A boa comunicação está entre os principais ingrediente de sucesso de uma empresa. Seja no fluxo de informações internas ou na forma com que se relaciona com parceiros e clientes, empresas de todos os portes precisam saber usar a palavra a favor do seu negócio. Mesmo os textos institucionais e comerciais não podem perder a meta de conexão com seu público-alvo. “Palavras são poderosas e podem criar muros ou aproximar. Quanto mais rebuscadas, menor o entendimento. Tenho tido alegria de compartilhar um olhar mais humano para estruturas tão duras e cheias de regras, como o ambiente corporativo”, comenta a jornalista e escritora, Ana Holanda, natural de São Paulo onde reside atualmente, mas filha de pernambucana com alagoano.
Há sete anos, ela lançou o Curso de Escrita Criativa e Afetuosa, focado no desenvolvimento da escrita como forma de humanizar as relações, sejam elas pessoais ou profissionais. “Eu fiz esse curso para pessoas, mas aconteceu um movimento muito interessante. Comecei a ser procurada por empresas porque quem participava do curso percebia como o conteúdo poderia ser transformador também no ambiente corporativo”, conta Holanda. Através de palestras pontuais, série de treinamentos ou mentorias personalizadas, a jornalista vem contribuindo para a construção de narrativas mais eficientes – e por que não? – mais gentis nos negócios. “Quando a gente escreve é preciso ter em mente que quem está na outra ponta não são apenas colaboradores, clientes, pacientes ou consumidores. São sempre pessoas. Gente como eu e você, que pensa, sente, tem sonhos. É sobre isso. Sobre lembrarmos que existe alguém do outro lado e dar a ele o olhar e atenção que precisa por meio das palavras”.
Diretora de conteúdo da revista Vida Simples, Ana tem 25 anos de experiência na produção e edição de textos e dois livros publicados, Como se encontrar na escrita e Minha mãe fazia. A humanidade que marca sua trajetória transborda nos ensinamentos compartilhados em empresas como a Roche, Unimed Brasil, Boticário, Fundação Renova, Natura, Anglo American, Sescoop, viação Águia Branca e Banco Votorantin. “Consciência é uma palavra muito importante para a eficácia e clareza na comunicação corporativa”, sinaliza.
Números, gráficos, jargões profissionais, algoritmos não fazem sentido para a maioria das pessoas. Muito menos quando essas informações são passadas em linguagem rebuscada, pouco acessível. Muitas vezes, a falta de engajamento é traduzida pela carência de humanidade do conteúdo. “Se a gente quer tocar o outro, criar conexões, é preciso sair do modo automático, na forma de pensar e redigir os textos. Não dá para se nortear pelo ranqueamento do Google apenas. Afinal, não estamos escrevendo para robôs, mas sim para pessoas que querem saber como seu serviço ou produto impacta na rotina delas”, defende.
A comunicação humanizada é um desafio para empresas que já perceberam que a fabricação em série de textos, baseada em rótulos e não a partir da existência humana, não tem consistência. O efeito disso é uma relação superficial, onde o horizonte limitado não dá espaço para criatividade, novos caminhos e ideias. “Mesmo no universo corporativo, a linguagem tem que ser próxima, tem que conversar, tem que olhar no olho, tem que ser mais humana sempre”, defende Ana, que percebe um movimento interessante. Enquanto corporações gigantes têm investido na construção de uma comunicação mais próxima, do outro lado, empresas pequenas, que naturalmente poderiam manter o tom próximo, tentam se fazer de grandes e despersonalizam o diálogo com seu público. “O mundo está pedindo conversa mais próxima, mais escuta. Para os pequenos, eu diria: não perca essa beleza que já é naturalmente sua”, recomenda.
Fonte: Voz Comunicação
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