Direto de Aranjuez-Madri/Espanha.
Filosofia, religião e ciência. Convergências e divergências
O que a filosofia busca? O que a religião busca? O que a ciência busca? Responder a perguntas como estas três não me parece tão difícil quanto parece!
O que necessitamos é sistematizar os pontos de convergência e divergência e, ao final, respeitar aqueles que não ferem a dignidade humana.
Sem qualquer pretensão de esgotar o tema, cremos possível listar algumas das respostas que os três campos citados buscam. Ei-las:
– A verdade;
– A felicidade;
– A compreensão do Cosmo;
– A origem da vida;
– A compreensão da Realidade;
– A virtude moral;
– A fonte do Conhecimento:
A questão que divide e polariza a humanidade não está nas perguntas que faz, mas nas respostas que oferece. Há no ser humano uma certa predisposição para o conflito e para impor pontos de vista, sobretudo quando tal ação assegura quem vai atuar como o “macho alfa” da relação sócio-econômica e moral.
Sinto ser relevante tornar a dizer que o mundo é um vasto cenário educacional no qual a a cultura torna-se um processo de ensino. Por que digo isto? Porque toda a natureza física e humana ao nosso redor atua como agente do processo educativo. O ensino, entretanto, pede símbolos, signos e significados. É neste campo que o ser humano entra e, é exatamente aqui que as divergências surgem.
Se a filosofia, a religião e a ciência possuem inúmeras perguntas semelhantes, mas chegam a respostas divergentes, parece-me que para compreender esse processo de conhecimento devemos deslocar a análise do “porquê” para as demais perguntas aristotélicas do saber: “que”, “como”, “quando”, “onde”, “para quê” e “quem”. Assim, podemos com auxílio dos métodos vários de estudo, inclusive o dedutivo e o indutivo e de forma sistematizada e até científica, encontrar respostas mais próximas da verdade que esses campos do saber seguem buscando.
Na linha desse raciocínio é que sigo incursionando na História da Educação e do Ensino desde a antiguidade até os dias modernos, nos quais os países estabelecem suas Leis e Diretrizes da Educação, infelizmente confundindo esta com Ensino, sem entender que a primeira é continente e a segunda conteúdo; ignorando que a primeira está em todo o mundo e que a segunda, como subproduto daquela está nas escolas, nos livros e até em casa, quando nesta se ensina o conteúdo curricular escolar.
A proposta que fiz no princípio desta série foi apresentar a você, leitor, o processo educativo e de ensino de povos diversos e suas ideias de como educar e ensinar às novas gerações, dentro do processo humano de nascer, crescer, desenvolver e morrer. Deste processo, quem escapa? Eis porque perder tempo e oportunidade pode ser fatal porque como dizia Confúcio, “três coisas não voltam mais: palavra dita, flecha lançada e tempo perdido.
Principiamos a estudar o processo educativo e de ensino no Egito antigo por volta de 3000 anos a.C, passamos pela Grécia antiga e acabamos de ver, sempre de forma resumida, o processo educativo e de ensino na República e Império Romano.
Agora, passo a relatar como se iniciou e sedimentou o processo de educação e de ensino hebraico, porque as raízes religiosas, boas ou ruins no conceito de cada um, estão misturadas com a argamassa que sustenta e dá liga ao saber clássico, secular ou “mundano” como costumam chamar os religiosos. Esse saber religioso, para os religiosos, prevaleceu no passado e sempre prevalecera contra o saber científico, muito mais em países de governo monocrático-teísta.
O processo de educação e de ensino do povo hebraico é historicamente rico e secularmente merecedor de nota. Se você o degustar como quem degusta peixe com espinha, verá que há carne a ser aproveitada. O resto, que achar que não lhe interessa despreze. Só não despreze o saber, porque assim são os tolos…
Continua…