DIA INTERNACIONAL DA MULHER E SUA LUTA ÉPICA CONTRA O MACHISMO

DIA INTERNACIONAL DA MULHER E SUA LUTA ÉPICA CONTRA O MACHISMO

Direto de Brasília, DF

Em 2011 saiu a primeira edição do meu livro “A mulher e sua luta épica contra o machismo”, lançado no Brasil, Panamá, e Nova Iorque(nos dois últimos, a versão em espanhol).

Com ele me propus oferecer uma visão histórica linear, culminando com o papel que a mulher hoje desempenha e com uma perspectiva futura de sua presença no mercado de trabalho.

 Penso não haver assunto mais apaixonante no processo de conhecimento, que a mulher. Sobre ela o mundo foi construído e em torno dela gira tanto a Teoria Criacionista(das religiões) quanto a evolucionista, já que sem a mulher não há especiação. Ela tem para o mundo, tanta importância quanto o Sol para nossa galáxia.

Apesar dessas considerações, o machismo é o pensamento que o homem é superior à mulher, e ele segue vivo. Jamais esqueço que no dia do lançamento de meu livro em Brasília, um casal se aproximou da mesa em que autografava e o marido disse: – Olha, não vou comprar seu livro. Ele é um livro para mulheres! Respondi que é livro para todos, mas principalmente para homens, porque eles é que encabeçam o machismo em todos os lugares e espaços.

Para compor a narrativa do livro, as pesquisas bibliográficas que realizei nos dez maiores impérios do mundo, agregando para a segunda edição o papel da mulher na Rússia, Índia e China, demonstram que nas civilizações antigas o papel da mulher é o de dominada e, infelizmente, segue sendo o mesmo em nosso mundo moderno.

Em minhas viagens por países como Egito e Marrocos, dominados pela religião islâmica, foi possível perceber que mulheres são, apenas, a espécie usada para reprodução e como peça decorativa, passíveis de serem chicoteadas ou apedrejadas em praça pública, caso descumpram as regras masculinas da reclusão ou caso exponham a liberdade sexual individual. Aliás, foi uma tortura psicológica para minha esposa ser assediada em todos os lugares que visitávamos no Egito, com homens vindo à nossa mesa perguntar se queria ser a segunda, terceira ou quarta esposa, já que a lei islâmica garante ao homem POSSUIR até quatro mulheres.

Certo dia, em uma palestra que proferia em uma escola pública do Distrito Federal, fui confrontado por uma garota muçulmana devidamente doutrinada na religião. Ela se pôs em pé e disse ser uma dádiva poder ser escolhida a ser uma de quatro esposas e que eu estava deturpando o puro entendimento da religião. Então, perguntei se a lei religiosa também permite à mulher escolher e ter quatro maridos. Ela disse que não, e se sentou. Nem sei se reflexiva, pois “a crença não é só uma ideia que a mente possui. É uma ideia que possui a mente”, como explico em meu livro “Técnicas Para Você Ficar Doidão”.

Na atual China, com seu modelo capitalista que segue fingindo ser comunista, o papel da mulher camponesa segue sendo de dominada em regime de semiescravidão dos homens. Para ilustrar o que digo, registro que a “ONG Centro de Educação Mulheres Rurais de Pequim” afirma que a mulher camponesa chega a valer menos que um frango. Eis o que diz o texto:

“A mulher camponesa “vale menos que um frango” na sociedade rural chinesa tradicional e sem mobilidade, onde é considerada um ser inferior e sem direitos, de acordo com a presidente do Centro de Educação Mulheres Rurais de Pequim, Luo Zhaohong, às vésperas do Dia Internacional da Mulher.

 Uma camponesa está em casa e batem à porta. Ao abrir, perguntam se há alguém, e ela imediatamente responde que não – conta Luo, para explicar a falta de autoestima das mulheres rurais.

 A cada ano, milhões de mulheres na China tentam se matar, principalmente no campo, e 157 mil conseguem, o que transforma o país asiático em um dos poucos do mundo onde as mulheres cometem mais suicídio que os homens. Porém, pouco a pouco a camponesa vai tomando consciência de que existe outra vida. A mulher livre e independente está aí, na outra China, uma China moderna que, graças a organismos como Mulheres Rurais, conseguiu ser includente a essas trabalhadoras rurais.”

No Mercado de Trabalho, a mulher segue desvalorizada em relação ao homem. A advogada Eliane Caetano, uma das melhores especialistas do Brasil em Direito de Família e Sucessões, em suas pesquisas sobre “O machismo como forma de agressão ao princípio da igualdade salarial no Brasil e no mundo”, afirma:

 “No século XX, as duas grandes guerras mundiais foram marcos de momentos em que a mulher foi convocada a trabalhar pelo esforço de guerra e, ainda que seu papel fosse o de substituir maridos que iam lutar nas frentes e ao fim dos conflitos tivesse que voltar para casa, restou provado que as fábricas não pararam, a produção não diminuiu, e nem a qualidade dos produtos caíram.

 É possível dizer que as mulheres foram compelidas a voltar para casa, após os dois grandes conflitos na primeira e na Segunda Guerra Mundial, mas como a mente que se abre a um novo horizonte jamais retorna às suas antigas dimensões, também é possível dizer que tanto quanto o “mercado” havia absorvido a mulher, a mulher havia absorvido o “mercado”.

(…)

O machismo segue vivo e forte por razões várias. As causas mais diversas os alimentam. A inércia e conformismo das próprias mulheres; a passividade na defesa da causa; a tentativa de deixar “crescer a barba” e de cortar o cabelo e se vestir igual aos homens, como fazia a faraó-rainha Hatshepsut, tão logo chegam ao empoderamento. Tudo isto e mais a perpetuação da cultura machista religiosa, política e jurídica segue sendo combustível para que a mulher seja menos, tenha menos e faça mais.

 Se o grande lema filosófico do êxito tem sido “ser”, “ter” e “fazer”, a mulher sempre foi e continua sendo reduzida a ser e a ter menos recompensas sócio-econômicas, ao tempo em que é “empurrada” a fazer mais, já que trabalha em múltiplas jornadas ao cuidar de casa, filhos, parceiros quando os tem e a trabalhar nos múltiplos seguimentos do mercado de trabalho, com ganhos que variam entre 18% a 30% menos que o homem.”

 O machismo é mais que a negação do feminino. É a negação de nossa própria humanidade, porque quando adotamos discursos e práticas machistas negamos nossa racionalidade e a capacidade de fazermos juízo lógico-crítico sobre quem somos, enquanto seres humanos.

Feliz Dia Internacional das Mulheres, a todos nós!

 

Se deseja aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, leia o livro “A Mulher e Sua Luta Épica Contra o Machismo”. Clique e assista ao book trailer abaixo:

 

Livro disponível na

www.paralelo43.com.br

www.autografia.com.br

Judivan Vieira

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil. Judivan J. Vieira Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA Palestrante/Speaker/Conferenciante

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