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Feira livre do entorno do Mercado de São José vai para Cais Santa Rita

A feira livre no entorno do Mercado de São José, no Centro do Recife, já tem data para acabar: domingo, 1º de setembro. Ao longo deste dia, as equipes da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife (Semoc) irão remover as velhas barracas de rua e o comércio ambulante que cerca o equipamento histórico. Os trabalhadores serão transferidos para o prédio anexo do mercado e para a nova etapa do Centro Comercial do Cais Santa Rita, que abre as portas nesta segunda-feira (2).
 
Os comerciantes da área já começaram as ações de mudança. Em conversa com a reportagem muitos vendedores se mostram hesitantes, mas conformados com a situação. Os novos espaços colocam o comércio em condições melhores que os atuais barracões ou carroças, mas afasta a circulação ativa do público – parcela majoritária de clientes. 
E esses vendedores estão por lá há mais de três décadas, como Marluce Barbosa, 68 anos. Comerciante de ervas e artigos religiosos, ela ocupa atualmente três boxes na Rua da Praia. A partir de segunda, estará instalada em dois estandes do anexo do Mercado de São José. “Vou ficar apertada. Tenho que me desfazer de um monte de coisa. A gente fica meio assim (ressabiada), mas depois se acalma”, pondera. 
 
Marluce chegou por lá em 1979, para trabalhar em uma loja de discos de vinil em um dos antigos comércios que ficavam colados com as paredes do mercado histórico. Desde os anos 90, ganhou os boxes onde vende seus produtos. “Isso aqui é uma vida né. Criei filhos, neto e bisneto aqui. Tem gente que perdeu o sono, pensando como que vão ficar as vendas, porque aqui (no entorno do mercado) é rua, né? Sou muito otimista, mas há de se ter pé no chão”, afirma.
 
O anexo do Mercado de São José terá, aproximadamente, 82 boxes. O amolador de metais Pedro Pereira, 61, estava acompanhando os últimos retoques de seu ponto. Ele também acredita que irá demorar para a clientela se acostumar. “O movimento na rua é maior, mas aqui é mais organizado. Acho que dá no mesmo”, reflete. Pedro começou a trabalhar com tesouras e chaves com o pai, há 30 anos. “Como ninguém nunca reclamou do meu serviço, o pessoal deve vir atrás”, acrescenta.
Santa Rita
A nova etapa do Centro Comercial do Cais Santa Rita terá cerca de 150 bancas de ferro para feira livre (frutas, verduras e grãos); e 120 de alvenaria, para comércio geral (importados, fiteiros e consertos). Os floristas que estavam no antigo Mercado das Flores estão sendo transferidos para esse novo espaço.
 
Josinete Santos, 58, é uma delas e, assim como Pedro e Marluce (acima mencionados), está há muito tempo instalada na região. “São 40 anos já. O Mercado das Flores antigo estava um lixo, os vândalos arrombavam os boxes. Agora, aqui, nessa área nova, fica melhor. Está próximo do terminal de ônibus, pega fluxo de turista. O negócio agora é divulgar. Espero que o secretário João Braga faça isso”, conta.

O secretário de Mobilidade e Controle Urbano da capital, João Braga, defende as novidades: “É uma conquista pra todo mundo. Estou confiante que vai dar resultado. Não estamos tirando nada de ninguém, e sim dando um espaço digno, coberto, protegido de chuva e sol. Eq uem está cadastrado, já foi realocado”, defende, em entrevista ao Diário.

 
Fonte: Diário de Pernambuco
Foto:  Peu Ricardo/DP
 

Sobre o autor

A oposição é necessária para avaliar a gestão, mas é importante distinguir entre oposição legítima e politicagem, que busca causar problemas e confundir a população. É preciso ficar atento para não cair nesse jogo manipulador.

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