de debate e termina no palco volante do Som da Rural, para celebrar os versos agudos e certeiros de Bione e a peleja poética e agora patrimonializada da Batalha da Escadaria, duelo de MCs realizado há 15 anos no Recife e recentemente declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Recife.

 

No sábado (26), tem mais feira, mais música e mais debate, além de lançamento de livro. Vai ter sarau reunindo as novas poesias recifenses de Adelaide Santos, Flora Rodrigues, Poeta Pato, Raiane Margot e Sofio. E, encerrando o segundo dia, o Som da Rural conduzirá o público pelo universo musical de Geraldo Maia.

 

No derradeiro dia de festival, a literatura vai convidar o Recife para chegar mais cedo ao bairro. A programação do domingo já começa às 11h com a poesia musicada de Mari Bigio, que canta e encanta para convidar o futuro a ler. E segue com lançamentos de livros e mesa de debate, dedicada aos acordes e vozes que até hoje ecoam do mangue, com a participação de Fred 04 e Karina Buhr, além do produtor Paulo André Pires e do jornalista  Renato L, em celebração aos 30 anos do Movimento Manguebeat.

 

Depois de mergulhar no mangue, a programação vai se embrenhar no Sertão da homenageada Bia Marinho, que será o mote inspirado e infalível para a glosa de Alexandre Morais, Elenilda Amaral, Francisca Araújo, Gislândio Araújo e Jorge Filó. O evento termina com shows de Zé Brown e da própria Bia, letra e voz devotadas à cultura pernambucana.

 

Curadoria – O festival teve curadoria do jornalista José Teles, profundo conhecedor e incansável contador das histórias da música e dos músicos do Recife e do Brasil todinho e de Janaina Serra, que empresta voz e alma ao jornalismo cultural pernambucano há anos.

 

Homenageados – A programação do Festival este ano rende uma homenagem a Bia Marinho, filha de São José do Egito, no Sertão do Pajeú, onde brota a nascente da poesia sertaneja que nunca seca, nem cessa de sangrar gerações de mote e rima. Neta do lendário Louro do Pajeú, filha, mãe e tia de poetas, Bia é fruto e semente da tradição oral nordestina, uma vida predestinada à rima, que ela defende, em canto e verso, com todas as suas certezas, belezas e gerações.

Em celebração ao 30 anos do movimento mangue, o 20º Festival A Letra e A voz celebra ainda Chico Science, um dos idealizadores e dos mais fiéis representantes e militantes do movimento Manguebeat. À frente da banda Nação Zumbi, comandou a evolução musical que modernizou o passado, tirando da lama o sustento e o esteio cultural de todas as gerações da década de 1990 em diante, convidadas a (re)conhecer sua própria identidade, o protagonismo e a força de suas tradições e revoluções musicais, entre caranguejos, questionamentos sociais, riffs de guitarra e toques dos tambores ancestrais nordestinos.

 

PROGRAMAÇÃO

20º Festival A Letra e A Voz – 2023

Música e Literatura

Homenagem a Chico Science e Bia Marinho

 

Sexta-feira  (dia 25)

Local: Av. Rio Branco

Pavilhão A Letra e A Voz

14h – Abertura da Feira do Livro Miguel de Cervantes

18h – Mesa de debate “Música e Poesia” – Com Antônio Marinho, Ronaldo Correia de Brito e mediação de Isadora Melo

Palco Som na Rural

20h – Batalha da Escadaria

21h30 – Apresentação musical de Bione

 

Sábado (dia 26)

Local: Av. Rio Branco

Pavilhão A Letra e A Voz

10h – Feira do Livro Miguel de Cervantes

14h  Apresentação musical infantil, com Carol Levy

15h30 – Lançamento do livro “A Corrida Maluca”, de Érica Montenegro

16h – Mesa de debate “A saudade na obra de Antônio Maria” – Com Fernando Azevedo,  Walmir Chagas e mediação de José Teles

17h30 –  Lançamento do livro “Escola das Horas”, de Raiza Figuerêdo

18h – Mesa de debate “A censura na literatura infantil” – Com Érica Montenegro, Hugo Monteiro e mediação de Roberta Cavalcanti

19h30 – Lançamento do livro “Afrochego: poemas para acalentar meu povo”, de Odailta Alves

20h – Sarau Cena Cervantina da Nova Poesia, com Adelaide Santos, Flora Rodrigues, Poeta Pato, Raiane Margot e Sofio

Palco Som na Rural

21h – Apresentação musical de Geraldo Maia e o universo musical inspirado em Miguel de Cervantes

 

Domingo (dia 27)

Local: Av. Rio Branco

Pavilhão A Letra e A Voz

10h – Feira do Livro Miguel de Cervantes

11h – Apresentação do espetáculo infantil Histórias de Porta em Porta, da Cia Meias Palavras

14h – Apresentação musical infantil, com Mari Bigio

15h30 – Lançamento do livro “Poesias Concordância da Alma 2019 – Volume II”, de Burgo Carneiro de Souza

16h – Mesa de debate “Letras do Mangue” – Com Fred 04, Karina Buhr, Paulo André Pires, Renato L e mediação de Débora Nascimento

17h30 – Lançamento do livro “Mainá”, de Karina Buhr

18h – Mesa de Glosa “A letra e a voz de Bia Marinho” – Com Alexandre Morais, Elenilda Amaral, Francisca Araújo, Gislândio Araújo e Jorge Filó

Palco Som na Rural

19h – Apresentação musical de Zé Brown

19h30 – Apresentação musical de Bia Marinho

 

Fotos antigas do Festival: Daniel Tavares/Arquivo PCR

Foto Bia Marinho: Marcos Pastich/PCR

Sobre o autor

A oposição é necessária para avaliar a gestão, mas é importante distinguir entre oposição legítima e politicagem, que busca causar problemas e confundir a população. É preciso ficar atento para não cair nesse jogo manipulador.

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