ESG une políticas ligadas ao ambiente, responsabilidade social e governança.
Ser sustentável em seu dia-a-dia, em sua casa, no trabalho, empresa ou mesmo para uma indústria, deixou já há algum tempo de ser uma “moda” para ser algo essencial e urgente. O que antes poderia ser apenas uma demonstração de preocupação com o planeta e com as pessoas, hoje tornou-se uma questão de sobrevivência. E nessa realidade, o termo ESG ganha cada vez mais notoriedade, é cada vez mais falado e conhecido, em especial no setor corporativo.
A abordagem ESG, que reúne as políticas de meio-ambiente, responsabilidade social e governança, visam avaliar até que ponto uma corporação trabalha em prol de objetivos socioambientais, de transparência e inclusão que vão além do comprometimento com o mercado somente, envolvendo consumidores, fornecedores, colaboradores e seus investidores.
Para o coordenador pedagógico do Movimento Circular, Professor Dr. Edson Grandisoli, as empresas são atores essenciais que devem inovar e criar soluções que colaborem com o ambiente e as sociedades como um todo. A abordagem ESG incorpora essas dimensões às ações das empresas sem perder de vista a importância da sustentabilidade do próprio negócio .
“Um dos caminhos que dialoga com o tripé ESG é a Economia Circular, uma vez que ela propõe um olhar globalizante e integrado para os processos de extração de recursos, produção, consumo e descarte. Ou seja, incorporar práticas ligadas à circularidade é um caminho fundamental frente às urgências socioambientais, uma vez que busca soluções com a participação de todos os atores dessa cadeia, e não simplesmente de forma isolada e pontual”
Muitas empresas estão comprometidas nesse sentido, em se tornar mais responsáveis e sustentáveis, como por exemplo a gigante 3M, que fabrica mais de 55.000 produtos, incluindo adesivos, abrasivos,
A 3M introduziu o Programa de reciclagem de esponjas produzidas e utilizadas pela empresa. Ao invés de irem para o lixo, são coletadas e passam por um processo de reciclagem. Seus produtos são transformados em uma nova matéria-prima, chamada pellets. É vendida e utilizada para a produção de objetos como bancos, caixotes de lixo, tapetes etc. Os lucros são doados a instituições sem fins lucrativos.
“Este projeto foi um grande desafio, porque a categoria de produtos é muito grande e isso fez com que fosse um desafio para promover um modelo de logística reversa. Com o Terracycle, conseguimos reunir cerca de 8.000 brigadistas voluntários no Brasil para coletar esponjas usadas e, desta forma, reincorporar na economia este material plástico que costumava acabar em aterros sanitários. Com isso, conseguimos reduzir o consumo de recursos naturais para a produção de novos produtos”, explica Marcelo Gandur – Líder do Comitê Corporativo de Sustentabilidade da 3M.
Outra empresa gigante no mercado que tem se destacado na questão de ESG, e a Scania, também parceira do Movimento Circular. A Scania foi a primeira fabricante de veículos pesados a ter as metas para reduzir emissões de gases de efeito estufa das operações industriais e comerciais do grupo, aprovadas pelo Science Based Targets initiative (SBTi). A empresa estabeleceu seis metas ambientais corporativas e, entre essas metas, está o compromisso de reduzir 50% a geração de resíduos não reciclados por unidade produzida (ou 25% em valores absolutos) e reduzir 40% no uso de água por unidade produzida, entre outras ações que ainda estão em fase de planejamento.
Comprometimento
Para o Professor Edson Grandisoli, coordenador pedagógico do Movimento Circular, o comprometimento das empresas é um passo importante para o futuro do planeta.
“As iniciativas da 3M e da Scania devem servir de inspiração para outros setores. É importante notar que ninguém faz nada sozinho em uma economia mais circular. Envolver diferentes atores em um processo de diálogo, cocriação e responsabilização é fundamental para a adoção de melhores práticas considerando o tripé ESG, e a Economia Circular fornece um ótimo modelo de como isso é possível e necessário”.