O medo de contágio e insegurança estão entre os sintomas mais frequentes desta condição
O uso de máscaras deixou de ser obrigatório em espaços fechados, com exceção de alguns lugares como serviços de saúde, por exemplo. Contudo, o fim da obrigatoriedade pode provocar uma outra dor de cabeça: síndrome do rosto vazio. O medo de contágio e insegurança estão entre os sintomas mais frequentes desta condição.
A síndrome do rosto vazio é uma síndrome que a psicologia está denominando a partir do momento do fim da obrigatoriedade das máscaras. As pessoas se sentem desconfortáveis, desprotegidas e expostas a pegar novamente a Covid-19. Além disso, existe a questão estética, que afetou principalmente as pessoas mais jovens, como explica Giedra Marinho, psicóloga especialista em Saúde Mental e professora do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG). “As pessoas encontraram no uso da máscara uma espécie de refúgio. Achavam que tinham uma certa deformação corporal, o que a gente chama de alteração da imagem do esquema corporal. Ou seja, se achavam com alguma questão inferior, então a máscara era questão de segurança. Estavam protegidas, ficavam só com os olhos de fora, e aí com essa retirada do uso da máscara, elas estão novamente expostas a esse julgamento social”.
A especialista reforça que existem formas de amenizar essa síndrome, a principal é entender que é um processo que gera ansiedade e que é preciso lidar com a ansiedade. “Tem várias técnicas de relaxamento e técnicas de meditação. A retirada da máscara causa um desconforto em todos os lugares que a pessoa frequenta. Essa síndrome pode levar a um agravamento do processo de ansiedade, então pode culminar com o que a gente chama de TAG – que é o nível de ansiedade mais alto, podendo levar a ataques de pânico. A pessoa não consegue estar em um ambiente que os outros estejam sem máscara e ela vai começar a deixar de frequentar certos lugares e isso pode trazer prejuízo para vida profissional e para vida social dela. É nesse momento que é essencial procurar ajuda do psicólogo para lidar com essa questão”.