*Por Fernanda Siqueira
Nos últimos anos, o ESG tem ganhado destaque no mundo dos negócios, sobretudo no mercado de tecnologia. A adoção das pautas da agenda no setor representa uma verdadeira mudança nas relações das empresas com os seus stakeholders. De modo geral, estamos falando de todas as pessoas e organizações afetadas de alguma forma pela companhia, como clientes, colaboradores, acionistas, fornecedores e comunidade – além do meio ambiente.
Um estudo recente da consultoria KPMG indica que as empresas de tecnologia, mídia e telecom ampliaram as suas práticas ESG. O avanço se dá nas metas de redução de carbono nos últimos anos, que aumentaram de 61% em 2017 para 81% em 2022. Nesse aspecto, o engajamento de fornecedores torna-se um fator chave para que as empresas possam atingir os seus objetivos de descarbonização.
Isso porque a qualidade dos serviços oferecidos por uma companhia depende muitas vezes, em grande parte, dos insumos e serviços adquiridos pelos fornecedores. À vista disso, a busca por práticas mais sustentáveis na cadeia de suprimentos pode ter um efeito significativo na redução do impacto ambiental e social das atividades empresariais.
No setor de data centers, por exemplo, isso não é diferente. As infraestruturas de armazenamento e processamentos de dados demandam uma grande quantidade de recursos e serviços para operar, como manutenção de maquinário e destinação correta dos resíduos sólidos. Por essa razão, é crucial que as empresas que atuam nesse setor estabeleçam parcerias com fornecedores comprometidos com práticas responsáveis e sustentáveis.
A destinação do resíduo sólido oferecida pelo fornecedor – reciclagem ou aterro sanitário, por exemplo – pode emitir mais ou menos gases de efeito estufa, além de ter um impacto a comunidade local. Mas qual é a relação dessa preocupação de sustentabilidade com a aproximação dos stakeholders?
O engajamento de fornecedores responsáveis é um fragmento imprescindível para a construção de um data center sustentável, que possa atender às demandas crescentes de processamento de dados sem comprometer o meio ambiente. Ao estabelecer relações próximas com stakeholders engajados, as empresas de data centers podem garantir o acesso a insumos e serviços de qualidade, ao mesmo tempo em que promovem práticas responsáveis e sustentáveis em toda a cadeia produtiva.
Outro benefício do engajamento desses grupos é a melhoria dos serviços por meio de uma transformação dos processos. Isso acontece pois os fornecedores são especialistas em suas áreas de atuação e podem oferecer informações valiosas sobre as melhores práticas ambientais e as tecnologias disponíveis para esse fim – o que pode ser simples, como a substituição do combustível da frota para um menos carbono intensivo, ou mais complexo, como a implementação de uma nova tecnologia.
Ao estabelecer um relacionamento próximo com os stakeholders, a empresa pode se beneficiar dessas informações e aplicá-las em seus próprios processos, ampliando a sua eficiência e a qualidade das operações. Além disso, essas emissões são contabilizadas no nosso escopo 3 do inventário de gases de efeito estufa, que é a base da gestão de carbono dos nossos terceiros. Deste modo, essas mudanças colaboram para a diminuição do escopo 3.
Nesse sentido, destaco a importância do CDP (Carbon Disclosure Project) – uma organização sem fins lucrativos – no setor dos centros de dados. Para contextualizar, o CDP incentiva as empresas, governos e demais organizações a mensurarem e divulgarem os impactos ambientais, bem como as práticas de sustentabilidade e eficiência energética das companhias.
Com isso, as empresas são estimuladas a adotar práticas mais sustentáveis, como a utilização de fontes de energia renovável e/ou a redução do consumo energético como um todo. As companhias que respondem ao CDP podem mensurar os riscos e oportunidades das mudanças climáticas em toda a cadeia de valor, obter benefícios financeiros e de reputação corporativa, bem como comparar as suas avaliações com as de outras empresas.
Ao participar do CDP e divulgar as suas práticas de sustentabilidade, as organizações podem demonstrar o seu compromisso com a responsabilidade ambiental e conquistar a confiança e lealdade de stakeholders. Para se ter uma ideia, segundo o relatório Global Supply Chain Report 2022, das mais de 18,5 mil empresas que realizaram essa mensuração em 2022, por meio do CDP, mais de 7 mil indicaram que engajaram os seus fornecedores em mudanças climáticas – ou seja, há muito trabalho pela frente ainda.
Mas é indiscutível que essa transformação não pode acontecer sem liderança organizacional interna. A mudança deve vir de dentro da empresa em conjunto com os fornecedores e demais partes envolvidas no negócio. E isso só acontece quando há um comprometimento dos líderes com a sustentabilidade. Portanto, a governança fundamentada na agenda ESG pode ser uma estratégia sólida para essas lideranças.
É válido dizer que o CDP fornece um fórum para as empresas compartilharem as melhores práticas, trocarem ideias e colaborarem em iniciativas de sustentabilidade. Isso é essencial para o setor e o meio ambiente, já que a redução das emissões de gases de efeito estufa e o uso de práticas mais sustentáveis são desafios globais que requerem a colaboração de empresas, governos e da sociedade civil em si.
Isto posto, as práticas ESG são essenciais para proporcionar negócios mais responsáveis – e o CDP desempenha um papel crucial na promoção desses valores. Da mesma forma, ele contribui para que as empresas se comuniquem de maneira mais adequada com os seus stakeholders.
Mudanças climáticas são uma pauta urgente e crucial para o futuro da tecnologia. O CDP é uma iniciativa importante que deve ser incentivada e ampliada, inclusive pelas empresas de data centers, que têm um papel fundamental a desempenhar nesse processo – como grandes consumidores energéticos. A ODATA, provedora de data centers para a América Latina, se classificou como uma das empresas Líderes de Engajamento de Fornecedores do CDP, fazendo parte dos 8% das empresas mais bem avaliadas para o envolvimento de fornecedores sobre mudanças climáticas.
*Fernanda Siqueira é Coordenadora de ESG & EHS LATAM da ODATA.
Sobre a ODATA
Fundada em 2015, a ODATA é uma provedora latino-americana de serviços de data center, que fornece infraestrutura de TI escalável, confiável e flexível na América Latina. Focada em Colocation, a ODATA atende à crescente demanda por energia, espaço e confiabilidade de organizações de diversos setores, sendo completamente qualificada para oferecer soluções de enterprise até projetos built to suit. A ODATA busca a criação da mais moderna e eficiente rede de data centers da América Latina. Atualmente, a empresa possui três data centers operando no Brasil, um na Colômbia e outro no México, além de já ter iniciado a sua expansão também no Chile. A empresa traz a experiência, solidez e competência do Pátria Investimentos e tendo uma atuação global através da parceria estratégica com a CyrusOne, um dos maiores player do mercado de Data Center do mundo. Mais informações em https://odatacolocation.com/.
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