Com a reação do mercado financeiro ao cenário eleitoral, o dólar turismo passou a ser vendido por mais de R$ 4,20 – valor que pode afugentar os consumidores das casas de câmbio do Recife. Empresários do setor explicam que o dólar já estava sendo considerado caro antes desse pico, quando custava cerca de R$ 4. Por isso, neste mês de agosto, as vendas já caíram mais de 20% em algumas corretoras. A solução para manter as vendas tem sido, então, apelar para negociações. A Europa Câmbio, por exemplo, passou a parcelar em até seis vezes a moeda estrangeira.
“O câmbio está caro e continua subindo muito. Até as eleições, a cotação ainda pode variar bastante”, justificou o diretor comercial da Europa Câmbio, Edisio Pereira Neto, lembrando que o cartão de crédito já vinha sendo usado por muitos clientes de câmbio. Desde o ano passado, quando foi implantado na modalidade do rotativo, este meio de pagamento já movimentou R$ 15 milhões na Europa Câmbio. E, agora, este valor deve crescer, devido à possibilidade do parcelamento. “Hoje em dia, as pessoas podem pagar toda a viagem parcelada, das passagens ao hotel. Mas o câmbio, não podia”, lembrou Neto, garantindo que o parcelamento é vantajoso.
“Quando não consegue comprar toda a moeda que precisa para sua viagem, a pessoa acaba tendo que usar o cartão de crédito no exterior. Mas esta transação está sujeita a juros de 6,38%. É melhor, então, usar o cartão aqui”, explicou Neto, dizendo que os juros no parcelamento geralmente são menores. Em três parcelas, por exemplo, os juros são de 5%. Em cinco, 6%. Só quando a compra é dividida em seis vezes que a taxa passa dos 6,38%, chegando a 6,5%. “Mesmo assim, é mais vantajoso, porque fixamos a taxa de câmbio do parcelado no dia da compra. A pessoa sabe, então, quanto vai pagar. Já a compra no exterior é calculada de acordo com o vencimento da fatura”, explicou.
Atenta ao movimento, a Labor deve lançar o parcelamento nos próximos dias. Já a Boa Viagem Câmbio e a Recife Câmbio têm apostado no rotativo. “Estamos começando a aceitar o cartão porque o movimento caiu de 20% a 30% em relação a julho por causa da alta do dólar”, revelou o analista da Recife Câmbio, Pedro Pragana.
Fonte: Folha PE
Foto: Henrique Genecy / Folha de Pernambuco