Direto da cidade de Taguatinga-DF.
Quinta-Feira 15/10/2020
Quase não dormi direito com pretensão de me desafiar e fazer um agradecimento pessoal a Deus e celebrar a vida. Resolvi fazer a jornada de 14 km de minha casa até a escola a pé, chamando-me à reflexão de que preciso persistir, romper paradigmas e de que é possível fazer um pouco mais. No trajeto de 1h e 50 minutos, chorei, pensei nos funcionários que foram contaminados, no professor que morreu e nos vários estudantes que se tornaram órfãos devido à Covid-19. Mas, agradeci a Deus por estarmos vivos, e superando as dificuldades neste novo normal na educação.
Hoje dia do professor, pregamos uma peça na galera. Falamos que eles tinham que assinar os relatórios de trabalho na escola. Não era verdade. Montamos um “Drive thru” para a entrega das lembranças e certificados em celebração ao dia do professor. Não podemos abraçá-los, a orientação educacional deu o tom de comemoração e mesmo que rapidamente, pudemos registrar a saudade e a alegria que as máscaras tentaram esconder. Cada um que chegava uma foto e um até breve. Tenho certeza de que nada será igual pós-pandemia. A educação tem passado por muitos problemas, mas um futuro promissor de reformulações é certo, imprescindível. Novas ferramentas de trabalho, novas formas de ensino e aprendizado, novas possibilidades de resolução de exercícios.
Penso que precisamos ver neste momento assolador da humanidade, uma oportunidade de sermos melhores. O ensino passa por transformações sem volta, não será possível o velho método. A tecnologia não substitui ninguém, a tecnologia completa, implementa e reinventa. Temos conhecimento de que o novo fazer pedagógico, não pode ser excludente. Mesmo a Constituição Federal, escrita em 1988 artigo 205, está atualizadíssima quando já dizia: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. Nesse sentido a lei assegura que seu cumprimento deve suprir as necessidades para o sucesso educacional de todos os estudantes e profissionais da educação.
Sexta-Feira 16/10/2020
Passadas as comemorações do dia do professor, a sexta é o meu dia de trabalho. Em casa, acesso processos, atendo aos professores e comunidade escolar, sempre em contato com o vice-diretor que hoje está na escola.
Amanhã, um sábado, é dia de reunião virtual com entrega de notas. Desafios da demanda para reunião de pais e mestres:
- Como fazer uma reunião em tempos de educação remota?
- Como demonstrar resultados sem expor alunos?
- Como fazer enfrentamento de crise educacional?
- Como manter alunos e responsáveis com compromisso de acompanhamentos formados nos próximos bimestres?
- Quais os desafios da reta final do ano letivo 2020/21?
Sábado 17/10/2020
Que nervosismo tomou conta de todos nós! A direção, precisava ter aprovada o novo formato de reunião: cada professor conselheiro entregava a nota de sua turma. O desejo era fazer que os pais participassem de uma reunião virtual em dois momentos: um, na presença de todos os outros com os assuntos gerais bimestrais, e outro em uma sala particular com os assuntos relacionados ao aluno individualmente.
Os professores, muitos, ansiosos com o formato de reuniões virtuais simultâneas, vídeos, relatórios, gráficos e entrega individual de boletins.
Pais e alunos, preocupados com as notas. Justificativas, relatos das dificuldades enfrentadas até aqui. Algumas histórias tristes, agradecimentos e a certeza de que tudo está muito diferente. Mais uma vez pais e estudantes sem acesso não puderam participar da reunião no dia, então um vídeo foi mandado aos pais no grupo de WhatsApp e as notas foram entregues pela orientação educacional ao restante. A Orientação Educacional terá uma demanda de mais duas semanas pela frente. As equipes especializadas de nossa escola, a saber, sala de recursos e orientação educacional atendem um grupo sensível: os alunos com necessidades educacionais especiais e a tarefa do trato emocional destes estudantes não é fácil. O cuidado na adaptação curricular, atendendo a especificidade de cada aluno, acompanhá-los, entretê-los, motivá-los, e tirar o foco no problema e focar na superação é uma tarefa diária.
Fim de reunião, sacudimos a “poeira do medo” que pairava nos ares do Centro de Ensino Fundamental 17 de Taguatinga-DF. Deu tudo certo. Agora é trabalhar para alcançamos as metas para o terceiro bimestre neste calendário reorganizado.
MUITO OBRIGADO POR HAVER ACOMPANHADO!