Por: Adriana Maia
“Hoje nós temos 13 milhões de desempregados e esta semana foi feita uma demonstração inequívoca de como nós estamos com o país em passos de retrocesso. Foi demonstrado ainda que temos outros 13 milhões e duzentos mil brasileiros ganhando abaixo de duzentos reais, ou seja, vivem na miséria. Observem como é grave a situação do Brasil, de modo que precisamos lutar muito”, frisou o deputado estadual José Queiroz (PDT), na manhã da última quinta-feira (15), na Tribuna da Plenária da Alepe, numa contundente avaliação da aprovação da MP Medida Provisória (MP) nº 881/2019, que institui a chamada Declaração de Direitos de Liberdade Econômica. Manifestando o posicionamento de seu partido, o parlamentar apontou que o texto, aprovado na quarta (14), na Câmara dos Deputados, em Brasília, poderia ser uma reforma consensual de liberdade econômica, aperfeiçoando a desburocratização da atividade. Porém, o que foi aprovado, em sua avaliação é bastante preocupante uma vez que retira direitos permanentes dos trabalhadores, como a de remuneração extra pelo trabalho aos domingos.
“Aprovaram absurdos contra o trabalhador numa luta incansável, que presenciei pela TV Câmara, dos sete partidos de oposição para que não tomassem o domingo do trabalhador, especialmente do comerciário. As grandes vitimas serão aquelas atividades de que hoje se exige que chegue antes das oito da manhã e saia depois das 18h. E ainda assim no domingo podem trabalhar sem remuneração”, destacou indignado. Para o parlamentar, este é um sinal claro de retrocesso total, uma escalada de revogação de direitos trabalhistas e um abuso absoluto dos direitos dos trabalhadores, que agride a consciência nacional. O triste balanço dos acontecimentos políticos mostra que todas as lutas, avanços e conquistas dos trabalhadores, consolidadas em legislação ao longo de mais de dois séculos, vem sendo lamentavelmente comprometidas por um governo de Direita, que não está comprometido com o povo brasileiro.
“Que direito é esse que vão oferecer o quarto domingo sem trabalhar?”, questionou Queiroz, completando que “este já é um direito do trabalhador. Por isso, é triste e melancólico o que aconteceu na quarta na Câmara Federal, uma luta foi travada, inclusive pelo deputado Wolney Queiroz, que foi veemente e firme nas votações da Câmara Federal. Mas, assistimos a repetição das votações na Câmara Federal, obedientes ao presidente da república sem o menor sentimento com os trabalhadores e com o povo, que ele vive zombando”. De acordo com o deputado pedetista, essa jornada começou com a reforma trabalhista de Temer prometendo a criação de milhares de empregos, que não aconteceu. Teve sequência com com a reforma previdenciária que foi um assalto aos trabalhadores que, em sua opinião, só vão saber do prejuízo quando forem buscar a aposentadoria: “83% dos trabalhadores brasileiros serão atingidos violentamente pela reforma da previdência”. Agora, tem sequência com uma série de inconsequências de um gestor que não está trazendo ações positivas para o país.
Um exemplo citado por José Queiroz foi o recente afrontamento do presidente frente a eleição presidencial da Argentina, que comprova a necessidade de parar o avanço das ações contra os direitos, fora os absurdos cometidos pelo Governo. “Já imagino como será a nossa luta para de novo desmantelar essa escalada da direita que revogou direitos trabalhistas permanentes. Não será fácil desmanchar essa ação da Direita e tem que ser com coragem, determinação e destemor. Precisamos fazer como fizemos agora na Marcha das Margaridas e com os trabalhadores da educação. Precisamos ter consciência que com a nossa força é possível estabelecer essa parada. Por isso, convoco nossos companheiros para que continuemos firmes na luta para evitar que mais retrocessos sejam estabelecidos nesse país”, clamou.
Redação Nova Aurora